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Marcha 20km feminina

Marcha 20km feminina – Atletismo – Jogos Olímpicos – Tóquio 2020

Calendário

Recordes

OlímpicoMundialBrasileiro
1:25:02 / Tiki Gelana (ETH) / Londres (GBR) – 11/08/2012
1:23:491 / Yang Jiayu (CHN) / Huangshan (CHN) – 20/03/2021
1:26:59 / Érica de Sena / Londres (GBR) – 13/08/2017

Chances do Brasil

Érica de Sena é a única representante brasileira nos Jogos de Tóquio-2020 e uma boa esperança de medalha para o país. A pernambucana esteve entre as quatro primeiras colocadas nas quatro últimas copas do mundo, sendo bronze em 2016, além de ter um sétimo lugar na primeira Olimpíada disputada, a Rio-2016. Tem, ainda, duas medalhas de Jogos Pan-Americanos, prata em Toronto-2015 e bronze em Lima-2019, e chegou na capital japonesa como a sétima do mundo no ranking da World Athletics, bem próxima das três que estavam à sua frente.

+ Connfira um perfil completo de Érica Sena

As Favoritas

O favoritismo é todo das chinesas. Liu Hong é o principal nome da equipe. Ela foi campeã mundial Sub 20 em 2006, e pegou o bronze no Mundial de Berlim-2009. No Mundial seguinte, em Daegu-2011, conquistou seu primeiro título após a desclassificação por doping da russa Olga Kaniskina. Foi bronze em Londres-2012, bronze no Mundial de 2013 e aí só ouros, com o título no Mundial de 2015 e o ouro olímpico no Rio-2016.

Hong tirou uma pausa nas competições para engravidar e voltou com tudo no Mundial de 2019, em Doha. Numa prova dificílima muito quente, Liu Hong venceu mais um título Mundial, agora com 1:32:53. No Mundial por Equipes exclusivo de Marcha, Hong venceu em 2016, mas perdeu o ouro após um exame detectar a presença de uma substância proibida, que a tirou das competições por apenas um mês.

Qieyang Shenjie é outro nome forte da equipe chinesa. Prata em Londres-2012, ela também foi prata no Mundial de Doha em 2019, além de ter vencido várias provas do circuito mundial. Ela tem ainda duas pratas nos Mundiais por Equipes de Marcha em 2016 e 2018.

A brasileira Érica de Sena tem se mostrado uma boa competidora contra as chinesas. Heptacampeã brasileira, Érica foi prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 e 6ª no Mundial no mesmo ano, em Pequim, e havia ficado em 4º no Mundial de Marcha em 2016, mas acabou herdando o bronze após a desclassificação da chinesa Liu Hong. Chegou cotada para os Jogos do Rio, onde fez uma boa prova e acabou na 7ª posição. Colecionou alguns quartos lugares após isso, como no Mundial de Londres-2017 e de Doha-2019 e no Mundial de Marcha em 2018. Bronze no Pan de Lima-2019, Érica foi campeã do circuito mundial em 2017 e segue entre as melhores do mundo.

Quarta no Rio-2016, a italiana Antonella Palmisano foi bronze no Mundial seguinte, em Londres-2017 e bronze no Europeu de 2018 e acabou na 13ª posição no duro Mundial de 2019. Entre as outras europeias, vale destacar a portuguesa Ana Cabecinha, 6ª no Rio-2016 e quatro vezes top-8 em Mundiais, e a espanhola Maria Pérez, campeã europeia em 2018.

Entre as sul-americanas, um dos destaques é a colombiana Sandra Arenas, ouro no Pan de Lima-2019. Quinta nos Mundiais de 2017 e 2019, Arenas tem vários títulos continentais e foi bronze no Mundial Sub 20 em 2012. Vale ficar de olho na jovem equatoriana Glenda Morejon. Campeã mundial Sub 18 em 2017 e bronze no Mundial Sub 20 em 2018, ela venceu em 2019, com 19 anos, a tradicional prova do circuito de La Coruña com 1:25:29, 2º melhor tempo do ano, recorde mundial Sub20 e recorde sul-americano adulto, melhorando em 1min30 a marca da Érica de Sena dos Jogos de Londres.

Outros destaques são as japonesas Kumiko Okada e Nanako Fujii, que correm em casa, e a australiana Jemima Montag, ouro nos Jogos da Comunidade Britânica em 2018.

O Brasil nos Jogos

A primeira marchadora brasileira numa Olimpíada foi Alessandra Picagevicz em Atenas-2004, que terminou em 48º lugar com 1:46:21. Tânia Spindler representou o Brasil em Pequim-2008, quando terminou na 36ª colocação com 1:36:46.

