Salto em altura feminino
Salto em altura feminino – Atletismo – Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Calendário
Recordes do salto em altura feminino
Chances do Brasil
O Brasil não tem representantes nessa prova.
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O Brasil nos Jogos
Elizabeth Müller foi a primeira brasileira a competir nesta prova nos Jogos, em Londres-1948, terminando em 17º lugar com 1,40 m. Deyse de Castro competiu em Helsinque-1952, terminando na 12ª posição com 1,50 m.
O melhor resultado da história do Brasil na prova foi em Tóquio-1964. Aída dos Santos foi 5ª na qualificação, sendo uma das 11 atletas a passarem em 1,70 m. Na final, passou por cinco alturas sem nenhum erro, até falhar em 1,76 m, terminando em 4º lugar com 1,74 m, a apenas 4 cm do pódio. Quatro anos depois, Aída competiu apenas no pentatlo, onde acabou em 20º lugar, indo mal inclusive no salto em altura.
Na Cidade do México-1968, o Brasil contou com Maria Cipriano, que também pegou final. Ela foi 9ª na qualificação com 1,74 m e 11ª na final com 1,71 m.
Maria Luísa Betioli esteve em Montreal-1976, terminando em 25º lugar na qualificação com 1,75 m, não passando para a final.
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As Favoritas
O favoritismo é todo da russa Mariya Lasitskene, apesar de sua participação nos Jogos ser uma incógnita, já que a Rússia segue banida pela Federação Internacional. Mesmo se for competir por uma bandeira neutra, ela é a absoluta favorita. De agosto de 2015 a dezembro de 2020, a russa disputou 98 provas, venceu 91 e esteve em todos os pódios.
Nesse período, ela ficou imbatível por 45 competições de 1º de julho de 2016 a 30 de junho de 2018, sendo derrotada na Liga Diamante em Rabat, nos Marrocos, em 13 de julho de 2018. São três títulos Mundiais (2015, 2017 e 2019), dois mundiais indoor (2014 e 2018), um título europeu (2018) e dois europeus indoor (2015 e 2019) num currículo invejável. Ela já passou dos 2,00 m por 38 vezes em competições. Ela tem 15 das 20 melhores marcas desde 2016.
Duas ucranianas são as principais ameaças ao ouro de Lasitskene. Yuliya Levchenko foi ouro nas Olimpíadas da Juventude de Nanjing-2014, prata no Mundial de 2017 em Londres e 4ª colocada no Mundial de Doha-2019 e bronze no Mundial Sub 20 de 2016. Conseguiu competir bastante em 2020 e tem a melhor marca do ano, com 2,00m.
A outra ucraniana na briga é Yaroslava Mahuchikh. Ela chegará em Tóquio com apenas 19 anos, mas já com um belíssimo retrospecto. Ela surgiu para o mundo no Mundial Sub 18 de 2017 no Quênia, vencendo com ótimos 1,92 m. No ano seguinte foi campeã europeia Sub 18, mas foi em 2019 que brilhou, quando ficou com a prata no Mundial de Doha com 2,04m, ano que também venceu o Europeu Sub 20 Já soma também três vitórias em etapas da Liga Diamante.
A americana Vashti Cunningham é outro jovem nome da prova. Aos 17 foi campeã pan-americana Sub 20 com 1,96 m e aos 18 foi campeã mundial indoor (em 2016) com a mesma marca. Desde 2017 venceu todos os campeonatos americanos tanto indoor como outdoor e ainda tem a prata no Mundial indoor de 2018 e o bronze no Mundial de Doha-2019. Apesar de só ter feito duas vezes na carreira a marca de 2,00 m, pode entrar na briga com erros das concorrentes.
Duas heptatletas tem ótimas marcas no salto em altura e brigariam tranquilamente por medalha. A belga campeã olímpica no Rio do heptatlo Nafissatou Thiam tem como melhor marca pessoal 2,02 m, o que a coloca entre as favoritas. Também entra na briga a britânica Katarina Johnson-Thompson, atual campeã mundial da prova combinada. Ela tem como melhor marca 1,98 m. O problema é que a qualificação do salto em altura ocorrerá ao mesmo tempo que algumas provas do heptatlo, o que pode tirar as duas atletas da disputa desta prova.
