800m masculino
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Chances do Brasil
O melhor nome do país nos 800m masculino é Thiago André, que foi finalista no Mundial de 2017, em Londres, mas não se classificou para o Mundial de Doha em 2019.
Ele fez 1min45s10 em 2018, tempo melhor que o índice para se classificar para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, mas em 2019 sua melhor marca foi apenas 1min47s74, precisando ainda melhorar.
+ Confira um perfil completo de Thiago André e sua caminhada até a Olimpíada de Tóquio 2020
Entretanto, em 2021, o corredor conseguiu a classificação para os Jogos ao marcar 1min44s92, superando o índice de 1min45s20. O recorde pessoal do atleta é de 1min44s81, obtido em São Bernardo do Campo (SP), em 2017.
Os Favoritos
David Rudisha não compete desde julho de 2017, mas já admitiu que quer buscar o inédito tricampeonato dos 800m masculino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. O melhor tempo de 2019 foi de Nijel Amos, de Botsuana, atual campeão africano e prata em Londres-2012. Ele acabou não participando do Mundial de Doha em 2019. A superequipe queniana não pode ser esquecida com nomes fortes como Ferguson Cheruyiot Rotich, bronze no último Mundial, e Timothy Cheruiyot.
Mas o grande nome do ano passado foi o americano campeão mundial Donavan Brazier, que voou na final em Doha com 1:42.34, recorde do campeonato e da América do Norte e Central. Nunca um americano havia vencido os 800m em um Mundial. O americano Clayton Murphy, o canadense Marco Arop, ouro no Pan de Lima e o porto-riquenho Wesley Vázquez são outras boas apostas das Américas.
Entre os europeus, destaque para o bósnio Amel Tuka, atual vice mundial, e para os poloneses Adam Kszczot, atual tricampeão europeu, e Marcin Lewandowski.
O Brasil nos Jogos
O único ouro da história do Brasil na pista veio na prova dos 800m masculino, apenas nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984 com Joaquim Cruz. Mas o primeiro brasileiro a competir numa Olimpíada foi Narciso Costa, em Paris-1924, mas ele não avançou de fase. O Brasil voltou a competir em Los Angeles-1932, com Nestor Gomes e Domingos Puglisi, que também não avançaram.
Após um longuíssimo hiato de 48 anos, o Brasil voltou a ter um representante nos 800m e a medalha não veio por muito pouco. Agberto Guimarães fez 1min48s2 na primeira rodada dos Jogos Olímpicos de Moscou-1980, ficando em terceiro na sua bateria, depois foi terceiro na sua semifnal com 1min46s9 e na decisão marcou 1min46s2, terminando em quarto lugar, a apenas 0s2 do pódio, em prova com dobradinha britânica com Steve Ovett e Sebastian Coe.
Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984 foi a vez de Joaquim Cruz brilhar. Numa campanha brilhante, ele fez o melhor tempo da primeira rodada com 1min45s66, venceu sua bateria de quartas com 1min44s84, foi o melhor na semifinal com 1min43s82 e voou na decisão para levar o ouro com 1min43s00, assumindo a liderança na última curva, deixando o britânico Sebastian Coe com a prata com 1min43s64. Outros dois brasileiros chegaram às semifinais: Agberto Guimarães e José Luiz Barbosa, o Zequinha Barbosa.
Quatro anos depois, nos Jogos Olímpicos de Seul-1988, Joaquim Cruz chegou muito forte e atingiu a final ao lado de Zequinha Barbosa. Os dois foram para frente na primeira volta, mas acabaram passando forte demais. Zequinha foi ficando pra trás, enquanto Cruz se manteve na frente, mas acabou ultrapassado pelo queniano Paul Ereng, que venceu. Joaquim Cruz foi prata com 1min43s90 e Zequinha sexto com 1min46s39.
Na Olimpíada de Barcelona-1992, Zequinha Barbosa foi o único brasileiro na prova. Ele venceu sua bateria de primeira rodada com 1min46s16, foi segundo na sua semifinal com 1min45s32 e bateu na trave na decisão com o quarto lugar, com 1min45s06. Zequinah disputou sua 4ª Olimpíada em Atlanta-1996, parando nas semifinais.
Osmar dos Santos chegou às semifinais de Sydney-2000 e de Atenas-2004, assim como Fabiano Peçanha em Pequim-2008 e em Londres-2012 e Kleberson Davide no Rio-2016.
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Histórico dos 800m masculino nos Jogos Olímpicos
Presente desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos em Atenas-1896, a prova dos 800m masculino foi dominada até a Olimpíada de Munique-1972 por países de língua inglesa, como Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia. Já mais recentemente o domínio é africano.
