Marcha 20km masculina
Marcha 20km masculina – Atletismo – Jogos Olímpicos – Tóquio 2020
Calendário
Recordes da marcha 20km masculina
Chances do Brasil
O brasileiro Caio Bonfim é o único brasileiro na prova e vai para a segunda Olimpíada, marcando um 9º lugar na Rio-2016. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 ele ficou em quarto lugar e, atualmente, ocupa a 31ª colocação no ranking da World Athletics.
+ Confira o perfil completo de Caio Bonfim, pioneiro da marcha atlética brasileira
Os Favoritos
Os japoneses chegarão para a disputa da marcha 20km masculina dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 como os principais nomes da prova. Toshikazu Yamanishi venceu a duríssima prova no Mundial de Doha-2019 com 1:26:34, colocando 15 s sobre o russo Vasiliy Mizinov. Yamanishi é dono do melhor tempo do ano de 2019, com espetaculares 1:17:15 obtidos em casa, na cidade de Nomi no campeonato asiático de marcha. Ainda levou a fortíssima etapa de La Coruña em 2019 com 1:17:41 e fez no começo de 2020 1:17:36 em Kobe (JPN). Outros 5 japoneses conseguiram 1:18:00 ou menos em 2019, o que fazem do Japão um dos times mais fortes do mundo.
Como equipe, a China deve fazer força contra os japoneses na marcha 20km masculina dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Apesar de um chinês nunca ter vencido esta prova em um Mundial, eles vêm de dois ouros seguidos em Olimpíadas, liderados por Wang Kaihua e Cai Zelin.
Entre os europeus, os principais nomes da marcha 20km masculina para a prova em Tóquio são o sueco Perseus Karlström, bronze no último Mundial, o russo Vasiliy Mizinov, prata no Mundial e bronze no último europeu, o italiano Massimo Stano e o espanhol Diego García.
Os latino-americanos têm um bom histórico na prova e podem beliscar um pódio. O brasileiro Caio Bonfim foi bronze no Mundial de 2017, foi campeão sul-americano em 2020, prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 e tem vários pódios em etapas do circuito mundial. De olho também no guatemalteca Erick Barrondo, prata em Londres-2012, no equatoriano Andrés Chocho e no colombiano Eider Arevalo. De olho também no australiano Dane Bird-Smith, bronze no Rio-2016.
O Brasil na marcha 20km masculina dos Jogos Olímpicos
A primeira participação brasileira na marcha 20km masculina foi nos Jogos Olímpicos de Seul-1988, com Marcelo Palma. Ele ficou em 45º lugar entre os 49 que terminaram a prova com o tempo de 1h31min42s. Em Barcelona-1992, Palma voltaria aos jogos ficando em 32º e último entre os que terminaram com 1h40min11s. Ainda na cidade espanhola, Sérgio Galdino foi 27º com 1h33min32s e Ademar Kammler não terminou. Galdino ainda disputou esta prova em Atlanta-1996, ficando em 26º. Nas Olimpíadas de Atenas-2004 e Pequm-2008, José Alessandro Baggio, ficou em 14º lugar com 1h23min33s na Grécia e 1h21min43s na China.
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Já Caio Bonfim estreou na marcha 20km masculina dos Jogos Olímpicos em Londres-2012, ficando apenas em 39º com 1h24min45s entre 48 que terminaram. Quatro anos depois, Caio voltou como um dos favoritos a medalha em casa, no Rio-2016. Ele fez grande prova, terminando na 4ª posição, a apenas 5s do pódio. O brasileiro segue bem e pode medalhar em Tóquio 2020.
Histórico
A primeira prova de marcha atlética foi disputada em Londres-1908 nas distâncias de 3.500m e de 10 milhas. A distância de 20 km só estraria nos Jogos Olímpicos em Melbourne-1956 e foi vencida pelo soviético Leonid Spirin em 1h31min27s4 em pódio completamente dominado pelo país. Em Roma-1960, mais uma vitória soviética com Volodymyr Holubnychy com 1:34:07.2. Ele voltaria a vencer na Cidade do México-1968, além de um bronze em Tóquio-1964 e a prata em Munique-1972, o único com quatro pódios olímpicos nesta prova.