A búlgara Mirela Demireva foi prata no Rio-2016 e vice europeia em 2018, mas no Mundial de 2019 acabou apenas na 10ª colocação, com 1.89 m.
Outras que devem ir pra final são a bielorrussa Karyna Demidik, campeã mundial Sub 20 em 2018 e prata no Europeu Sub 20 de 2017, a polonesa Kamila Licwinko, bronze no Mundial de 2017 em Londres e campeã mundial indoor em casa em 2014, e a croata Ana Simic, bronze no Europeu de 2014 e 7ª no último Mundial.
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Histórico do salto em altura feminino nos Jogos Olímpicos
O salto em altura é uma das cinco provas que fez sua estreia olímpica para as mulheres em Amsterdã-1928, junto com os 100 m, 800 m, revezamento 4×100 m e lançamento de disco. Todas as provas, com exceção dos 800 m, estiveram em todas as Olimpíadas desde então.
A primeira campeã olímpica da prova foi a canadense Ethel Catherwood, única a passar em 1,60 m na ocasião. Ela bateu o recorde mundial da época, que foi corrigido para 1,595 m após nova medição. Nos Jogos seguintes, em Los Angeles-1932, o ouro ficou com a americana Jean Shiley com 1,65 m, mesma marca de sua compatriota Babe Didrikson, prata. Didrikson também venceu os 80 m com barreiras e o lançamento de dardo nesta edição e, após isso, se dedicou ao golfe, vencendo 41 títulos no circuito feminino da LPGA, incluindo 10 Majors. O ouro em Berlim-1936 foi para a húngara Ibolya Csák, com 1,60 m.
Após a 2ª Guerra, o ouro ficou com a americana Alice Coachman, com recorde olímpico de 1,68 m. Já em Helsinque-1952, a vitória foi da sul-africana Esther Brand, com 1,67 m. Este foi o 1º ouro de uma mulher africana nos Jogos Olímpicos. Já em Melbourne-1956 o ouro ficou novamente com os Estados Unidos, com Mildred McDaniel com 1,76 m. Aos 20 anos, a romena Iolanda Balas disputava sua primeira Olimpíada na Austrália, terminando em 5º lugar.
Balas começou a aparecer nos anos seguintes faturando seu primeiro título europeu em 1958. Dois anos depois em Roma-1960, ela sobrou e não teve adversárias para vencer seu primeiro ouro com 1,85m, nada menos que 14 cm de vantagem sobre a medalha de prata, que viu um empate entre a polonesa Jaroslawa Jozwiakowska e a britânica Dorothy Shirley. Balas foi tão superior que só queimou seu primeiro salto quando já estava sozinha na prova com 1,81 m.
A romena seguiu o seu domínio na prova, vencendo o Europeu também em 1962 e, como grande favorita, faturou o bicampeonato olímpico em Tóquio-1964, com 1,90 m, numa prova absolutamente perfeita, onde seu primeiro erro veio apenas quando tentou o recorde mundial com 1,92 m. A romena venceu 154 competições consecutivas entre 1957 e 1966 e bateu o recorde mundial 14 vezes.
Sem Balas, que se aposentara no ano anterior, a disputa na Cidade do México-1968 foi dominada pelos países do leste europeu, que pegaram as sete primeiras colocações. O ouro foi para a tchecoeslovaca Miloslava Rezkova com 1,82 m. Em Munique-1972, 23 atletas passaram pra final, já que todas conseguiram 1,76 m na qualificação, e o ouro ficou com a alemã ocidental Ulrike Meyfarth com 1,92 m, igualando o recorde mundial batido no ano anterior pela austríaca Ilona Gusenbauer, bronze em Munique. Meyfarth venceu a prova com apenas 16 anos, a mais nova da história.
Com a mudança nas técnicas de salto, as mulheres seguiram a tendência dos homens e os recordes começaram a cair mais facilmente. Em Montreal-1976, o sarrafo subiu e a marca para passar pela qualificação era de 1,80 m. E mesmo assim 21 atletas conseguiram. A vitória ficou com a alemã oriental Rosemarie Ackermann com 1,93 m.
As marcas seguiram subindo e o corte para a final em Moscou-1980 foi de 1,88 m. Com apenas 12 na final, numa Olimpíada esvaziada pelo boicote, a vitória foi da italiana Sara Simeoni com 1,97 m.
