Lançamento de disco masculino
Lançamento de disco masculino – Atletismo – Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Recordes do lançamento de disco masculino
Chances do Brasil no lançamento de disco masculino
O Brasil não tem representantes nessa prova.
O Brasil no lançamento de disco masculino nos Jogos Olímpicos
Os primeiros brasileiros a competirem no disco foram José Galimberti e Octávio Zani em Paris-1924. Galimberti foi 20º na qualificação com 36,52 m e Zani 23º com 35,72 m.
O Brasil só voltou a competir na prova em Londres-2012, com Ronald Julião, que terminou em 41º e último na qualificação, com 56,20 m.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
Favoritos no lançamento de disco masculino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
O grande favorito da prova é o sueco Daniel Stahl. Ele competiu no Rio-2016, após um 5º lugar no Mundial de 2015 e do Europeu de 2016, mas ficou em 14º na quali e nem chegou à final. Após isso, Stahl evoluiu muito, foi prata no Mundial de 2017, no europeu do ano seguinte e levou o ouro no Mundial de Doha-2019. O sueco é dono de 12 das 15 melhores marcas do 2019, incluindo três acima dos 70 m. Em 2020, Stahl seguiu em boa fase, lançando duas vezes para mais de 70 m e fazendo 6 das 10 melhores marcas. Tem ainda 4 das 20 melhores marcas da história.
O jamaicano Fedrick Dacres foi prata no Mundial de 2019, mas tem no currículo medalhas de ouro nos Mundiais Sub 18 e Sub 20, dois em Jogos Pan-Americanos e nos Jogos da Comunidade Britânica. Também conseguiu um lançamento acima dos 70 m em 2019.
O lituano Andrius Gidzius venceu o Mundial de 2017 e o europeu no ano seguinte, mas no Mundial de 2019, com apenas um lançamento válido na final, ficou em 12º. O polonês Piotr Malachowski tem duas pratas olímpicas no currículo, além de ter sido campeão mundial em 2015 e dois títulos europeus.
Outros nomes fortes da prova são o austríaco Lukas Weisshaidinger, bronze no Mundial de 2019, o iraniano Ehsan Haddadi, prata em Londres-2012, tetracampeão dos Jogos Asiáticos e hexacampeão asiático, o colombiano Mauricio Ortega, que bateu o recorde sul-americano em 2020 com 70,29 m, o alemão Martin Wierig e o sueco Simon Pettersson.
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Histórico do lançamento de disco masculino nos Jogos Olímpicos
O lançamento de disco tem sua origem nos Jogos da Antiguidade e fazia parte do pentatlo. A prova como conhecemos hoje tem suas origens na década de 1870, na Alemanha. No início, o disco era lançado apenas com meia rotação do corpo e o primeiro campeão em Atenas-1896 foi o americano Robert Garrett com 29,15 m. No dia seguinte, Garrett também venceria o arremesso de peso.
Na edição seguinte, em Paris-1900, Frantisek Janda-Suk, da Boêmia (atual República Tcheca) competiu já usando a técnica atual, com rotação total do corpo, mas ele ficou em segundo lugar com 35,14 m, atrás do húngaro Rudolf Bauer, com 36,04 m. Em seguida foi a vez do americano Martin Sheridan se tornar bicampeão, vencendo em St. Louis-1904 e em Londres-1908. Em 1904, ele empatou com o compatriota Ralph Rose, mas venceu no lançamento de desempate.
O americano Bud Houser também foi bicampeão olímpico, vencendo em Paris-1924 com 46,15 m e em Amsterdã-1928 com 47,32 m, além de ter vencido o arremesso de peso em Paris. O americano Ken Carpenter venceu em Berlim-1936 com 50,48 m, o primeiro a passar dos 50 m em uma Olimpíada.
Após a 2ª Guerra Mundial, a vitória ficou com o italiano Adolfo Consolini com 52,78 m em Londres-1948, que bateu três vezes o recorde mundial da prova na carreira. Consolini voltou em Helsinque-1952 como favorito, mas ficou com a prata atrás do americano Sim Iness.
Um dos maiores nomes da história dos Jogos surgiu em Melbourne-1956. O americano Al Oerter se classificou aos 20 anos para os Jogos e venceu com 56,36 m, liderando um pódio todo americano. Oerter voltou em Roma-1960 para vencer mais uma vez, em mais um pódio todo americano, com 59,18 m. O americano quebrou quatro vezes o recorde mundial após os Jogos, mas foi competir em Tóquio-1964 contra o checo Ludvik Danek, que era o recordista mundial. Danek liderava a final com 60,52 m, mas Oerter fez 61,00 m na 5ª rodada e faturou o tricampeonato olímpico, apenas o 3º na história a conseguir este feito no atletismo até então.
