400m feminino
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As Favoritas
A barenita Salwa Eid Naser terá apenas 23 anos em Tóquio, mas um currículo invejável. Campeã mundial sub-18 em 2015, Naser foi prata no Mundial de Londres-2017 atrás da americana Phyllis Francis, levou o ouro nos Jogos Asiáticos em 2018 e, no Mundial de Doha-2019, ela não apenas venceu como fez a espetacular marca de 48.14, a 3ª melhor da história e o melhor tempo desde 2006. Apesar de não avisar ao controle antidopagem da Wada por onde estaria em três vezes em 2019, acabou liberada para a disputa dos Jogos Olímpicos.
Sua principal adversária é a atual campeã olímpica, Shaunae Miller-Uibo, das Bahamas. Curiosamente ela foi campeã mundial sub-20 (em 2010) antes de ser campeã mundial sub-18, em 2011. Miller-Uibo foi prata no Mundial de 2015 em Pequim e, nos Jogos do Rio, foi ouro de maneira surpreendente, vencendo a americana Allyson Felix no finalzinho se jogando na linha de chegada. No Mundial de 2017, Miller-Uibo foi bronze, aí ficou com o ouro nos Jogos da Comunidade Britânica de 2018 e no Mundial de Doha-2019 acabou com a prata. Puxada pela grande performance de Naser, a campeã olímpica marcou 48.37, se tornando a 6ª melhor atleta da história e dona do 10º melhor tempo. Fez quatro dos oito melhores tempos de 2019.
A Jamaica vem com Stephenie-Ann McPherson como principal nome. Ela foi prata no Rio-2016 no revezamento 4×400 m e também esteve no revezamento 4×400 m medalhista de bronze no último Mundial. Candice McLeod é outro forte nome jamaicano, já tendo baixado dos 50s este ano, com 49.91.
Os Estados Unidos são uma força na prova e favoritos pro revezamento 4×400 m. Na prova individual, a jovem Wadeline Jonathas tem tido os melhores resultados recentes do país, incluindo o 4º lugar no Mundial de 2019 e fez cinco dos 10 melhores tempos de 2019 entre as americanas. Indo para sua 5ª Olimpíada, Allyson Felix é uma das maiores corredores da história, com 9 medalhas olímpicas, sendo 6 ouros, e nada menos que 18 medalhas em Mundiais, sendo 13 ouros! Aos 35 anos, segue entre as favoritas.
A principal chance europeia na prova vem da Polônia. Justyna Swiety-Ersetic foi campeã continental em 2018 e tem várias medalhas importantes pelo revezamento 4×400 m, incluindo uma prata e um bronze nos últimos Mundiais 2 duas pratas em mundiais indoor.
Da África, de olho no trio de Botsuana com Amantle Montsho, campeã mundial em 2011, Christine Botlogetswe e Galefele Moroko. Do Níger vem a atleta Aminatou Seyni, dona do 3º melhor tempo de 2019 com 49.19. Mas por conta das novas regras de testosterona, ela não pode mais competir nesta distância.
O Brasil nos Jogos
A primeira participação brasileira na prova foi apenas em Seul-1988 com Maria Magnólia Figueiredo, que é a recordista brasileira até hoje. Ela venceu a sua eliminatória com 51.74, mas nas quartas fez o 5º tempo na sua bateria com 51.32 e não avançou. Depois de ficar de fora de Barcelona, ela voltou para Atlanta-1996. Na primeira rodada foi 4ª na sua bateria com 52.41, avançando para as quartas, onde novamente foi 5ª com 51.98, ficando de fora da semifinal.
Duas brasileiras competiram na prova em Atenas-2004, mas nenhuma avançou de fase. As duas ficaram em 5º lugar nas suas baterias eliminatórias: Maria Laura Almirão com 52.10 na 2ª bateria e Geisa Coutinho com 52.18 na 5ª. Almirão competiu novamente em Pequim-2008, terminando mais uma vez em 5º na sua bateria eliminatória com 53.26, não avançando.
Nos Jogos de Londres-2012, Joelma Sousa ficou em 4º lugar na sua eliminatória com 52.69 e Geisa Coutinho foi 5ª na sua com 53.43 e nenhuma avançou de fase.
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Histórico
A prova de uma volta na pista só fez sua estreia nos Jogos em Tóquio-1964, onde a australiana Betty Cuthbert se tornou campeã com 52.0. A australiana havia brilhado oito anos antes em casa, em Melbourne-1956, com três ouros, mas problemas físicos a fizeram desistir durante a disputa dos 100 m em Roma-1960 e se aposentar das pistas. Ela voltou em 1962 para os Jogos da Comunidade Britânica que foram em casa e ajudou a vencer o revezamento 4×110 jardas. Após isso, se concentrou nos 400 m e venceu na estreia olímpica.
A alemã oriental Monika Zehrt igualou o recorde mundial da jamaicana Marilyn Neufville em julho de 1972, com 15.0. Zehrt chegou em Munique-1972 como favorita, já que Neufville não competiu, contundida. As outras alemãs (tanto orientais quanto ocidentais) vinham em ótima forma. Na semi, a ocidental Helga Seidler bateu o recorde olímpico com 51.68, mas Zehrt melhorou a marca na segunda semi com 51.47. Na final, Zehr venceu com 51.08, enquanto Seidler nem pegou medalha, acabando em 4º.
A polonesa Irena Szewinska havia conquistado três medalhas em Tóquio-1964 aos 18 anos, depois venceu os 200m na Cidade do México-1968 e foi bronze nos 200 m em Munique. Já em Montreal-1976, ela competiu nos 400 m, prova que nunca tinha disputado em uma competição importante. Szewinska já tinha batido na carreira o recorde mundial dos 100 m e dos 200 m e fez o mesmo nos 400 m no Canadá. Depois de quase parar nas quartas, pegando a última vaga, a polonesa venceu a sua semi com recorde olímpico de 50.48 e na decisão sobrou com recorde mundial de 49.28, a única da história a ter recorde mundiais nas três provas.
