Lançamento de disco feminino
Lançamento de disco feminino – Atletismo – Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Recordes do lançamento de disco feminino
Chances do Brasil no lançamento de disco feminino
Andressa de Morais e Izabela da Silva são as representantes brasileiras na competição. Andressa conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, mas foi desclassificada por doping. Com o adiamento dos Jogos Olímpicos por conta da pandemia, conseguiu uma chance para competir em Tóquio.
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O Brasil no lançamento de disco feminino nos Jogos Olímpicos
A primeira participação olímpica brasileira na prova foi apenas em Atenas-2004, com Elisângela Adriano. Na quali, ela terminou na 26ª posição com 58,13 m, sem passar para a final. Ela já tinha disputado os Jogos de 1996 no arremesso de peso e voltou a competir no disco em Pequim-2008, terminando em 19º na qualificação com 58,84 m, fora da final.
Duas brasileiras competiram na Rio-2016, sem passar para a final. Andressa de Morais foi 21ª com 57,38 m e Fernanda Borges 31ª com 51,85 m.
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Favoritas no lançamento de disco feminino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
A croata Sandra Perkovic dominou a prova por muitos anos, conquistando dois títulos olímpicos, em Londres-2012 e no Rio-2016, dois Mundiais, em 2013 e 2017, e nada menos que cinco títulos Europeus seguidos, de 2010 a 2018. São 42 vitórias em etapas da Liga Diamante e 11 lançamentos acima dos 70 m na carreira, mas ela não está mais no seu auge.
Duas cubanas agora são as favoritas na prova. Yaime Pérez venceu o Mundial de Doha-2019 com 69,17 m. Campeã mundial Sub 20 em 2010, foi ouro no Pan de Lima-2019 e na Copa Continental de 2018. Já Denia Caballero foi campeã mundial em 2015, bronze no Rio-2016, prata no Mundial de 2019 e ouro no Pan de Toronto-2015.
Esta é uma prova muito disputada e várias outras atletas se alternam nas posições seguintes, podendo beliscar uma medalha.
A francesa Mélina Robert-Michon foi prata na Rio-2016, no Mundial de 2013 e no Europeu de 2014. A alemã Nadine Müller foi prata em dois Europeus, no Mundial de 2011, bronze no de 2015 e 4ª nos Jogos de Londres-2012. A chinesa Bin Feng foi campeã asiática em 2019, 5ª no Mundial de 2019, prata nos Jogos Asiáticos de 2018 e 8ª nos Jogos do Rio.
Vale também ficar de olho na jovem alemã Shanice Craft, campeã mundial Sub 20 em 2012 e bronze nos últimos três Europeus.
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Histórico do lançamento de disco feminino nos Jogos Olímpicos
A prova de lançamento de disco feminino entrou para o programa olímpico em Amsterdã-1928, na estreia das mulheres no atletismo olímpico. A prova estreou junto com os 100 m, 800 m, revezamento 4×100 m e o salto em altura e esteve presente no programa desde então.
A primeira campeã olímpica foi a polonesa Halina Konopacka, que bateu o recorde mundial que era dela mesma, com 39,62 m. Já em Los Angeles-1932, o ouro ficou com a americana Lillian Copeland com 40,58 m, melhorando em relação à prata conquistada na edição anterior. A alemã Gisela Mauermayer bateu seis vezes a marca mundial entre 1935 e 1936 chegando a 48,31 m e ela ficou com o ouro em Berlim-1936 com 47,63 m e ainda levou o título do segundo campeonato europeu em 1938, o primeiro com participação feminina.
Micheline Ostermeyer foi a campeã da primeira edição após a 2ª Guerra, em Londres-1948. A francesa venceu o disco com 41,92 m e ainda foi a primeira atleta a fazer a dobradinha do disco e do arremesso de peso em uma mesma edição olímpica. Em Helsinque-1952, as atletas soviéticas dominaram o pódio, lideradas por Nina Romashkova, campeã com 51,42 m, mas em Melbourne-1956, a checoslovaca Olga Fikotová desbancou as favoritas soviéticas para vencer com 53,69 m, deixando Romashkova com o bronze.