Após o ouro em 1972, Ulrike Meyfarth não teve grandes resultados e sequer pegou final em 1976. Não competiu em 1980 pelo boicote, mas em 1982 venceu seu primeiro e único título europeu. Em Los Angeles-1984, a alemã ocidental estava em grande fase e foi campeã novamente 12 anos depois do seu primeiro título, se tornando a primeira atleta a obter uma marca acima dos 2,00 m numa Olimpíada, vencendo com 2,02 m. Simeoni foi prata marcando 2,00 m.
O ouro voltou aos Estados Unidos em Seul-1988 com a vitória de Louise Ritter, com 2,03 m, deixando a favoritíssima búlgara Stefka Kostadinova com a prata com 2,01 m. Kostadinova havia batido o recorde mundial três vezes no ciclo, até chegar em 1987 a 2,09 m, marca que lhe deu o título mundial. Este recorde mundial dura até hoje.
Em Barcelona-1992, a vitória foi da alemã Heike Henkel com 2,02 m, campeã mundial no ano anterior. Kostadinova decepcionou novamente e ficou em 4º lugar, sem medalha. A búlgara foi campeã mundial novamente em 1995 na Suécia e chegou novamente como favorita aos Jogos, em Atlanta-1996. E desta vez Kostadinova não decepcionou, vencendo com 2,05 m, novo recorde olímpico, numa prova praticamente perfeita, errando sua primeira tentativa apenas no 2,05 m.
A partir daí começou o domínio russo da prova. Yelena Yelesina foi campeã em Sydney-2000 com 2,01m, mesma marca da sul-africana Hestrie Cloete, que perdeu o ouro por conta de um erro na altura de 1,96 m. Cloete venceu os dois mundiais seguintes, em 2001 e 2003, mas foi prata novamente em Atenas-2004, perdendo para outra russa, Yelena Slesarenko, ouro com 2,06 m, recorde olímpico.
Em Pequim-2008, o ouro ficou com a belga Tia Hellebaut com 2,05 m, seguida da croata Blanka Vlasic, com a mesma marca. Slesarenko, que tinha ficado com o bronze, sua compatriota Anna Chicherova, 4ª colocada, e a ucraniana Vita Palamar, 5ª, foram desclassificadas anos depois por conta de doping.
Chicherova foi campeã mundial em 2011 e levou o ouro em Londres-2012 com 2,05 m. Vlasic, que vinha dos títulos mundiais de 2007 e 2009 e da prata em 2011, não competiu em Londres por conta de seguidas lesões.
Já a final do Rio-2016 foi muito abaixo do esperado. A russa Mariya Kuchina (hoje Lasitskene) tinha sido campeã mundial em 2015, mas não pôde competir no Rio por conta do banimento da Rússia no atletismo. A prova estava aberta e 17 atletas conseguiram passar para a final. Cinco pararam em 1,93 m, aí oito queimaram as três tentativas em 1,97 m. Em 2,00 m, restavam apenas quatro atletas na disputa, mas nenhuma conseguiu passar. O ouro acabou com a espanhola Ruth Beitia, tricampeã europeia e a única a passar de primeira em todas as alturas.
