5000m feminino
Calendário
Recordes
O Brasil nos Jogos
Roseli Machado competiu pelo Brasil logo na estreia da prova, em Atlanta-1996. A brasileira foi 9ª na sua bateria eliminatória com 15:41.63 e não avançou para a final. Esta é a única participação brasileira na história olímpica. Em 4 de abril de 2021, Roseli veio a falecer, assim como milhares de brasileiros, vítima da Covid-19. A atleta tinha 52 anos.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
As Favoritas
Desde 2003, todos os títulos mundiais ou olímpicos da prova ficaram entre Quênia e Etiópia. Todas as medalhas olímpicas desde Atenas-2004 e todos os ouros e pratas dos mundiais desde 2005 foram para esses dois países.
Sendo assim, é de se esperar mais uma vez uma disputa entre as duas potências africanas das provas de fundo, que só definirão as suas equipes mais próximas dos Jogos.
Pelo Quênia, o principal nome é Hellen Obiri. Prata no Rio-2016, ela ainda foi bicampeã mundial em 2017 e 2019, quando venceu com recorde do campeonato mundial. Obiri fez os melhores tempos do mundo nos anos de 2017, 2018 e 2019 e tem o segundo melhor tempo de 2020. A campeã olímpica no Rio, Vivian Cheruiyot, só compete em provas de rua e irá disputar apenas na maratona em Tóquio.
Já pela Etiópia, o principal nome é Letesenbet Gidey. Bicampeã mundial júnior de cross-country, Gidey foi prata nos 10.000 m no último Mundial, mas ela entrou nesta lista por ter batido o recorde mundial em outubro de 2020 em uma prova na Espanha com 14:06.62.
São poucas as atletas que podem entrar nessa briga. A holandesa Sifan Hassan foi campeã europeia em 2018 e bronze no Mundial de 2017, mas não disputou a prova no de 2019, já que a final caía no mesmo dia dos 1.500 m, prova que venceu. Hassan venceu também os 10.000 m no último Mundial, mas ainda precisa decidir quais provas competirá em Tóquio.
A jovem alemã Konstanze Klosterhalfen beliscou o bronze no Mundial de 2019, se colocando entre as quenianas e etíopes. Com o tempo de 14:26.76, a alemã se tornou a 15ª mais rápida da história e a melhor entre as nascidas na Europa ocidental.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM E NO FACEBOOK
Histórico
Os 5.000 m femininos só entraram no programa olímpico em Atlanta-1996, substituindo os 3.000 m, que já havia sido disputado três vezes, desde Los Angeles-1984.
A chinesa Wang Junxia foi campeã na estreia, nos Estados Unidos, com 14:59.88. Membro do Hall da Fama da Federação Internacional, Wang foi campeã mundial dos 10.000 m em 1993 sob a tutela do técnico Mao Dezhen, que teve acusações por dar doping aos seus atletas.
A romena Gabriela Szabo é uma das grandes fundistas da história e venceu a prova em Sydney-2000 com 14:40.79, baixando o recorde olímpico. Szabo chegou para competir na Austrália como grande favorita, vinda de duas vitórias seguidas nos Mundiais de 1997 e 1999.
Após a vitória da romena, veio o domínio da Etiópia. Meseret Defar é sem dúvida o grande nome da história nos 5.000 m. A etíope venceu em Atenas-2004 com apenas 20 anos com o tempo de 14:45.65, colocando quase três segundos sobre a queniana medalha de prata Isabella Ochichi. O bronze ficou com outro grande nome etíope, Tirunesh Dibaba.
Quatro anos depois, foi a vez de Dibaba vencer em Pequim-2008 uma final bem lenta, com 15:41.40, apesar do favoritismo de Defar, que ganhou o Mundial do ano anterior. Aproveitando o ritmo mais lento, a turca Elvan Abeylegesse passou Defar no finzinho da prova para ficar com a prata. Só que a turca foi pega no doping e Defar subiu pra prata.
Em Londres-2012, a queniana Viviana Cheruiyot chegou como a força a ser batida, após os ouros nos Mundiais de 2009 e de 2011. Mas ela tinha as etíopes pela frente. Dibaba assumiu a liderança com 3.000 m e foi segurando as rivais. Faltando 200 m pro fim, Cheruiyot e Defar a ultrapassaram e Defar faturou o bicampeonato da prova com 15:04.25 contra 15:04.73 da queniana. Defar ainda venceria o Mundial de 2013 em Moscou.
Uma semana antes da decisão do Rio-2016, a etíope Almaz Ayana destruiu o recorde mundial dos 10.000 m e ameaçava conquistar a dobradinha com a vitória nos 5.000 m, feito conseguido apenas por Tirunesh Dibaba em 2008. Ayana vinha também da vitória no Mundial no ano anterior em Pequim. Só que a queniana Vivian Cheruiyot não ia facilitar. Ayana abriu voando e liderou boa parte da prova com uma boa diferença, colocando 25 m sobre as quenianas. No último quilômetro, Cheruiyot e sua compatriota Hellen Obiri foram buscar a etíope, que não aguentou a pressão e foi ultrapassada. Cheruiyot venceu com 14:26.17 contra 14:29.77 de Obiri e 14:33.59 de Ayana. Esta foi a última prova na pista de Cheruiyot, que agora se dedica exclusivamente às corridas de rua.
As Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Jogos Ouro | Prata | Bronze | |
Atlanta 1996 | Wang Junxia CHN | Pauline Konga KEN | Roberta Brunet ITA |
Sydney 2000 | Gabriela Szabo ROU | Sonia O’Sullivan IRL | Gete Wami ETH |
Atenas 2004 | Meseret Defar ETH | Isabella Ochichi KEN | Tirunesh Dibaba ETH |
Pequim 2008 | Tirunesh Dibaba ETH | Meseret Defar ETH | Sylvia Kibet KEN |
Londres 2012 | Meseret Defar ETH | Vivian Cheruiyot KEN | Tirunesh Dibaba ETH |
Rio 2016 | Vivian Cheruiyot KEN | Hellen Obiri KEN | Almaz Ayana ETH |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Etiópia | 3 | 1 | 4 | 8 |
2 | Quênia | 1 | 4 | 1 | 6 |
3 | China | 1 | 0 | 0 | 1 |
3 | Romênia | 1 | 0 | 0 | 1 |
5 | Irlanda | 0 | 1 | 0 | 1 |
6 | Itália | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
5000 metros é uma modalidade olímpica de atletismo é uma das corridas de fundo disputadas em pista, com um total de 12½ voltas em torno da pista padrão de 400 metros do estádio.
Os antigos gregos já organizavam corridas de resistência semelhantes às corridas de longa distância atuais. Durante o século XIX, corridas em distâncias semelhantes eram realizadas como apostas nos Estados Unidos e na Inglaterra.[1] A prova entrou no programa olímpico em Estocolmo 1912, com a vitória do finlandês Hannes Kolehmainen.
Introduzida no programa olímpico para mulheres em Atlanta 1996, em substituição aos 3000 metros e equiparando as mulheres aos homens, a primeira campeã olímpica foi a chinesa Wang Junxia.