Oerter voltou na Cidade do México-1968, mas o favoritismo era do seu compatriota Jay Silvester, então recordista mundial. Oerter mais uma vez brilhou e venceu com 64,78 m, enquanto Silvester acabou sem medalha em 5º. Com o 4º ouro, Oerter se tornou o primeiro tetracampeão olímpico do atletismo em uma mesma prova. Até hoje, apenas cinco atletas conseguiram este feito em todos os esportes olímpicos. Após bater na trave duas vezes, Ludvik Danek venceria em Munique-1972 com 64,40 m.
O alemão ocidental Jürgen Schult bateu o recorde mundial em 1986 com 74,08 m, marca que dura até hoje. Ele venceu o Mundial no ano seguinte e faturou o ouro olímpico em Seul-1988 com 68,82 m. Schult seria prata em Barcelona-1992 perdendo para o lituano Romas Ubartas.
O alemão Lars Riedel dominou a prova nos anos 1990. Ele havia sido campeão mundial em 1991, mas sequer chegou à final em Barcelona. Voltou a vencer os mundiais de 1993, 1995, 1997 e 2001 e conquistou o ouro em Atlanta-1996 com recorde olímpico de 69,40 m, quase três metros melhor que o medalhista de prata. Em Sydney-2000, Riedel, o lituano Virgilijus Alekna e o sul-africano Frantz Kriger fizeram uma final disputadíssima, com muitas trocas de liderança até que Alekna, com 69,30m, ficou com o ouro.
Em Atenas-2004, um fato muito curioso aconteceu. O húngaro Róbert Fazekas venceu com 70,93 m contra 69,89 m de Alekna, mas após a final Fazekas não conseguiu entregar urina suficiente para o exame antidoping, se recusando a fornecer mais do que os 25 ml que tinha entregue. Com isso, ele foi desclassificado e o ouro ficou com Alekna.
A vitória em Pequim-2008 ficou com o estoniano Gerd Kanter, campeão mundial em 2007, com 68,82 m. Já em Londres-2012, o ouro foi para o alemão Robert Harting com 68,27 m. Harting havia vencido os Mundiais de 2009 e 2011 e ainda venceria em 2013. Ele seguia entre os favoritos para o Rio-2016, mas não conseguiu nem pegar vaga na final. Ainda assim, o ouro ficou em família, pois seu irmão Christoph Harting fez a prova da vida e venceu com 68,37 m.
Medalhistas do lançamento de disco masculino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Atenas 1896 | Bob Garrett | USA | Panagiotis Paraskevopoulos | GRE | Sotirios Versis | GRE |
Paris 1900 | Rudolf Bauer | HUN | František Janda-Suk | BOH | Dick Sheldon | USA |
St. Louis 1904 | Martin Sheridan | USA | Ralph Rose | USA | Nikolaos Georgantas | GRE |
Atenas 1906 | Martin Sheridan | USA | Nikolaos Georgantas | GRE | Verner Järvinen | FIN |
Londres 1908 | Martin Sheridan | USA | Merritt Giffin | USA | Bill Horr | USA |
Estocolmo 1912 | Armas Taipale | FIN | Dick Byrd | USA | Jim Duncan | USA |
Antuérpia 1920 | Elmer Niklander | FIN | Armas Taipale | FIN | Gus Pope | USA |
Paris 1924 | Bud Houser | USA | Vilho Niittymaa | FIN | Tom Lieb | USA |
Amsterdã 1928 | Bud Houser | USA | Antero Kivi | FIN | Jim Corson | USA |
Los Angeles 1932 | John Anderson | USA | Henri LaBorde | USA | Paul Winter | FRA |
Berlim 1936 | Ken Carpenter | USA | Gordon Dunn | USA | Giorgio Oberweger | ITA |
Londres 1948 | Adolfo Consolini | ITA | Giuseppe Tosi | ITA | Fortune Gordien | USA |
Helsinque 1952 | Sim Iness | USA | Adolfo Consolini | ITA | Jim Dillion | USA |
Melbourne 1956 | Al Oerter | USA | Fortune Gordien | USA | Des Koch | USA |
Roma 1960 | Al Oerter | USA | Rink Babka | USA | Dick Cochran | USA |
Tóquia 1964 | Al Oerter | USA | Ludvík Daněk | TCH | Dave Weill | USA |