O primeiro ouro mexicano no atletismo nos Jogos Olímpicos de Montreal-1976 com Daniel Bautista, com 1h24min40s6 na marcha 20km masculina. Oito anos depois, em Los Angeles-1984, houve mais uma vitória mexicana, desta vez com dobradinha. Ernesto Canto venceu com 1h23min13s, novo recorde olímpico, seguido de Raul Gonzalez com 1h23min20s. Quatro anos antes, em Moscou-1980, a vitória ficou com o italiano Maurizio Damilano, que, com dois bronzes nas edições seguintes, é o segundo com mais medalhas da história na prova do atletismo.
O espanhol Daniel Plaza venceu a marcha 20km masculina em casa nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992 com 1h21min45s. O final da prova foi muito duro, com a íngreme subida para o Estádio Olímpico de Montjuic, mas Plaza abriu boa vantagem na altura dos 15 km, vencendo por 40 s. O equatoriano Jefferson Pérez, um dos maiores nomes da história na marcha, foi ouro em Atlanta-1996 com 1h20min07s aos 22 anos. Pérez, que se tornaria ainda tricampeão mundial e seria prata em Pequim-2008, é até hoje o único medalhista olímpico do Equador.
Um dos maiores nomes da história do atletismo da marcha é o polonês Robert Korzeniowski, especializado na longa prova dos 50 km. São poucos os bons resultados nos 20 km, mas nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, ele entrou para a história como até hoje o único a vencer os 20 km e os 50 km numa mesma edição. Ele completou a prova mais curta na cidade australiana em 1:18:59 com recorde olímpico. O italiano Ivano Brugnetti ficou com o ouro em Atenas-2004 com 1:19:40, 5s a frente do espanhol Paquillo Fernández.. Em Pequin-2008, Brugnetti liderou boa parte da prova, mas acabou sem medalha e a vitória ficou com o russo Valeriy Borchin, com 1:19:01.
O chineses apareceram nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Os três chineses da marcha 20km masculina do atletismo foram para a frente e a vitória ficou com Chen Ding, com 1:18:46, recorde olímpico. Wang Zhen foi bronze e Cai Zelin foi 4º. Na prata, a inédita medalha para o guatemalteca Erick Barrondo, a 1ª medalha olímpica da história de seu país. No Rio-2016, uma dobradinha chinesa com Wang Zhen, ouro com 1:19:14, e Cai Zelin, prata com 1:19:26. A disputa do bronze foi grande entre o australiano Dane Bird-Smith e o brasileiro Caio Bonfim, mas o australiano se desgarrou e se deu melhor por apenas cinco segundos.
Esta é a única prova do programa atual do atletismo masculino na qual os Estados Unidos nunca conquistou medalha.
Os Medalhistas da marcha 20km masculina nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Melbourne-1956 | Leonid Spirin (URS) | Antanas Mikėnas (URS) | Bruno Junk (URS) |
Roma-1960 | Volodymyr Holubnychy (URS) | Noel Freeman (AUS) | Stan Vickers (GBR) |
Tóquio-1964 | Ken Matthews (GBR) | Dieter Lindner (GER) | Volodymyr Holubnychy (URS) |
Cidade do México-1968 | Volodymyr Holubnychy (URS) | José Pedraza (MEX) | Nikolay Smaga (URS) |
Munique-1972 | Peter Frenkel (FRG) | Volodymyr Holubnychy (URS) | Hans-Georg Reimann (FRG) |
Montreal-1976 | Daniel Bautista (MEX) | Hans-Georg Reimann (FRG) | Peter Frenkel (FRG) |
Moscou-1980 | Maurizio Damilano (ITA) | Pyotr Pochenchuk (URS) | Roland Wieser (FRG) |
Los Angeles-1984 | Ernesto Canto (MEX) | Raúl González (MEX) | Maurizio Damilano (ITA) |
