Lançamento de martelo masculino
Lançamento de martelo masculino – Atletismo – Olimpíada Tóquio 2020
Recordes do lançamento de martelo masculino
Chances do Brasil no lançamento de martelo masculino
O Brasil não tem representantes nessa prova.
O Brasil no lançamento de martelo masculino nos Jogos Olímpicos
Octávio Zani foi o primeiro brasileiro a competir no lançamento de martelo. Em Paris-1924, Zani competiu no arremesso de peso, dois dias depois no martelo e três dias depois no disco. No martelo, acabou em 14º com 33,895 m.
Carmine Giorgi representou o Brasil em Los Angeles-1932 ficando em 13º com 36,45 m. Em Berlim-1936, Assis Naban também participou dos Jogos, mas ficou na qualificação, não passando para a final.
Após um hiato de 80 anos, o Brasil voltou a ter um atleta na prova, em casa. Wagner Domingos competiu na Rio-2016 e conseguiu um belo resultado. Ele foi 9º na qualificação com 74,17 m e disputou a final. Mas sem melhorar sua marca, acabou em 12º com 72,28 m.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
Favoritos no lançamento de martelo masculino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Apesar do fracasso na Rio-2016, o polonês Pawel Fajdek é o favorito absoluto. Atual tetracampeão mundial da prova, Fajdek tem sobrado no lançamento de martelo. Teve um ano excelente em 2019, competindo em 13 provas, com marcas acima de 78,50 m em todas elas. Dono de 7 das 10 melhores marcas do ano de 2019, Fajdek não fez nenhuma grande marca no ano atípico de 2020, embora tenha marcado quase sempre mais que 78 m. Desde 2010, o polonês tem 15 das 20 melhores marcas do mundo.
Mais um polonês briga muito pelo ouro. Wojciech Nowicki foi bronze nos três últimos mundiais e no Rio-2016, mas tem o título europeu de 2018 como sua principal conquista. Fez 5 das 15 melhores marcas de 2019, incluindo a melhor de 81,74 m, e ainda conseguiu duas vezes passar dos 80 m em 2020.
A Hungria tem muita história na prova, e aposta suas fichas em Bence Halász. Ele foi campeão mundial Sub 20 em 2016, bronze no Europeu de 2018 e bronze no último Mundial. Completará 24 anos no dia da final de Tóquio.
O francês Quentin Bigot também entra na lista de favoritos após o 4º lugar no Mundial de 2017 e a prata no de 2019. O americano Rudy Winkler foi apenas 11º no Mundial de 2019, mas em 2020 tem tido ótimos resultados e é dono das duas melhores marcas do mundo no ano com 80,72 m e 80,70 m. Outros bons nomes da prova são o espanhol Javier Cienfuegos, 7º no Mundial de 2019 e campeão ibero-americano, o moldávio Serghei Marghiev, o russo Denis Lukyanov, o ucraniano Mykhaylo Kokhan e o norueguês Eivind Henriksen.
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Histórico do lançamento de martelo masculino nos Jogos Olímpicos
A origem do lançamento de martelo data do século XV da Escócia e a prova estreou nos Jogos na sua segunda edição, em Paris-1900, quando foi vencida pelo britânico naturalizado americano John Flanagan com 51,01 m. Ele se tornou o primeiro tricampeão olímpico numa mesma prova (ao lado de Ray Ewry nas descontinuadas provas de saltos sem corrida) ao vencer também St. Louis-1904 com 51,23 m e em Londres-1908 com 51,92 m. Os americanos seguiram vencendo nas 3 Olimpíadas seguintes no martelo.
O irlandês Pat O’Callaghan levou a prova em Amsterdã-1928 com 51,39 m e repetiu o feito em Los Angeles-1932 com 53,92 m.
A Hungria tem um grande tradição nesta prova e o primeiro campeão olímpico do país foi Imre Németh em Londres-1948 com 56,07 m. Quatro anos depois, em Helsinque-1952, Nemeth foi bronze e seu compatriota József Csermák ficou com o ouro batendo o recorde mundial com 60,34 m, o primeiro a passar da marca de 60 m na história.
As marcas subiram rapidamente muito por conta do americano Hal Connolly, que bateu o recorde mundial seis vezes na carreira. Ele foi ouro em Melbourne-1956 com 63,19 m. Em Roma-1960, Connolly já tinha 70,33 m como melhor marca pessoal e recorde mundial da época, mas não foi bem na final, terminando em 8º, enquanto o soviético Vasily Rudenkov terminou com o ouro com 67,10 m. Connolly seguiu batendo o recorde mundial e chegou novamente como favorito em Tóquio-1964, mas decepcionou mais uma vez para terminar em 6º, enquanto o ouro ia para outro soviético, Romuald Kim, com 69,74 m.