O primeiro campeão dos 800m masculino nos Jogos Olímpicos foi o australiano Edwin Flack, que marcou 2min1s.0 no Estádio Panathinaiko. Na edição seguinte, em Paris-1900, o americano David Hall foi o primeiro a baixar dos 2min, marcando 1min59s0 nas eliminatórias, mas ele ficou com o bronze, perdendo para o britânico Alfred Tysoe na final. Três americanos venceram na sequência e depois o domínio foi todo britânico, liderado por Douglas Lowe, o primeiro bicampeão da prova em Paris-1924 e Amsterdã-1928. Em Los Angeles-1932 a vitória ficou com o britânico Tommy Hampson, que foi o primeiro a baixar dos 1min50s na história, ao levar o ouro com 1min49s7. Após a 2ª Guerra, o americano Mal Whitfield chegou com tudo e se tornou bicampeão olímpico em Berlim-1948 e Helsinque-1952.
Nos anos 1960, foi a vez do neozelandês Peter Snell brilhar nos 800m masculino. Considerado o maior atleta de seu país no Século XX, ele esteve entre os 24 primeiros atletas incluídos no Hall do Fama do Atletismo mundial. Apesar de uma carreira esportiva bem curta, de 5-6 anos, Snell foi extremamente vencedor e bateu cinco recordes mundiais. O seu recorde dos 800m masculino é até hoje o recorde nacional da Nova Zelândia.
Nos Jogos Olímpicos de Munique-1972, o ouro dos 800m masculino ficou com o americano Dave Wottle numa final espetacular contra o soviético Yevgeniy Arzhanov. Wottle marcou 1min45s86 contra 1min45s89 do soviético. Wottle foi o último americano a vencer os 800m masculino numa Olimpíada. Em Montreal-1976, foi a vez do cubano Alberto Juantorena vencer o ouro e repetir o topo do pódio 4 dias depois nos 400m, o único a vencer as duas provas em uma mesma Olimpíada na história.
Na Olimpíada de Moscou-1980, uma final muito tática viu uma dobradinha britânica com dois grandes atletas: Steve Ovett e Sebastian Coe. Ovett venceu com 1min45s4 contra 1min45s9 de Coe. Agberto Guimarães ficou muito próximo de uma medalha nos 800m masculino, ao terminar em quarto com 1min46s2, a 0.2 do bronze.
Quatro anos depois, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984, Joaquim Cruz foi espetacular e faturou o único ouro brasileiro da história em uma prova de pista. Numa final contra os dois britânicos medalhistas quatro anos antes e contra dois fortíssimos quenianos, Cruz soube dosar e, na última curva, passou o Edwin Koech e foi para o ouro com 1min43s00, novo recorde olímpico dos 800m masculino.
Na Olimpíada de Seul-1988, dois brasileiros chegaram à decisão dos 800m masculino pela primeira vez. Joaquim Cruz e Zequinha Barbosa foram pra frente na primeira volta, mas acabaram ultrapassados pelo queniano Paul Ereng, que venceu com 1min43s55 contra 1min43s90 de Cruz, medalha de prata. Zequinha Barbosa acabou em sexto. Foi o primeiro título africano da prova.
A partir daí, os africanos foram presença constante no pódio. O queniano William Tanui venceu os 800m masculino nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992 com 1min43s66 com dobradinha de seu país. Em Atlanta-1996, o norueguês Vebjoern Rodal foi o campeão com 1min42s58, baixando o recorde olímpico de Joaquim Cruz.
Na Olimpíada de Sydney-2000, o ouro dos 800m masculino ficou com o alemão Nils Schumann, que foi ouro com 1min45s08, surpreendendo o favoritíssimo dinamarquês de origem queniana recordista mundial Wilson Kipketer, que vinha com três vitórias seguidas no Mundiais de 1995, 1997 e 1999, mas nunca conquistou um ouro olímpico.
O queniano David Rudisha voou na decisão dos Jogos Olímpicos de Londres-2012, batendo o seu próprio recorde mundial na final com um espetacular 1min40s91 e viria a repetir o feito no Rio-2016 com 1min42s15.