No Rio-2016, Érica de Sena conseguiu o melhor resultado da marcha feminina brasileira nos Jogos com a 7ª colocação com 1:29:29. Cisiane Lopes também competiu, terminando em 49º lugar com 1:38:35.

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Histórico

A marcha feminina fez sua estreia olímpica em Barcelona-1992 com a prova de 10 km, vencida pela chinesa Chen Yueling com 44:32. Quatro anos depois, em Atlanta-1996, a vitória foi da russa Yelena Nikolayeva com 41:49.

A partir de 1999, a distância principal das provas femininas foi aumentada para os 20 km, começando no Mundial de Sevilha em 1999. O primeiro ouro olímpico na nova distância veio em Sydney-2000 com a chinesa Wang Liping com 1:29:05 numa decisão muito questionada na época. A australiana Jane Saville liderava com folga, mas foi desclassificada quando entrava no Estádio Olímpico por flutuar, lembrando que na marcha o pé tem que estar sempre em contato com o solo.

Já em Atenas-2004, o ouro foi para a grega Athanasia Tsoumeleka com 1:29:12, abrindo quatro segundos sobre a favorita russa Olimpiada Ivanova, que ficou com a prata. Após a decepção em casa, Saville foi bronze em Atenas.

As russas dominavam a prova no início dos anos 2000, vencendo todos os Mundiais de 2001 a 2013. Olga Kaniskina foi ouro no Mundial de 2007 em Osaka e repetiu o feito em Pequim-2008 com recorde olímpico de 1:26:31. Venceu novamente o Mundial em 2009, o Europeu de 2010, novamente o Mundial de 2011 e a prata em Londres-2012. Kaniskina fazia parte do grupo de treinamento do técnico Viktor Chegin, onde dezenas de atletas foram pegos em exames antidoping. Com anomalias em seu passaporte biológico, a russa teve vários de seus resultados anulados e ela perdeu os dois últimos títulos mundiais e a prata em Londres.

O ouro em Londres-2012 ficou com a russa Elena Lashmanova batendo o recorde mundial com 1:25:02. Com um currículo praticamente perfeito, ela foi campeã mundial em casa em 2013, mas no ano seguinte também foi pega no doping e ficou dois anos parada, mas não perdeu suas medalhas. Com a perda da prata de Kaniskina, as chinesas subiram de posição: Qieyang Shenjie foi prata e Liu Hong bronze.

A partir daí, com a exclusão da maioria das russas, as chinesas começaram o seu domínio na marcha, encabeçadas por Liu Hong. Ela venceu em casa o Mundial de Pequim-2015 e no Rio-2016 foi ouro com 1:28:35, colocando apenas 2 s sobre a mexicana Maria Guadalupe Gonzalez.

As Medalhistas

Olimpíada
Sydney 2000Wang Liping
CHN
Kjersti Tysse-Plätzer
NOR
María Vasco
ESP
Atenas 2004Athanasia Tsoumeleka
GRE
Olimpiada Ivanova
RUS
Jane Saville
AUS
Pequim 2008Olga Kaniskina
RUS
Kjersti Tysse-Plätzer
NOR
Elisa Rigaudo
ITA
Londres 2012Yelena Lashmanova
RUS
Qieyang Shenjie
CHN
Liu Hong
CHN
Rio 2016Liu Hong
CHN
María Guadalupe González
MEX
Lu Xiuzhi
CHN

Quadro de Medalhas

PaísTotal
1China2125
2Rússia2103
3Grécia1001
4Noruega0202
5México0101
6Austrália0011
6Itália0011
6Espanha0011

A Marcha 20km Feminina

A marcha 20km é uma modalidade do atletismo disputada por homens e mulheres, em ruas e estradas, na distância de 20 quilômetros. Os atletas precisam manter contato permanente com o chão e a perna de apoio deve permanecer reta até que a perna que se levanta e perde contato com o solo para dar o passo, a ultrapasse.

A marcha atlética foi uma criação britânica, dos séculos XVIII e XIX, onde os chamados footman cobriam grandes distâncias utilizando esta técnica. Entretanto, o homem que criou a modalidade como é conhecida hoje foi o norte-americano Edward Payson Wetson, que passou a maior parte da sua vida atravessando o continente americano marchando. Foi introduzida nos Jogos Olímpicos em Londres 1908, nas distâncias de 3500 m e 10 milhas, com alterações constantes nas distâncias percorridas de lá para cá.

A prova nesta distância de 20 km foi introduzida para homens nos Jogos Olímpicos de Melbourne 1956, onde participaram 21 atletas de 10 países e para mulheres, a única distância em que é disputada no feminino, em Sydney 2000.

No Brasil, o primeiro recorde conhecido desta modalidade é o do marchador Ricardo Nuske, 1:41:12, registrado em São Bernardo do Campo, São Paulo, apenas em 1973.