Arremesso de peso feminino
Arremesso de peso feminino – Atletismo – Jogos Olímpicos Tóquio 2020
Recordes do arremesso de peso feminino
Chances do Brasil no arremesso de peso feminino
Geisa Arcanjo representa o Brasil nesta prova, classificada pelo ranking.
Chega como a 30ª melhor colocada na lista da World Athletics. Tem como melhor marca 19,02m, a única dela acima dos 19m, conquistada nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, quando conseguiu a sexta colocação.
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Já ganhou o sul-americano duas vezes e ficou em segundo lugar no ano passado. Nesse ano, voltou a arremessar mais do que 18m pela primeira vez desde a Olimpíada de Londres. Uma ida à final já seria um grande resultado. As chances de medalha são remotas.
Favoritas no arremesso de peso feminino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
A chinesa Gong Lijiao é uma das favoritas no arremesso de peso. Após a era dominada pela neozelandesa Valerie Adams, a chinesa venceu os dois últimos Mundiais em Londres-2017 com 19,94 m e Doha-2019 com 19,55 m. Além disso, ela foi bronze em Pequim-2008, prata em Londres-2012 e 4ª colocada no Rio-2016. Ela está no auge da prova desde 2007, e tem seis medalhas em Mundiais. Além disso, soma dois bronzes em Mundiais indoor, dois ouros e uma prata nos Jogos Asiáticos, várias vitórias no circuito da Liga Diamante e já arremessou 17 vezes acima dos 20,00 m. Foi responsável pelos quatro melhores arremessos de 2019.
Mas o maior nome dessa prova nos últimos anos é o da neozelandesa Valerie Adams. Ela surgiu para o mundo no Mundial Sub 18 de 2001, quando foi ouro aos 16 anos. No ano seguinte, com 17, foi campeã mundial Sub20. Em 2003, participou de seu primeiro mundial adulto em Paris e pegou o 5º lugar e, em 2004, em sua primeira Olimpíada, terminou na 7ª posição em Atenas. A prata no Mundial de 2015 foi seguida de muitos e muitos ouros e um domínio total na modalidade. Adams foi ouro em Pequim-2008 e em Londres-2012 e acabou com a prata no Rio-2016, perdendo a vitória no último arremesso da americana Michelle Carter.
Ela ganhou todos os Mundiais de 2007 a 2014, sendo quatro ao ar livre e quatro indoor, venceu duas vezes a Copa Continental, quatro vezes a extinta World Final, tem três ouros em Jogos da Comunidade Britânica e 35 vitórias na Liga Diamante. De 2006 a 2015, ela ficou invicta por inacreditáveis 106 provas, já passou dos 20 m em 75 ocasiões e tem 40 das 50 melhores marcas desde 2005. Adams ficou sem competir em 2017, quando ficou grávida, e em 2019. Estará com 36 anos em Tóquio.
A americana Michelle Carter foi um ouro muito inesperado nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, vencendo Valerie Adams na última rodada. A neozelandesa tinha 20,42 m, mas a americana conseguiu um 20,63 m na última tentativa. Carter também foi 4ª colocada em Londres-2012 e conquistou dois bronzes em Mundiais em 2015 e 2017. No Mundial indoor, ela foi campeã em casa em 2016 e prata em 2012, mas desde 2017 não conseguiu grandes resultados.
Já a jamaicana Danniel Thomas-Dodd está em ascensão. Foi 4ª no Mundial de 2017, prata no Mundial indoor de 2018 e ouro nos Jogos da Comunidade Britânica no mesmo ano. Já em 2019, conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima com 19,55 m, sua melhor marca pessoal, e pegou a prata no Mundial de Doha. Pode surpreender na Olimpíada de Tóquio
A alemã Christina Schwanitz é outra veterana da prova, mas segue em boa fase. Campeã mundial em 2015 em Pequim, ela ainda foi prata no de 2013 e bronze no de 2019. Tem ainda dois títulos europeus em 2014 e 2016 e foi prata no de 2018. Já atingiu 21 vezes na carreira marcas acima dos 20 m.