A soviética Tamara Press venceu o Europeu de 1958 e batalhou com Romashkova na final de Roma-1960. Três dias antes, Press havia ficado com o ouro no arremesso de peso, mas na final do disco, a vitória foi de Romashkova com 55,10 m contra 52,59 m de sua compatriota. Exatamente uma semana depois dessa final, Press bateu o recorde mundial com 57,15 m. No ciclo seguinte, ela foi dominante, quebrando mais quatro vezes o recorde mundial e levando mais um título europeu. Nos Jogos de Tóquio-1964, Press levou o ouro com 57,27 m, obtidos na 5ª tentativa e superando em apenas 6 cm a marca da alemã Ingrid Lotz, que ficou com a prata. No dia seguinte, Press venceria mais uma vez o ouro no arremesso de peso.
A alemã ocidental Liesel Westermann era a favorita para a vitória na Cidade do México-1968 junto com a alemã oriental Christine Spielberg, recordista mundial. Mas elas foram superadas pela romena Lia Manoliu, que venceu com 58,28 m, após dois bronzes seguidos.
A soviética Faina Melnik bateu cinco vezes o recorde mundial antes de Munique-1972 e confirmou o favoritismo vencendo o ouro com 66,62 m, numa final que teve quatro recorde olímpicos batidos por três atletas diferentes.
Na sequência, foi a vez da alemã oriental Evelin Schlaak dominar a prova, conquistando os ouros em Montreal-1976 com 69,00 m e em Moscou-1980 com 69,96 m e ainda levando o título europeu em 1978.
Sem as principais forças competindo em Los Angeles-1984, o ouro foi para a holandesa Ria Stalman com 65,36 m. Já em 1988, a alemã oriental Gabriele Reinsch bateu o recorde mundial em julho com 76,80 m, marca que dura até hoje, mas foi mal na final de Seul-1988, terminando em 7º lugar. Mas ainda assim a dobradinha foi para a Alemanha Oriental, com Martina Hellmann, campeã com 72,30 m, e Diana Gansky, prata com 71,88 m.
Após essa fase, a prova do disco passou por uma boa temporada sem um nome favorito, com várias atletas diferentes levando títulos mundiais e olímpicos, como a cubana Maritza Martén em Barcelona-1992 e a alemã Ilke Wyludda em Atlanta-1996. Em Sydney-2000, a vitória foi da bielorrussa Ellina Zvereva, campeã mundial em 1995, que venceu novamente o Mundial no ano seguinte, em 2001. Mais duas atletas foram campeãs olímpicas sem nunca terem vencido um Mundial: a russa Natalya Sadova em Atenas-2004 e a americana Stephanie Brown Trafton, uma grande zebra em Pequim-2008.
Aí veio Sandra Perkovic. A croata voltou a colocar o disco em evidência com marcas expressivas, muitas acima dos 70 m, algo que tinha ficado raro nos 20 anos anteriores. Ela venceu o Europeu de 2010 e 2012 e faturou o ouro olímpico em Londres-2012 com 69,11 m. Ela ainda venceu o Mundial de 2013 e os Europeus de 2014 e 2016 antes de conquistar o bicampeonato na Rio-2016, com apenas dois lançamentos válidos, um na quali de 64,81 m e um na final de 69,21 m.
Medalhistas do lançamento de disco feminino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Amsterdã 1928 | Halina Konopacka | POL | Lillian Copeland | USA | Ruth Svedberg | SWE |
Los Angeles 1932 | Lillian Copeland | USA | Ruth Osburn | USA | Jadwiga Wajs | POL |
Berlim 1936 | Gisela Mauermayer | GER | Jadwiga Wajs | POL | Paula Mollenhauer | GER |
Londres 1948 | Micheline Ostermeyer | FRA | Edera Cordiale-Gentile | ITA | Jacqueline Mazéas | FRA |
Helsinque 1952 | Nina Romashkova | URS | Yelizaveta Bagryantseva | URS | Nino Dumbadze | URS |
Melbourne 1956 | Olga Fikotová | TCH | Irina Beglyakova | URS | Nina Romashkova-Ponomaryova | URS |
Roma 1960 | Nina Romashkova-Ponomaryova | URS | Tamara Press | URS | Lia Manoliu | ROU |
Tóquio 1964 | Tamara Press | URS | Ingrid Lotz | GER | Lia Manoliu | ROU |
