400m masculino
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+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
Os Favoritos
Atualmente o continente americano domina a prova dos 400m masculino e deve manter a soberania nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Sete dos oito finalistas do último Mundial eram do continente. Steven Gardiner, de Bahamas, é o atual campeão mundial com ótimos 43s48 e foi seguido em Doha pelo colombiano Anthony Zambrano com 44s15, novo recorde sul-americano. Zambrano ainda venceu em 2019 o Pan de Lima.
Os Estados Unidos passam por uma renovação nos 400m masculino e nenhum dos grandes nomes está mais em atividade. Ainda assim conta com uma ótima equipe que tem Michael Norman, melhor tempo de 2019 com 43s45, e Fred Kerley, bronze no último mundial. Campeão olímpico em 2012, o granadino Kirani James foi finalista no Mundial e pode surpreender nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
Na Europa, temos os irmãos belgas Kevin e Jonathan Borlée, atuais prata e bronze europeus em 2018 nos 400m masculino. Entre os africanos, de olho na ótima equipe de Botsuana, liderados por Nijel Amos, e no queniano Emmanuel Korir. Atual campeão, o sul-africano Wayde van Niekerk ficou afastado em 2018 e 2019 por lesão e seu retorno ainda é incerto para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020.
O Brasil nos Jogos
O primeiro brasileiro a competir na nos 400m masculino foi Narcios Costa, nos Jogos Olímpicos de Paris-1924, que parou ainda na 1ª rodada. Só em Los Angeles-1932 que outro brasileiro competiu nos 400m. Domingos Puglisi fez 50.8 na 1ª rodada e 50.1 nas quartas de final, não avançando.
O primeiro semifinalista brasileiro foi Rosalvo Ramos, na Olimpíada de Londres-1948. Ele fez 49.2 na 1ª rodada, 48.7 nas quartas e parou na semi com 49.1, 5º na sua bateria.
Depois de muitas edições com nenhum brasileiro avançando, foi apenas nos Jogos Olímpicos de Seul-1988 que Gerson Souza obteve um bom resultado. Ele venceu a sua eliminatória na 1ª fase com 45.90, foi 3º na sua bateria de quartas de final com 45.35 e ficou em 7º na sua semifinal com 45.27, não avançando para a final.
Na Olimpíada de Atlanta-1996, Sanderlei Parrela surgiu e conseguiu chegar até as quartas. Já em Sydney-2000, Parrela vinha como um dos favoritos após a prata no Mundial de Sevilha-1999 e acabou conquistando o melhor resultado brasileiro da história, com o quarto lugar na final com 45s01. Depois disso, nenhum brasileiro sequer avançou de fase.
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Histórico
Disputada desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos, a prova de 400m masculino é dominada pelos americanos, que venceram 19 das 28 edições e completaram pódio por cinco vezes na história. O primeiro campeão foi o americano Thomas Burke com o tempo de 54s2, quase 11s pior que os tempos atuais. Na Olimpíada de Londres-1908, a final foi extremamente controversa. 37 atletas competiram, mas foi dada apenas a medalha de ouro para o britânico Wyndham Halswelle. Na final, o americano John Carpenter foi desclassificado por uma manobra permitida pelas regras americanas, mas proibida pelas regras britânicas. Foi solicitada uma relargada, mas os finalistas americanos Williams Robbins e John Taylor desistiram de participar como protesto e Halswelle competiu sozinho.
Favorito para vencer os 100m dos Jogos Olímpicos de Paris-1924, o britânico Eric Liddell, missionário cristão, não competiu na prova mais rápida pois as eliminatórias foram disputadas num domingo. Mas ele esteve nos 400m e acabou levando o ouro com 47s6, recorde olímpico.
A Jamaica fez duas dobradinhas seguidas após a 2ª Guerra. Arthur Wint venceu na Olimpíada de Londres-1948 e George Rhoden em Helsinque-1952. Herb McKenley foi prata nas duas ocasiões. Depois disso, uma sequência de seis americanos saiu com o ouro. Em Roma-1960, uma final espetacular foi decidida apenas no photo finish. O americano Otis Davis e o alemão Carl Kaufmann empataram com 44.9 (tempos manuais), recorde mundial para ambos, mas Davis chegou levemente a frente com o tempo de 45.07 contra 45.08 de Kaufmann. Na Cidade do México-1968, pódio todo americano liderado por Lee Evans com novo recorde mundial de 43.86.
Apenas nos Jogos Olímpicos de Montreal-1976 que o cubano Alberto Juantorena quebrou a sequência americana vencendo com 44.26. Juantorena ainda venceria os 800m na mesma edição, um fato único na história olímpica.
Após o boicote americano na Olimpíada de 1980, os Estados Unidos dominaram a prova, levando o ouro 7 vezes seguidas, de Los Angeles-1984 até Pequim-2008.
Nesse ínterim, nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996 foi a vez do americano Michael Johnson brilhar e levar o ouro com 43.49, quase 1s a frente do britânico vice campeão Roger Black, com 44.41. Johnson se tornaria o primeiro (e até hoje único) bicampeão olímpico da prova em Sydney-2000 vencendo com 43s84, numa final que teve o brasileiro Sanderlei Parrela em 4º com 45.01.