A húngara Anita Márton foi bronze no Rio-2016 e prata no Mundial de 2017, além de ter levado o ouro no Mundial indoor de 2018. Tem medalhas em vários europeus e é presença comum em pódios e finais. Também entram na lista pela medalha em Tóquio a americana Chase Ealey, que teve as quatro melhores marcas de 2019 sem contar a chinesa Gong Lijiao, e a camaronesa naturalizada portuguesa Auriol Dongmo, bicampeã africana.
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O Brasil no arremesso de peso feminino nos Jogos Olímpicos
Elizabeth Müller foi a primeira brasileira a competir no arremesso de peso, logo na primeira edição, em Londres-1948. Ela ficou em 13º lugar na qualificação com 11,87 m e não se classificou pra final.
O Brasil só voltou a ter uma atleta na prova com Elisângela Adriano em Atlanta-1996, que ficou em 21º lugar na qualificação com 16,49 m. Elisângela voltou aos Jogos em Atenas-2004, ficando em 18º lugar na quali com 17,44 m.
Geisa Arcanjo competiu em Londres-2012. Na qualificação, ficou em 11º com 18,47 m e melhorou na final, terminando em 8º com 19,02 m. Duas atletas foram desclassificadas por doping depois e Geisa subiu para a 6ª colocação. Ela voltou a competir no Rio-2016 pegando mais uma final. Foi 7ª na qualificação com 18,27 m e 9ª na final com 18,16 m.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
Histórico do arremesso de peso feminino nos Jogos Olímpicos
A prova fez sua estreia olímpica após a 2ª Guerra, em Londres-1948 e foi vencida pela francesa Micheline Ostermeyer, com 13,75 m na final. Curiosamente, no mesmo dia desta prova, a soviética Tatyana Sevryukova bateu o recorde mundial em Moscou com 14,59 m. Ostermeyer foi a primeira atleta a vencer o peso e o lançamento de disco numa mesma Olimpíada.
Quatro ouros soviéticos vieram na sequência, com Galina Zybina em Helsinque-1952, com recorde mundial de 15,28 m, com Tamara Tyshkevich em Melbourne-1956 com 16,59 m, prata para Zybina, e duas vitórias seguidas de Tamara Press, em Roma-1960 com 17,32 m e em Tóquio-1964 com 18.14 m. Press também levou o ouro no lançamento de disco em 1964, a segunda da história a realizar o feito.
As marcas da prova foram subindo rapidamente. Zybina quebrou a marca oito vezes entre 1952 e 1956 e Press seis vezes entre 1959 e 1965.
O ouro na Cidade do México-1968 ficou com a alemã oriental Margitta Gummel. Ela havia batido o recorde mundial um mês antes dos Jogos e na prova olímpica repetiu o feito duas vezes, com 19,07 m na 3ª tentativa e 19,61 m na 5ª.
A soviética Nadezhda Chizhova era a campeã europeia, mas acabou com o bronze nesta prova com 18,19 m. Ela venceu mais três vezes o Europeu e as marcas dispararam. Chizhova foi ouro em Munique-1972 com a excelente marca de 21,03 m, seu 7º recorde mundial. Em Montreal-1976, Chizhova perdeu a final para a búlgara Ivanka Khristova, que venceu com 21,16 m contra 20,96 m da soviética.
Já em Moscou-1980, a vitória foi da alemã oriental Ilona Slupianek com inacreditáveis 22,41 m, ficando a apenas 4 cm do seu próprio recorde mundial batido dois meses antes. Já em Los Angeles-1984, a vitória foi da alemã ocidental Claudia Losch, com 20.48 m.