Cidade do México 1968 | Al Oerter | USA | Lothar Milde | GDR | Ludvík Daněk | TCH |
Munique 1972 | Ludvík Daněk | TCH | Jay Silvester | USA | Ricky Bruch | SWE |
Montreal 1976 | Mac Wilkins | USA | Wolfgang Schmidt | GDR | John Powell | USA |
Moscou 1980 | Viktor Rashchupkin | URS | Imrich Bugár | TCH | Luis Delís | CUB |
Los Angeles 1984 | Rolf Danneberg | FRG | Mac Wilkins | USA | John Powell | USA |
Seul 1988 | Jürgen Schult | GDR | Romas Ubartas | URS | Rolf Danneberg | FRG |
Barcelona 1992 | Romas Ubartas | LTU | Jürgen Schult | GER | Roberto Moya | CUB |
Atlanta 1996 | Lars Riedel | GER | Uladzimir Dubroushchyk | BLR | Vasil Kapiukh | BLR |
Sydney 2000 | Virgilijus Alekna | LTU | Lars Riedel | GER | Frantz Kruger | RSA |
Atenas 2004 | Virgilijus Alekna | LTU | Zoltán Kővágó | HUN | Aleksander Tammert | EST |
Pequim 2008 | Gerd Kanter | EST | Piotr Małachowski | POL | Virgilijus Alekna | LTU |
Londres 2012 | Robert Harting | GER | Ehsan Haddadi | IRI | Gerd Kanter | EST |
Rio 2016 | Christoph Harting | GER | Piotr Małachowski | POL | Daniel Jasinski | GER |
Quadro de medalhas do lançamento de disco masculino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 14 | 9 | 13 | 36 |
Alemanha | 3 | 2 | 1 | 6 |
Lituânia | 3 | 0 | 1 | 4 |
Finlândia | 2 | 3 | 1 | 6 |
Tchecoslováquia | 1 | 2 | 1 | 4 |
Itália | 1 | 2 | 1 | 4 |
Alemanha Oriental | 1 | 2 | 0 | 3 |
Hungria | 1 | 1 | 0 | 2 |
União Soviética | 1 | 1 | 0 | 2 |
Estônia | 1 | 0 | 2 | 3 |
Alemanha Ocidental | 1 | 0 | 1 | 2 |
Grécia | 0 | 2 | 2 | 4 |
Polônia | 0 | 2 | 0 | 2 |
Belarus | 0 | 1 | 1 | 2 |
Bohemia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Irã | 0 | 1 | 0 | 1 |
Cuba | 0 | 0 | 2 | 2 |
França | 0 | 0 | 1 | 1 |
África do Sul | 0 | 0 | 1 | 1 |
Suécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
A prova
Lançamento de disco é uma modalidade esportiva olímpica do atletismo. O objetivo da prova consiste em lançar um disco de metal à maior distância possível, superando os demais competidores. Assim como o lançamento de martelo e o lançamento de dardo, esses esportes são chamados oficialmente de lançamento. Somente o arremesso de peso é chamado de arremesso, devido ao fato do peso ser empurrado e os demais serem projetados com características diferentes.
O disco usado é um prato de metal com a forma de um círculo com o diâmetro de 22 cm. Na prova masculina, o disco mede entre 219 e 221 mm de diâmetro e de 44 a 46 mm de espessura e pesa 2 kg. Na modalidade feminina, mede entre 180 e 182 mm de diâmetro e de 37 a 39 mm de espessura, pesando 1 kg. O lançamento é feito de dentro de um círculo de 2,5 m de diâmetro no chão, margeado por um anteparo de concreto de 2 cm de altura. O atleta segura o disco plano contra os dedos da mão e o antebraço do lado do lançamento, gira sobre si mesmo rapidamente e lança o disco ao ar estendendo o braço. Para melhorar a pegada é permitido o uso de uma substância adequada nas mãos e pode ser usado um cinturão para proteger a coluna.
Para a medição da distância lançada, o disco precisa aterrar dentro de uma área pré-marcada e o atleta não pode deixar o círculo antes do disco cair, e sempre pela metade traseira do círculo. Caso pise fora dele durante o lançamento ou antes do disco tocar o solo, o lançamento é impugnado. Normalmente os atletas dão uma volta e meia com o corpo como impulso e em cada competição são feitos entre quatro e seis lançamentos. No caso de empate, o desempate é feito pela segunda maior marca e assim sucessivamente.