Na Olimpíada de Atenas-2004 foi a vez do americano Jeremy Warner vencer com 44.00. Ele se tornaria bicampeão mundial vencendo os 400m em 2005 e em 2007. Seu maior rival foi seu compatriota LaShawn Merritt, campeão em Pequim-2008, dono ainda de 2 ouros e 3 pratas em Mundiais na prova.
A sequência americana foi quebrada nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, quando o granadino Kirani James, que vinha do ouro no Mundial de 2011, liderou um pódio todo caribenho com 43s94.
No Rio-2016, o sul-africano Wayde van Niekerk roubou os holofotes no mesmo dia da final dos 100m ao realizar uma prova absolutamente espetacular e vencer com 43s03, novo recorde mundial.
Os Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Atenas-1896 | Thomas Burke USA | Herbert Jamison USA | Charles Gmelin GBR |
Paris-1900 | Maxie Long USA | William Holland USA | Ernst Schultz DEN |
St. Louis-1904 | Harry Hillman USA | Frank Waller USA | Herman Groman USA |
Londres-1908 | Wydnham Halswelle GBR | Sem medalha | Sem medalha |
Estocolmo-1912 | Chalres Reidpath USA | Hanns Braun GER | Edward Lindberg USA |
Antuérpia-1920 | Bevil Rudd RSA | Guy Butler GBR | Nils Engdahl SWE |
Paris-1924 | Eric Liddell GBR | Horatio Fitch USA | Guy Butler GBR |
Amsterdã-1928 | Ray Barbuti USA | James Ball CAN | Joachim Büchner GER |
Los Angeles-1932 | Bill Carr USA | Ben Eastman USA | Alex Wilson CAN |
Berlim-1936 | Archie Williams USA | Godfrey Brown GBR | James LuValle USA |
Londres-1948 | Arthur Wint JAM | Herb McKenley JAM | Mal Whitfield USA |
Helsinque-1952 | George Rhoden JAM | Herb McKenley JAM | Ollie Matson USA |
Melbourne-1956 | Charles Jenkins USA | Karl-Friedrich Haas GER | Voitto Hellstén FIN Ardalion Ignatyev URS |
Roma-1960 | Otis Davis USA | Carl Kaufmann GER | Malcolm Spence RSA |
Tóquio-1964 | Mike LArrabee USA | Wendell Mottley TTO | Andrzej Badenski POL |
Cidade do México-1968 | Lee Evans USA | Larry James USA | Ron Freeman USA |
Munique-1972 | Vincent Matthews USA | Wayne Collett USA | Julius Sang KEN |
Montreal-1976 | Alberto Juantorena CUB | Fred Newhouse USA | Herman Frazier USA |
Moscou-1980 | Viktor Markin URS | Rick Mitchell AUS | Frank Schaffer FRG |
Los Angeles-1984 | Alonzo Babers USA | Gabriel Tiacoh CIV | Antonio McKay USA |
Seul-1988 | Steve Lewis USA | Butch Reynolds USA | Danny Everett USA |
Barcelona-1992 | Quincy Watts USA | Steve Lewis USA | Samson Kitur KEN |
Atlanta-1996 | Michael Johnson USA | Roger Black GBR | Davis Kamoga UGA |
Sydney-2000 | Michael Johnson USA | Alvin Harrison USA | Gerg Haughton JAM |
Atenas-2004 | Jeremy Warner USA | Otis Harris USA | Derrick Brew USA |
Pequim-2008 | LaShawn Merritt USA | Jeremy Wariner USA | Davis Neville USA |
Londres-2012 | Kirani James GRN | Luguelin Santos DOM | Lalonde Gordon TTO |
Rio-2016 | Wayde van Niekerk RSA | Kirani James GRN | LaShawn Merritt USA |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 19 | 13 | 12 | 44 |
2 | Grã-Bretanha | 2 | 3 | 2 | 7 |
3 | Jamaica | 2 | 2 | 1 | 5 |
4 | África do Sul | 2 | 0 | 2 | 3 |
5 | Granada | 1 | 1 | 0 | 2 |
6 | União Soviética | 1 | 0 | 1 | 2 |
7 | Cuba | 1 | 0 | 0 | 1 |
8 | Alemanha | 0 | 3 | 1 | 4 |
9 | Canadá | 0 | 1 | 1 | 2 |
9 | Trinidad & Tobago | 0 | 1 | 1 | 2 |
11 | Austrália | 0 | 1 | 0 | 1 |
11 | Costa do Marfim | 0 | 1 | 0 | 1 |
11 | República Dominicana | 0 | 1 | 0 | 1 |
14 | Quênia | 0 | 0 | 2 | 2 |
15 | Alemanha Ocidental | 0 | 0 | 1 | 1 |
15 | Dinamarca | 0 | 0 | 1 | 1 |
15 | Finlândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
15 | Polônia | 0 | 0 | 1 | 1 |
15 | Suécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
15 | Uganda | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
400 metros rasos é uma modalidade olímpica de atletismo onde os atletas correm uma volta inteira em volta da pista circular padrão do estádio. É a mais longa das provas de velocidade pura.
Os corredores partem de blocos colocados no chão da pista, em uma linha de partida escalonada, de dentro para fora da pista, que compensa o efeito que a curva provoca e garante a mesma distância para todos. Um tempo de reação ao sinal de largada de menos de 0.1s é considerado como largada falsa e o corredor é desclassificado,um competidor também pode ser desclassificado caso pise fora de sua raia. A chegada é feita na meta oficial de acordo com as medições do atletismo