A soviética Natalya Lisovskaya subiu um pouco mais o nível da prova batendo mais três vezes o recorde mundial, até chegar em 22,63 m em 1987, uma marca inalcançável nos dias de hoje. Lisovskaya levou o ouro em Seul-1988 com 22,24 m. Ela se casou com Yuriy Sedykh, que é a recordista mundial do lançamento de martelo.
Após essa leva de grandes arremessadoras, as marcas caíram e eram raros os arremessos acima de 20 m. A alemã Astrid Kumbernuss foi campeã mundial em 1995, depois levou o ouro em Atlanta-1996 com 20.56 m e ainda faturou mais dois títulos mundiais em 1997 e 1999. Em Sydney-2000, o ouro foi para a bielorrussa Yanina Korolchik com 20,56 m, enquanto Kumbernuss ficou com o bronze.
Em Atenas-2004, o ouro no campo ficou com a russa Irina Korzhanenko com 21,06 m, mas cinco dias depois ela foi pega no antidoping e foi banida do esporte pro resto da vida. A medalha ficou com a cubana Yumileidi Cumbá com 19,59 m.
A neozelandesa Valerie Adams venceu seu primeiro Mundial em 2007 e levou o ouro em Pequim-2008 com 20,56 m, seguida de duas bielorrussas que foram desclassificadas por doping oito anos depois. Adams venceu mais dois mundiais em 2009 e 2011 e faturou o bicampeonato olímpico em Londres-2012 com 20,70 m. Só que o bi só veio uma semana depois da final, já que a bielorrussa Nadzeya Ostapchuk, que havia vencido com 21,36 m, foi pega no doping. Adams venceria seu quarto título mundial com o ouro em 2013, em Moscou.
Uma lesão a tirou do Mundial de 2015, mas voltou com força em 2016. Na Rio-2016, Adams foi a melhor na qualificação e ia para o tricampeonato olímpico com 20,42 m obtidos na 2ª tentativa. Só que na última rodada, a americana Michelle Carter tirou um 20,63 m do bolso e roubou a liderança da neozelandesa, que tinha uma última chance. Adams tentou, mas fez 20,39 m e acabou com a prata.
Medalhistas do arremesso de peso feminino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Londres 1948 | Micheline Ostermeyer | FRA | Amelia Piccinini | ITA | Ine Schäffer | AUT |
Helsinque 1952 | Galina Zybina | URS | Marianne Werner | GER | Klavdiya Tochonova | URS |
Montreal 1956 | Tamara Tyshkevich | URS | Galina Zybina | URS | Marianne Werner | GER |
Roma 1960 | Tamara Press | URS | Johanna Lüttge | GER | Earlene Brown | USA |
Tóquio 1964 | Tamara Press | URS | Renate Garisch-Culmberger | GER | Galina Zybina | URS |
Cidade do México 1968 | Margitta Gummel | GDR | Marita Lange | GDR | Nadezhda Chizhova | URS |
Munique 1972 | Nadezhda Chizhova | URS | Margitta Gummel | GDR | Ivanka Khristova | BUL |
Montreal 1976 | Ivanka Khristova | BUL | Nadezhda Chizhova | URS | Helena Fibingerová | TCH |
Moscou 1980 | Ilona Slupianek | GDR | Esfir Krachevskaya | URS | Margitta Pufe | GDR |
Los Angeles 1984 | Claudia Losch | FRG | Mihaela Loghin | ROU | Gael Martin | AUS |
Seul 1988 | Nataliya Lisovskaya | URS | Kathrin Neimke | GDR | Li Meisu | CHN |
Barcelona 1992 | Svetlana Krivelyova | EUN | Huang Zhihong | CHN | Kathrin Neimke | GER |
Atlanta 1996 | Astrid Kumbernuss | GER | Sui Xinmei | CHN | Irina Khudoroshkina | RUS |
Sydney 2000 | Yanina Karolchyk | BLR | Larisa Peleshenko | RUS | Astrid Kumbernuss | GER |
Atenas 2004 | Yumileidi Cumbá | CUB | Nadine Kleinert | GER | — | — |