Seul-1988 | Jozef Pribilinec (CZE) | Ronald Weigel (FRG) | Maurizio Damilano (ITA) |
Barcelona-1992 | Daniel Plaza (ESP) | Guillaume LeBlanc (CAN) | Giovanni De Benedictis (ITA) |
Atlanta-1996 | Jefferson Pérez (ECU) | Ilya Markov (RUS) | Bernardo Segura (MEX) |
Sydney-2000 | Robert Korzeniowski (POL) | Noé Hernández (MEX) | Vladimir Andreyev (RUS) |
Atenas-2004 | Ivano Brugnetti (ITA) | Paquillo Fernández (ESP) | Nathan Deakes (AUS) |
Pequim-2008 | Valeriy Borchin (RUS) | Jefferson Pérez (ECU) | Jared Tallent (AUS) |
Londres-2012 | Chen Ding (CHN) | Erick Barrondo (GUA) | Wang Zhen (CHN) |
Rio-2016 | Wang Zhen (CHN) | Cai Zelin (CHN) | Dane Bird-Smith (AUS) |
Quadro de Medalhas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Melbourne-1956 | Leonid Spirin URS | Antanas Mikėnas URS | Bruno Junk URS |
Roma-1960 | Volodymyr Holubnychy URS | Noel Freeman AUS | Stan Vickers GBR |
Tóquio-1964 | Ken Matthews GBR | Dieter Lindner GER | Volodymyr Holubnychy URS |
Cidade do México-1968 | Volodymyr Holubnychy URS | José Pedraza MEX | Nikolay Smaga URS |
Munique-1972 | Peter Frenkel FRG | Volodymyr Holubnychy URS | Hans-Georg Reimann FRG |
Montreal-1976 | Daniel Bautista MEX | Hans-Georg Reimann FRG | Peter Frenkel FRG |
Moscou-1980 | Maurizio Damilano ITA | Pyotr Pochenchuk URS | Roland Wieser FRG |
Los Angeles-1984 | Ernesto Canto MEX | Raúl González MEX | Maurizio Damilano ITA |
Seul-1988 | Jozef Pribilinec CZE | Ronald Weigel FRG | Maurizio Damilano ITA |
Barcelona-1992 | Daniel Plaza ESP | Guillaume LeBlanc CAN | Giovanni De Benedictis ITA |
Atlanta-1996 | Jefferson Pérez ECU | Ilya Markov RUS | Bernardo Segura MEX |
Sydney-2000 | Robert Korzeniowski POL | Noé Hernández MEX | Vladimir Andreyev RUS |
Atenas-2004 | Ivano Brugnetti ITA | Paquillo Fernández ESP | Nathan Deakes AUS |
Pequim-2008 | Valeriy Borchin RUS | Jefferson Pérez ECU | Jared Tallent AUS |
Londres-2012 | Chen Ding CHN | Erick Barrondo GUA | Wang Zhen CHN |
Rio-2016 | Wang Zhen CHN | Cai Zelin CHN | Dane Bird-Smith AUS |
Marcha 20km masculina dos Jogos Olímpicos
A marcha 20km é uma modalidade do atletismo disputada por homens e mulheres, em ruas e estradas, na distância de 20 quilômetros. Os atletas precisam manter contato permanente com o chão e a perna de apoio deve permanecer reta até que a perna que se levanta e perde contato com o solo para dar o passo, a ultrapasse.
A marcha atlética foi uma criação britânica, dos séculos XVIII e XIX, onde os chamados footman cobriam grandes distâncias utilizando esta técnica. Entretanto, o homem que criou a modalidade como é conhecida hoje foi o norte-americano Edward Payson Wetson, que passou a maior parte da sua vida atravessando o continente americano marchando. Foi introduzida nos Jogos Olímpicos em Londres 1908, nas distâncias de 3500 m e 10 milhas, com alterações constantes nas distâncias percorridas de lá para cá.
A prova nesta distância de 20 km foi introduzida para homens nos Jogos Olímpicos de Melbourne 1956, onde participaram 21 atletas de 10 países e para mulheres, a única distância em que é disputada no feminino, em Sydney 2000.
No Brasil, o primeiro recorde conhecido desta modalidade é o do marchador Ricardo Nuske, 1:41:12, registrado em São Bernardo do Campo, São Paulo, apenas em 1973.