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Chances do Brasil
O maior nome do país nos 400m com barreiras atualmente é Alison dos Santos. Conhecido como Piu, Alison fez uma temporada de 2019 excepcional, com apenas 19 anos. Bronze no Mundial Sub-20 de 2018, Alison foi campeão sul-americano adulto, pan-americano sub20, ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima e na Universíade em 2019. Fez ainda um excelente mundial em Doha, terminando na 7ª colocação, em uma final espetacular, marcando o tempo de 48.28.
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Alison bateu sua melhor marca pessoal sete vezes em 2019, melhorando-a em 1.50, além de quebrar sete vezes o recorde sul-americano sub20. Em maio de 2021, o atleta fez o melhor tempo da carreira – 47s57 – bateu o recorde brasileiro e sul-americano na etapa de Doha da Diamond League e levou a medalha de prata. Em julho, baixou a marca para 47s38 na etapa de Oslo da Diamond League, ficando novamente em segundo lugar.
O outro representante do Brasil em Tóquio será Márcio Teles
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Os Favoritos
Esta foi uma das provas que mais evoluiu neste ciclo olímpico e a disputa tem sido enorme.
O principal nome da atualidade é o norueguês Karsten Warholm. Atual bicampeão mundial e campeão europeu, Warholm fez 6 dos 10 melhores tempos de 2019 e não perdeu nenhuma das nove corridas e sete finais que disputou. Sua melhor marca foi 46.92, o 2º melhor tempo da história.
O qatari Abderrahman Samba ficou invicto em 2018, quando conseguiu o tempo de 46.98, o 3º melhor da história. Campeão asiático, foi bronze no Mundial de Doha e é um dos principais adversários de Warholm. O americano Rai Benjamin, prata no último Mundial, também tem o 3º melhor tempo da história com 46.98 obtidos em 2019. Ele fez três dos cinco melhores tempos de 2019. Esses três atletas marcaram os 16 melhores tempos de 2019.
Entre os que correm por fora está o brasileiro Alison dos Santos. Em uma ascensão espetacular, ele melhorou sete vezes a sua marca pessoal em 2019, terminando em 7º no Mundial de Doha e com o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima e na Universíade com apenas 19 anos. Outros nomes fortes da prova são Kyron McMaster, das Ilhas Virgens Britânicas, 4º no Mundial, e o cubano naturalizado turco Yasmani Copello, bronze no Rio-2016 e prata no Mundial de 2017.
O Brasil nos Jogos
Os primeiros brasileiros a disputarem a prova foram Sylvio Padilha e Carlos dos Reis Filho, em Los Angeles-1932, mas não avançaram da primeira fase. Padilha voltaria a competir em Berlim-1936, chegando à final, onde terminou na excelente quinta colocação com 54.0. Sylvio Padilha foi presidente do Comitê Olímpico Brasileiro de 1963 até 1991, membro do COI a partir de 1964 e vice-presidente da entidade de 1975 a 1978.
Wilson Carneiro competiu em Helsinque-1952, marcando 56.0 na primeira rodada e parando na segunda com 59.4. Em Melbourne-1956, Ulisses dos Santos não avançou de fase com 53.8 na sua eliminatória, assim como Anubes da Silva em Roma-1960, com 52.25 na sua bateria.
O Brasil só voltou a ter um atleta na prova em Moscou-1980, quando Antônio Dias Ferreira parou nas semifinais. Ele competiu também em Los Angeles-1984, ficando em segundo na sua bateria eliminatória com 49.85, perdendo para o espetacular Edwin Moses, e parando novamente na semifinal.
Em Barcelona-1992, Eronilde Araújo fez sua estreia olímpica, parando na semifinal. Em Atlanta-1996, o Brasil colocou dois nomes na final: Everson Teixeira foi 7º com 48.57 e Eronilde 8º com 48.78. Após um excelente ano de 1999, onde conquistou o tricampeonato da prova nos Jogos Pan-Americanos e o 4º lugar no Mundial de Sevilha, Eronilde chegou como um dos principais nomes em Sydney-2000, onde alcançou sua segunda final olímpica, terminando em 5º lugar com 48.34.
Mahau Suguimati, goiano criado no Japão, chegou na semifinal em Pequim-2008 e no Rio-2016. Márcio Teles também competiu no Rio, mas não avançou de fase.
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Histórico
Os Estados Unidos são os maiores vencedores da prova na Olimpíada, com 18 ouros em 25 disputas olímpicas.
A prova fez sua estreia olímpica em Paris-1900 com apenas cinco atletas na disputa e foi vencida pelo americano Walter Tewksbury com 57.6.
Foi apenas na sexta disputa olímpica da prova, em Amsterdã-1928, que um americano não ficou com o ouro. O britânico David Burghley ficou com a vitória igualando o recorde olímpico com 53.4. Em Los Angeles-1932 o ouro foi para o irlandês Bob Tisdall com 51.7. Esta final teve um fato curioso: Tisdall bateu o recorde mundial na época com este tempo, mas, por derrubar a última barreira, a marca não poderia ser oficializada. O segundo colocado, o americano Glenn Hardin, acabou igualando o recorde mundial de 52.0. Hardin ficaria com o ouro em Berlim-1936 com 52.4.