Pequim 2008 | Valerie Vili | NZL | Misleydis González | CUB | Gong Lijiao | CHN |
Londres 2012 | Valerie Adams | NZL | Gong Lijiao | CHN | Li Ling | CHN |
Rio 2016 | Michelle Carter | USA | Valerie Adams | NZL | Anita Márton | HUN |
Quadro de medalhas do arremesso de peso feminino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
União Soviética | 6 | 3 | 3 | 12 |
Alemanha Oriental | 2 | 3 | 1 | 6 |
Nova Zelândia | 2 | 1 | 0 | 3 |
Alemanha | 1 | 4 | 3 | 8 |
Cuba | 1 | 1 | 0 | 2 |
Bulgária | 1 | 0 | 1 | 2 |
Estados Unidos | 1 | 0 | 1 | 2 |
Belarus | 1 | 0 | 0 | 1 |
França | 1 | 0 | 0 | 1 |
Equipe Unificada | 1 | 0 | 0 | 1 |
Alemanha Ocidental | 1 | 0 | 0 | 1 |
China | 0 | 3 | 3 | 6 |
Rússia | 0 | 1 | 1 | 2 |
Itália | 0 | 1 | 0 | 1 |
Romênia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Austrália | 0 | 0 | 1 | 1 |
Áustria | 0 | 0 | 1 | 1 |
Tchecoslováquia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Hungria | 0 | 0 | 1 | 1 |
A prova
Arremesso de peso é uma modalidade olímpica de atletismo, onde os atletas competem para arremessar uma bola de metal o mais longe possível. As qualidades principais do atleta campeão são a força e a aceleração. Ao contrário do lançamento de dardo, lançamento de martelo e lançamento de disco, este esporte é chamado oficialmente de arremesso devido ao fato do peso ser empurrado e os demais serem projetados com características diferentes.
A bola oficial masculina tem uma massa de 7,26 kg e é geralmente feita de bronze ou ferro fundido e chumbo, possuindo cerca de 12 cm de diâmetro. Na categoria feminina ela pesa 4 kg e o seu diâmetro é de 9 cm aproximadamente.
O arremessador tem uma área restrita circular de diâmetro 2,135 m (7 pés) para se locomover, com um anteparo semicircular de concreto ou madeira de 10 cm de altura no limite frontal dela; no início do lançamento, o peso deve estar colocado entre o ombro e o pescoço do atleta e arremessado com as pontas dos dedos, e não com a palma da mão. Durante o lançamento, o atleta deve rodar sobre si mesmo e arremessar (técnica com giro). A marca obtida em cada arremesso é medida a partir do primeiro lugar onde o peso bate no chão, dentro de um setor pré-determinado com 35° de abertura; o atleta não pode tocar no anteparo do chão, nem ultrapassá-lo com o pé e o arremesso deve ser sempre feito numa linha acima do ombro. Caso ele deixe o círculo antes do peso tocar o solo ou se retirar dele pela frente ou pelo lado, o arremesso é invalidado.
Em competições oficiais, se houver até oito competidores participando, cada atleta tem direito a seis lançamentos. Quando há mais de oito, cada um tem direito a três lançamentos e somente os oito primeiros fazem mais três lançamentos. A posição na classificação é determinada pela distância obtida no maior arremesso válido; em, caso de empate, vale a segunda maior marca do atleta.
A técnica do giro, a mais usada atualmente, em que o atleta faz o movimento giratório com o corpo semelhante ao lançamento de disco conseguindo maior impulsão, foi primeiramente usada pelo soviético Aleksandr Baryshnikov no começo da década de 1970, depois de criada por seu técnico Viktor Alexeyev; com ela, Baryshnikov conquistou o recorde mundial da modalidade em 1976, fazendo a marca de 22,00 metros.