Na Cidade do México-1968, Kim fez uma espetacular disputa contra o húngaro Gyula Zsivótzky, prata nas duas Olimpíadas anteriores. 10 dos 12 lançamentos dos atletas ficou entre 71 e 72 m, e o húngaro venceu com 73,36 m, apenas 8 cm melhor que Kim.
O ouro voltou para a União Soviética em Munique-1972 com Anatoliy Bondarchuk, com recorde olímpico de 75,50 m. Yuriy Sedykh levou o ouro em Montreal-1976 com recorde olímpico 77,52 m liderando o pódio todo soviético. Em Moscou-1980, Sedykh brilhou melhorando a marca olímpica na qualificação com 78,22 m e na final estabeleceu o novo recorde mundial de 81,80 m logo em sua primeira tentativa para faturar o bicampeonato em mais um pódio todo soviético.
Após o boicote soviético em Los Angeles-1984, quando o ouro ficou com o finlandês Juha Tiainen, mais um pódio todo soviético em Seul-1988, com Sergey Litvinov no topo com 84,80 m, seguido de Sedykh. Os soviéticos seguiram dominando, agora como Comunidade dos Estados Independentes em Barcelona-1992, com mais um pódio completo liderado por Andrey Abduvaliyev com 82,54 m.
A Hungria voltou ao topo com Balázs Kiss em Atlanta-1996 com 81,24 m e ganhou novamente em Atenas-2004 com Adrián Annus com 83,19 m, mas ele foi desclassificado antes do fim dos Jogos por problemas com as amostras antidoping. Vale lembrar que o mesmo aconteceu com outro húngaro em Atenas: Robert Fazekas no lançamento de disco. Sendo assim, a vitória foi para o japonês Koji Murofushi com 82,91 m.
A vitória em Pequim-2008 ficou com o esloveno Primoz Kozmus com 82,02 m e ele repetiria o ouro no Mundial do ano seguinte. Em Londres-2012, mais uma vitória húngara, agora com Krisztian Pars com 80,59 m. Já no Rio-2016, o favoritismo era todo do polonês Pawel Fajdek, então bicampeão mundial e com marcas absurdamente dominantes. Mas o polonês foi uma das maiores decepções dos Jogos e nem pegou final. Com a prova aberta, o ouro ficou com Dilshod Nazarov com 78,68 m, dando o primeiro ouro da história para o Tadjiquistão.
Medalhistas do lançamento de martelo masculino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Paris 1900 | John Flanagan | USA | Truxtun Hare | USA | Josiah McCracken | USA |
St. Louis 1904 | John Flanagan | USA | John DeWitt | USA | Ralph Rose | USA |
Londres 1908 | John Flanagan | USA | Matt McGrath | USA | Con Walsh | CAN |
Estocolmo 1912 | Matt McGrath | USA | Duncan Gillis | CAN | Clarence Childs | USA |
Antuérpia 1920 | Paddy Ryan | USA | Carl Johan Lind | SWE | Basil Bennett | USA |
Paris 1924 | Fred Tootell | USA | Matt McGrath | USA | Malcolm Nokes | GBR |
Amsterdã 1928 | Pat O’Callaghan | IRL | Ossian Skiöld | SWE | Ed Black | USA |
Los Angeles 1932 | Pat O’Callaghan | IRL | Ville Pörhölä | FIN | Pete Zaremba | USA |
Berlim 1936 | Karl Hein | GER | Erwin Blask | GER | Fred Warngård | SWE |
Londres 1948 | Imre Németh | HUN | Ivan Gubijan | YUG | Bob Bennett | USA |
Helsinque 1952 | József Csermák | HUN | Karl Storch | GER | Imre Németh | HUN |
Melbourne 1956 | Hal Connolly | USA | Mikhail Krivonosov | URS | Anatoly Samotsvetov | URS |
Roma 1960 | Vasily Rudenkov | URS | Gyula Zsivótzky | HUN | Tadeusz Rut | POL |
Tóquio 1964 | Romuald Klim | URS | Gyula Zsivótzky | HUN | Uwe Beyer | GER |
Cidade do México 1968 | Gyula Zsivótzky | HUN | Romuald Klim | URS | Lázár Lovász | HUN |
Munique 1972 | Anatoly Bondarchuk | URS | Jochen Sachse | GDR | Vasily Khmelevsky | URS |
Montreal 1976 | Yury Sedykh | URS | Aleksey Spiridonov | URS | Anatoly Bondarchuk | URS |
Moscou 1980 | Yury Sedykh | URS | Sergey Litvinov | URS | Jüri Tamm | URS |