No ciclo seguinte, surge a figura da alemã oriental Marita Koch, que quebrou o recorde mundial cinco vezes antes dos Jogos de Moscou-1980. Os grandes tempos vieram apenas na decisão, onde Koch venceu com recorde olímpico de 48.88. A tchecoslovaca Jarmila Kratochvilova ficou com a prata com 49.46. As duas ficaram de fora dos Jogos seguintes, em Los Angeles-1984, por conta do boicote, quando tivemos o primeiro ouro dos Estados Unidos na prova, com dobradinha de Valerie Brisco-Hooks, ouro com 48.83, recorde olímpico, e Chandra Cheeseborough, prata com 49.05.
Em 1983, Kratochvilova bateu o recorde mundial dos 400 m com 47.99 e também o dos 800 m com 1:53.28. Koch melhorou a marca dos 400 m em 1985 com 47.60. Esses são os dois recordes mundiais individuais mais antigos em provas olímpicas.
O recorde olímpico caiu novamente em Seul-1988 com o ouro da soviética Olga Bryzgina, que havia vencido o Mundial no ano anterior. No Mundial de 1991, surge a francesa Marie-José Perec, que leva o ouro em Tóquio e repete o ouro nos Jogos de Barcelona-1992 com 48.83, deixando Bryzgina com a prata. Perec faturou o bi mundial em 1995 e repetiu o feito nos Jogos de Atlanta-1996 com 48.25.
A australiana Cathy Freeman, prata em Atlanta, levou os Mundiais de 1997 e 1999 e competiu em casa, em Sydney-2000. Um dos grandes nomes desta edição, Freeman acendeu a pira olímpica na Cerimônia de Abertura e competiu na prova com um macacão que deixava apenas o seu rosto visível. Num dos momentos mais marcantes dos Jogos, Freeman venceu a final com 49.11.
O ouro em Atenas-2004 ficou com Tonique Williams-Darling, das Bahamas, com 49.42. Em Pequim-2008, a vitória foi da britânica Christine Ohuruogu com 49.62. Ela também havia vencido o Mundial no ano anterior. Correndo em casa, Ohuruogu era uma das estrelas da equipe britânica em Londres-2012, mas perdeu na final, acabando com a prata com 49.70. O ouro foi da americana Sanya Richards, campeã com 49.55.
As Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Tóquio 1964 | Betty Cuthbert AUS | Ann Packer GBR | Judy Amoore AUS |
Cidade do México 1968 | Colette Besson FRA | Lillian Board GBR | Nataliya Pechenkina URS |
Munique 1972 | Monika Zehrt GDR | Rita Wilden FRG | Kathy Hammond EUA |
Mintreal 1976 | Irena Szewińska POL | Christina Brehmer GDR | Ellen Streidt GDR |
Moscou 1980 | Marita Koch GDR | Jarmila Kratochvílová TCH | Christina Lathan GDR |
Los Angeles 1984 | Valerie Brisco-Hooks EUA | Chandra Cheeseborough EUA | Kathy Cook GBR |
Seul 1988 | Olha Bryzhina URS | Petra Müller GDR | Olga Nazarova URS |
Barcelona 1992 | Marie-José Pérec FRA | Olha Bryzhina EU N | Ximena Restrepo COL |
Atlanta 1996 | Marie-José Pérec FRA | Cathy Freeman AUS | Falilat Ogunkoya NGR |
Sydney 2000 | Cathy Freeman AUS | Lorraine Graham JAM | Katharine Merry GBR |
Atenas 2004 | Tonique Williams-Darling BAH | Ana guevara MEX | Nataliya Antyukh RUS |
Pequim 2008 | Christine Ohuruogu GBR | Shericka Williams JAM | Sanya Richards-Ross EUA |
Londres 2012 | Sanya Richards-Ross EUA | Christine Ohuruogu GBR | DeeDee Trotter EUA |
Rio 2016 | Shaunae Miller BAH | Allyson Felix EUA | Shericka Jackson JAM |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | França | 3 | 0 | 0 | 3 |
2 | Estados Unidos | 2 | 2 | 3 | 7 |
3 | Alemanha Oriental | 2 | 2 | 2 | 6 |
4 | Austrália | 2 | 1 | 1 | 4 |
5 | Bahamas | 2 | 0 | 0 | 2 |
6 | Grã Bretanha | 1 | 3 | 2 | 6 |
7 | União Soviética | 1 | 0 | 2 | 3 |
8 | Polônia | 1 | 0 | 0 | 1 |
9 | Jamaica | 0 | 2 | 1 | 3 |
10 | Tchecoslováquia | 0 | 1 | 0 | 1 |
10 | México | 0 | 1 | 0 | 1 |
10 | Equipe Unificada | 0 | 1 | 0 | 1 |
10 | Alemanha Ocidental | 0 | 1 | 0 | 1 |
14 | Colômbia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Nigéria | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Federação Russa | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
400 metros rasos é uma modalidade olímpica de atletismo onde os atletas correm uma volta inteira em volta da pista circular padrão do estádio. É a mais longa das provas de velocidade pura.
Os corredores partem de blocos colocados no chão da pista, em uma linha de partida escalonada, de dentro para fora da pista, que compensa o efeito que a curva provoca e garante a mesma distância para todos. Um tempo de reação ao sinal de largada de menos de 0.1s é considerado como largada falsa e o corredor é desclassificado. Um competidor também pode ser desclassificado caso pise fora de sua raia. A chegada é feita na meta oficial de acordo com as medições do atletismo