Os Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Atenas-1896 | Edwin Flack AUS | Nándor Dáni HUN | Dimitrios Golemis GRE |
Paris-1900 | Alfred Tysoe GBR | John Cregan USA | David Hall USA |
St. Louis-1904 | Jim Lightbody USA | Howard Valentine USA | Emil Breitkreutz USA |
Londres-1908 | Mel Sheppard USA | Emilio Lunghi ITA | Hanns Braun GER |
Estocolmo-1912 | Ted Meredith USA | Mel Sheppard USA | Ira Davenport USA |
Antuérpia-1920 | Albert Hill GBR | Earl Eby USA | Bevil Rudd RSA |
Paris-1924 | Douglas Lowe GBR | Paul Martin SUI | Schuyler Enck USA |
Amsterdã-1928 | Douglas Lowe GBR | Erik Byléhn SWE | Hermann Engelhard GER |
Los Angeles-1932 | Tommy Hampson GBR | Alex Wilson CAN | Phil Edwards CAN |
Berlim-1936 | John Woodruff USA | Mario Lanzi ITA | Phil Edwards CAN |
Londres-1948 | Mal Whitfield USA | Arthur Wint JAM | Marcel Hansenne FRA |
Helsinque-1952 | Mal Whitfield USA | Arthur Wint JAM | Heinz Ulzheimer GER |
Melbourne-1956 | Tom Courtney USA | Derek Johnson GBR | Audun Boysen NOR |
Roma-1960 | Peter Snell NZL | Roger Moens BEL | George Kerr BWI |
Tóquio-1964 | Peter Snell NZL | Bill Crothers CAN | Wilson Kiprugut KEN |
Cidade do México-1968 | Ralph Doubell AUS | Wilson Kiprugut KEN | Tom Farrell USA |
Munique-1972 | Dave Wottle USA | Yevhen Arzhanov URS | Mike Boit KEN |
Montreal-1976 | Alberto Juantorena CUB | Ivo Van Damme BEL | Rick Wohlhuter USA |
Moscou-1980 | Steve Ovett GBR | Sebastian Coe GBR | Nikolay Kirov URS |
Los Angeles-1984 | Joaquim Cruz BRA | Sebastian Coe GBR | Earl Jones USA |
Seul-1988 | Paul Ereng KEN | Joaquim Cruz BRA | Saïd Aouita MAR |
Barcelona-1992 | William Tanui KEN | Nixon Kiprotich KEN | Johnny Gray USA |
Atlanta-1996 | Vebjørn Rodal NOR | Hezekiél Sepeng RSA | Frederick Onyancha KEN |
Sydney-2000 | Nils Schumann GER | Wilson Kipketer DEN | Djabir Saïd-Guerni ALG |
Atenas-2004 | Yuriy Borzakovskiy RUS | Mbulaeni Mulaudzi RSA | Wilson Kipketer DEN |
Pequim-2008 | Wilfred Bungei KEN | Ismail Ahmed Ismail SUD | Alfred Kirwa Yego KEN |
Londres-2012 | David Rudisha KEN | Nijel Amos BOT | Timothy Kitum KEN |
Rio-2016 | David Rudisha KEN | Taoufik Makhloufi ALG | Clayton Murphy USA |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 8 | 4 | 9 | 21 |
2 | Grã-Bretanha | 6 | 3 | 0 | 9 |
3 | Quênia | 5 | 2 | 5 | 12 |
4 | Austrália | 2 | 0 | 0 | 2 |
5 | Noav Zelândia | 2 | 0 | 0 | 2 |
6 | Brasil | 1 | 1 | 0 | 2 |
7 | Alemanha | 1 | 0 | 3 | 4 |
8 | Noruega | 1 | 0 | 1 | 2 |
9 | Cuba | 1 | 0 | 0 | 1 |
9 | Rússia | 1 | 0 | 0 | 1 |
11 | Canadá | 0 | 2 | 2 | 4 |
12 | África do Sul | 0 | 2 | 1 | 3 |
13 | Bélgica | 0 | 2 | 0 | 2 |
13 | Itália | 0 | 2 | 0 | 2 |
13 | Jamaica | 0 | 2 | 0 | 2 |
16 | Argélia | 0 | 1 | 1 | 2 |
16 | Dinamarca | 0 | 1 | 1 | 2 |
16 | União Soviética | 0 | 1 | 1 | 2 |
19 | Botsuana | 0 | 1 | 0 | 1 |
19 | Hungria | 0 | 1 | 0 | 1 |
19 | Sudão | 0 | 1 | 0 | 1 |
19 | Suécia | 0 | 1 | 0 | 1 |
19 | Suíça | 0 | 1 | 0 | 1 |
24 | França | 0 | 0 | 1 | 1 |
24 | Grécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
24 | Ilhas Orientais Britânicas | 0 | 0 | 1 | 1 |
24 | Marrocos | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
800 metros é uma distância olímpica clássica do atletismo, disputada desde os primeiros Jogos Olímpicosrealizados em Atenas 1896. Consiste em duas voltas na pista oficial de atletismo, que mede 400 metros. É considerada uma prova de meio-fundo. É uma prova que exige grande capacidade psicológica e mental para suportar e aumentar com eficiência a alta velocidade que a distância exige.
O atual recorde mundial e olímpico da prova é do queniano David Rudisha, ao conquistar a medalha de ouro em Londres 2012 com a marca de 1m40s91; nesta final olímpica, considerada a maior prova de 800 m da história, sete dos oito atletas fizeram a sua melhor marca pessoal e vários recordes nacionais foram batidos. Ela é considerada pela Federação Internacional de Atletismo – IAAF, a prova pela qual os Jogos Olímpicos de Londres de 2012 serão lembrados no futuro. Entre as mulheres, o recorde mundial – 1:53.28 – pertence à tcheca Jarmila Kratochvilovadesde 26 de julho de 1983 e é o mais antigo recorde mundial existente no atletismo; o recorde olímpico, da soviética Nadiya Olizarenko – 1:53:43 – de Moscou 1980, se mantém em vigor há 35 anos.