Los Angeles 1984 | Juha Tiainen | FIN | Karl-Hans Riehm | FRG | Klaus Ploghaus | FRG |
Seul 1988 | Sergey Litvinov | URS | Yury Sedykh | URS | Jüri Tamm | URS |
Barcelona 1992 | Andrey Abduvaliyev | EUN | Ihar Astapkovich | EUN | Igor Nikulin | EUN |
Atlanta 1996 | Balázs Kiss | HUN | Lance Deal | USA | Oleksandr Krykun | UKR |
Sydney 2000 | Szymon Ziółkowski | POL | Nicola Vizzoni | ITA | Ihar Astapkovich | BLR |
Atenas 2004 | Koji Murofushi | JPN | — | — | Eşref Apak | TUR |
Pequim 2008 | Primož Kozmus | SLO | Vadzim Dzeviatouski | BLR | Ivan Tsikan | BLR |
Londres 2012 | Krisztián Pars | HUN | Primož Kozmus | SLO | Koji Murofushi | JPN |
Rio 2016 | Dilshod Nazarov | TJK | Ivan Tsikan | BLR | Wojciech Nowicki | POL |
Quadro de medalhas do lançamento de martelo masculino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 7 | 5 | 7 | 19 |
União Soviética | 6 | 5 | 5 | 16 |
Hungria | 5 | 2 | 2 | 9 |
Irlanda | 2 | 0 | 0 | 2 |
Alemanha | 1 | 2 | 1 | 4 |
Equipe Unificada | 1 | 1 | 1 | 3 |
Finlândia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Eslovênia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Polônia | 1 | 0 | 2 | 3 |
Japão | 1 | 0 | 1 | 2 |
Tajiquistão | 1 | 0 | 0 | 1 |
Belarus | 0 | 2 | 2 | 4 |
Suécia | 0 | 2 | 1 | 3 |
Canadá | 0 | 1 | 1 | 2 |
Alemanha Ocidental | 0 | 1 | 1 | 2 |
Alemanha Oriental | 0 | 1 | 0 | 1 |
Itália | 0 | 1 | 0 | 1 |
Iugoslávia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
Turquia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Ucrânia | 0 | 0 | 1 | 1 |
A prova
Lançamento de martelo é uma prova na qual o chamado martelo na verdade é uma esfera de metal – geralmente aço inoxidável ou bronze – com 7,26 kg de peso no masculino e 4 kg no feminino. Ela é presa a um cabo de aço na ponta do qual existe uma manopla, onde o atleta segura para o lançamento. O conjunto esfera, cabo e manopla formam uma unidade de comprimento máximo de 1,2 m.
O lançamento é feito com o atleta posicionado dentro de uma base de concreto circular de 2,135 metros de diâmetro (7 pés), com um anel metálico ressaltado marcando o diâmetro limite. Para que a distância seja medida, o lançamento precisa ser feito de maneira a que o implemento caia dentro de uma área marcada num ângulo de 34,92° à frente e o atleta não pode sair do círculo antes que o martelo toque o chão após o voo e sempre pela parte traseira dele.
O setor onde se realiza o lançamento de martelo é envolto por três lados por uma gaiola (geralmente revestida por redes), de cerca de dez metros de altura, que protege os espectadores e demais atletas de um lançamento mal sucedido. Após a chamada e permissão do árbitro, o atleta deve adentrar no setor e realizar o movimento de lançamento. O lançamento será invalidado: se os pés do atleta tocarem fora do círculo de 2,135 m, ou sobre a parte superior da borda metálica que o envolve; se o atleta demorar mais de 1 minuto para iniciar o movimento de lançamento; se o implemento for lançado fora do ângulo demarcado junto à grama; se, após realizar o lançamento, o atleta deixar o setor pela metade da frente do círculo.
Como nas demais competições de lançamentos, vence quem lançar o implemento a maior distância. Geralmente os atletas fazem dois ou três rodopios antes de lançá-lo para ganhar mais impulsão. Cada atleta tem três tentativas e, após realizá-las, ficam apenas oito atletas com os melhores resultados para realizar mais três lançamentos. Como resultado final, considera-se a melhor marca entre os seis lançamentos feitos. Em caso de empate, vale a segunda melhor marca do atleta.