Cidade do México 1968 | Lia Manoliu | ROU | Liesel Westermann | FRG | Jolán Kleiber-Kontsek | HUN |
Munique 1972 | Faina Melnik | URS | Argentina Menis | ROU | Vasilka Stoeva | BUL |
Montreal 1976 | Evelin Schlaak | GDR | Mariya Vergova | BUL | Gabriele Hinzmann | GDR |
Moscou 1980 | Evelin Jahl | GDR | Mariya Petkova | BUL | Tatyana Lesovaya | URS |
Los Angeles 1984 | Ria Stalman | NED | Leslie Deniz | USA | Florenţa Crăciunescu | ROU |
Seul 1988 | Martina Hellmann | GDR | Diana Gansky | GDR | Tsvetanka Khristova | BUL |
Barcelona 1992 | Maritza Martén | CUB | Tsvetanka Khristova | BUL | Daniela Costian | AUS |
Atlanta 1996 | Ilke Wyludda | GER | Nataliya Sadova | RUS | Elina Zverava | BLR |
Sydney 2000 | Elina Zverava | BLR | Anastasia Kelesidou | GRE | Iryna Yatchanka | BLR |
Atenas 2004 | Nataliya Sadova | RUS | Anastasia Kelesidou | GRE | Věra Pospíšilová-Cechlová | CZE |
Pequim 2008 | Stephanie Brown-Trafton | USA | Olena Antonova | UKR | Song Aimin | CHN |
Londres 2012 | Sandra Perković | CRO | Li Yanfeng | CHN | Yarelis Barrios | CUB |
Rio 2016 | Sandra Perković | CRO | Mélina Robert-Michon | FRA | Denia Caballero | CUB |
Quadro de medalhas do lançamento de disco feminino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
União Soviética | 4 | 3 | 3 | 10 |
Alemanha Oriental | 3 | 1 | 1 | 5 |
Estados Unidos | 2 | 3 | 0 | 5 |
Alemanha | 2 | 1 | 1 | 4 |
Croácia | 2 | 0 | 0 | 2 |
Romênia | 1 | 1 | 3 | 5 |
França | 1 | 1 | 1 | 3 |
Polônia | 1 | 1 | 1 | 3 |
Rússia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Belarus | 1 | 0 | 2 | 3 |
Cuba | 1 | 0 | 2 | 3 |
Tchecoslováquia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Holanda | 1 | 0 | 0 | 1 |
Bulgária | 0 | 3 | 2 | 5 |
Grécia | 0 | 2 | 0 | 2 |
China | 0 | 1 | 1 | 2 |
Itália | 0 | 1 | 0 | 1 |
Ucrânia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Alemanha Ocidental | 0 | 1 | 0 | 1 |
Austrália | 0 | 0 | 1 | 1 |
República Tcheca | 0 | 0 | 1 | 1 |
Hungria | 0 | 0 | 1 | 1 |
Suécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
A prova
Lançamento de disco é uma modalidade esportiva olímpica do atletismo. O objetivo da prova consiste em lançar um disco de metal à maior distância possível, superando os demais competidores. Assim como o lançamento de martelo e o lançamento de dardo, esses esportes são chamados oficialmente de lançamento. Somente o arremesso de peso é chamado de arremesso, devido ao fato do peso ser empurrado e os demais serem projetados com características diferentes.
O disco usado é um prato de metal com a forma de um círculo com o diâmetro de 22 cm. Na prova masculina, o disco mede entre 219 e 221 mm de diâmetro e de 44 a 46 mm de espessura e pesa 2 kg. Na modalidade feminina, mede entre 180 e 182 mm de diâmetro e de 37 a 39 mm de espessura, pesando 1 kg. O lançamento é feito de dentro de um círculo de 2,5 m de diâmetro no chão, margeado por um anteparo de concreto de 2 cm de altura. O atleta segura o disco plano contra os dedos da mão e o antebraço do lado do lançamento, gira sobre si mesmo rapidamente e lança o disco ao ar estendendo o braço. Para melhorar a pegada é permitido o uso de uma substância adequada nas mãos e pode ser usado um cinturão para proteger a coluna.
Para a medição da distância lançada, o disco precisa aterrar dentro de uma área pré-marcada e o atleta não pode deixar o círculo antes do disco cair, e sempre pela metade traseira do círculo. Caso pise fora dele durante o lançamento ou antes do disco tocar o solo, o lançamento é impugnado. Normalmente os atletas dão uma volta e meia com o corpo como impulso e em cada competição são feitos entre quatro e seis lançamentos. No caso de empate, o desempate é feito pela segunda maior marca e assim sucessivamente.