Medalhistas do salto em altura feminino nos Jogos Olímpicos
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Amsterdã 1928 | Ethel Catherwood CAN | Lien Gisolf NED | Mildred Wiley EUA |
Los Angeles 1932 | Jean Shiley EUA | Babe Didrikson EUA | Eva Dawes CAN |
Berlim 1936 | Ibolya Csák HUN | Dorothy Odam GBR | Elfriede Kaun GER |
Londres 1948 | Alice Coachman EUA | Dorothy Tyler GBR | Micheline Ostermeyer FRA |
Helsinque 1952 | Esther Brand RSA | Sheila Lerwill GBR | Aleksandra Chudina URS |
Melbourne 1956 | Millie McDaniel EUA | Thelma Hopkins GBR Mariya Pisareva URS | – – |
Roma 1960 | Iolanda Balaș ROU | Dorothy Shirley GBR Jarosława Jóźwiakowska POL | – – |
Tóquio 1964 | Iolanda Balaș ROU | Michele Mason-Brown AUS | Taisiya Chenchik URS |
Cidade do México 1968 | Miloslava Rezková TCH | Antonina Okorokova URS | Valentina Kozyr URS |
Munique 1972 | Ulrike Meyfarth FRG | Yordanka Blagoeva BUL | Ilona Gusenbauer AUT |
Montreal 1976 | Rosie Ackermann GDR | Sara Simeoni ITA | Yordanka Blagoeva BUL |
Moscou 1980 | Sara Simeoni ITA | Urszula Kielan POL | Jutta Kirst GDR |
Los Angeles 1984 | Ulrike Meyfarth FRG | Sara Simeoni ITA | Joni Huntley EUA |
Seul 1988 | Louise Ritter EUA | Stefka Kostadinova BUL | Tamara Bykova URS |
Barcelona 1992 | Heike Henkel GER | Galina Astafei ROU | Ioamnet Quintero CUB |
Atlanta 1996 | Stefka Kostadinova BUL | Niki Bakogianni GRE | Inha Babakova UKR |
Sydney 2000 | Yelena Yelesina RUS | Hestrie Storbeck-Cloete RSA | Oana Mușunoi-Pantelimon ROU Kajsa Bergqvist SWE |
Atenas 2004 | Yelena Slesarenko RUS | Hestrie Storbeck-Cloete RSA | Vita Stopina UKR |
Pequim 2008 | Tia Hellebaut BEL | Blanka Vlašić CRO | Chaunté Howard EUA |
Londres 2012 | Anna Chicherova RUS | Brigetta Barrett EUA | – – |
Rio 2016 | Ruth Beitía ESP | Mirela Demireva BUL | Blanka Vlašić CRO |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 4 | 2 | 3 | 9 |
2 | Rússia | 3 | 0 | 0 | 3 |
3 | Romênia | 2 | 1 | 1 | 4 |
4 | Alemanha Ocidental | 2 | 0 | 0 | 2 |
5 | Bulgária | 1 | 3 | 1 | 5 |
6 | Itália | 1 | 2 | 0 | 3 |
6 | África do Sul | 1 | 2 | 0 | 3 |
7 | Canadá | 1 | 0 | 1 | 2 |
7 | Alemanha Oriental | 1 | 0 | 1 | 2 |
7 | Alemanha | 1 | 0 | 1 | 2 |
10 | Bélgica | 1 | 0 | 0 | 1 |
10 | Tchecoslováquia | 1 | 0 | 0 | 1 |
10 | Hungria | 1 | 0 | 0 | 1 |
10 | Espanha | 1 | 0 | 0 | 1 |
14 | Grã-Bretanha | 0 | 5 | 0 | 5 |
15 | União Soviética | 0 | 2 | 4 | 6 |
16 | Polônia | 0 | 2 | 0 | 2 |
17 | Croácia | 0 | 1 | 1 | 2 |
18 | Austrália | 0 | 1 | 0 | 1 |
18 | Grécia | 0 | 1 | 0 | 1 |
18 | Holanda | 0 | 1 | 0 | 1 |
21 | Ucrânia | 0 | 0 | 2 | 2 |
22 | Áustria | 0 | 0 | 1 | 1 |
22 | Cuba | 0 | 0 | 1 | 1 |
22 | França | 0 | 0 | 1 | 1 |
22 | Suécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
O salto em altura feminino
Salto em altura é uma prova na qual os atletas saltam sem auxílio e com a impulsão de pé de apoio em direção a uma barra horizontal de quatro metros de comprimento apoiada entre duas traves. O objetivo é saltar a maior altura sem derrubar a barra. Todos os competidores tem direito a três tentativas a cada altura colocada, mas tem o direito de ‘passar’ aquela determinada altura e avançar para outra maior sem ultrapassar a menor. Caso não consiga ultrapassar a altura ou combinação de alturas estipuladas em três tentativas, o atleta está eliminado.
Se os competidores acabarem empatados numa determinada altura, vence aquele que levou menos tentativas para chegar até lá. Se mesmo assim continuarem empatados, é feito um salto de desempate, primeiro na última altura não ultrapassada e a partir daí, em alturas subsequentes menores até que alguém ultrapasse; este último método de desempate é muito raro de acontecer, mas ocorreu, por exemplo, na final do Campeonato Mundial de Atletismo de 2015, em Pequim, já que nesta modalidade não é possível haver duas medalhas de ouro