Após a 2ª Guerra Mundial, foram cinco vitórias seguidas dos Estados Unidos, com destaque para o bicampeonato de Glenn Davis em Melbourne-1956 e Roma-1960. Nas duas edições, tivemos um pódio completo dos Estados Unidos.
A sequência americana seria quebrada na Cidade do México-1968 com o britânico David Hemery, que dominou a final com recorde mundial de 48.1, colocando quase um segundo sobre os competidores, e dizimando o recorde mundial anterior, que era de 48.8. Foi a primeira vez sem um americano no pódio olímpico.
Em Munique-1972, o ouro foi pela primeira (e até agora única) vez para a África. John Akii-Bue, de Uganda, venceu com recorde mundial de 47.82, faturando o primeiro ouro olímpico da história de seu país.
Na edição seguinte, em Montreal-1976, surgiu um dos maiores nomes da história do atletismo e do esporte: Edwin Moses. O americano revolucionou a prova ao dar 13 passos entre as barreiras contra os normais 15 de seus adversários, algo facilitado pela sua altura de 1,88 m. Ele sobrou em Montreal ao levar o ouro com 47.64, recorde mundial e mais de um segundo sobre o segundo colocado. Esta era sua primeira competição internacional.
Entre 1977 e 1987, Moses venceu 107 finais consecutivas (122 corridas consecutivas), entre elas o seu segundo título olímpico em Los Angeles-1984 com 47.75 e dois títulos mundiais em 1983 e 1987. Sua despedida foi em Seul-1988, onde conquistou o bronze. Sua carreira só não foi mais espetacular por conta do boicote americano em Moscou-1980. A vitória em Seul-1988 ficou com o americano Andre Phillips com 47.19, recorde olímpico, a prata foi para o senegalês Amadou Dia Ba com 47.23 e Moses completou o pódio com 47.56.
Os americanos seguiram vencendo nas edições seguintes em Barcelona-1992 com Kevin Young, recorde mundial de 46.78, em Atlanta-1996 com Derrick Adkins com 47.54 e em Angelo Taylor em Sydney-2000 com 47.50.
Em Atenas-2004, o dominicano Felix Sánchez, bicampeão mundial em 2001 e 2003, dominou a prova para vencer o primeiro ouro de seu país com 47.63. Em Pequim-2008, ele era um dos favoritos, mas ficou sabendo do falecimento de sua avó pouco antes de sua eliminatória e, correndo muito mal, nem passou de fase. Os americanos dominaram a prova completando o pódio, com nova vitória de Angelo Taylor com 47.25.
Aos 34 anos, Feliz Sánchez disputaria sua quarta Olimpíada. Ele não fazia uma grande temporada na época, mas brilhou em Londres-2012 para levar o seu segundo título olímpico com 47.63.
No Rio-2016, o ouro ficou com o americano Kerron Clement, bicampeão mundial em 2007 e 2009.
Os Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Paris-1900 | Walter Tewksbury USA | Henri Tauzin FRA | George Orton CAN |
St. Louis-1904 | Harry Hillman USA | Frank Waller USA | George Poage USA |
Londres-1908 | Charles Bacon USA | Harry Hillman USA | Jimmy Tremeer GBR |
Estocolmo-1912 | |||
Antuérpia-1920 | Frank Loomis USA | John Norton USA | August Desch USA |
Paris-1924 | Morgan Taylor USA | Erik Wilén FIN | Ivan Riley USA |
Amstrerdã-1928 | David Burghley GBR | Frank Cuhel USA | Morgan Taylor USA |
Los Angeles-1932 | Bob Tisdall IRL | Glenn Hardin USA | Morgan Taylor USA |
Berlim-1936 | Glenn Hardin USA | John Loaring CAN | Miguel White PHI |
Londres-1948 | Roy Cochran USA | Duncan White SRI | Rune Larsson SWE |
Helsinque-1952 | Charles Moore USA | Yuriy Lituyev URS | John Holland NZL |
Melbourne-1956 | Glenn Davis USA | Eddie Southern USA | Josh Culbreath USA |
Roma-1960 | Glenn Davis USA | Clifton Cushman USA | Dick Howard USA |
Tóquio-1964 | Rex Cawley USA | John Cooper GBR | Salvatore Morale ITA |
Cidade do México-1968 | David Hemery GBR | Gerhard Hennige GDR | John Sherwood GBR |
Munique-1972 | John Akii-Bua UGA | Ralph Mann USA | David Hemery GBR |
Montreal-1976 | Edwin Moses USA | Michael Shine USA | Yevgeniy Gavrilenko URS |
Moscou-1980 | Volker Beck FRG | Vasyl Arkhypenko URS | Gary Oakes GBR |
Los Angeles-1984 | Edwin Moses USA | Danny Harris USA | Harald Schmid GDR |
Seul-1988 | André Phillips USA | Amadou Dia Ba SEN | Edwin Moses USA |
Barcelona-1992 | Kevin Young USA | Winthrop Graham JAM | Kriss Akabusi GBR |
Atlanta-1996 | Derrick Adkins USA | Samuel Matete ZAM | Calvin Davis USA |
Sydney-2000 | Angelo Taylor USA | Hadi Al-Somaily KSA | Llewellyn Herbert RSA |
Atenas-2004 | Félix Sánchez DOM | Danny McFarlane JAM | Naman Keïta FRA |
Pequim-2008 | Angelo Taylor USA | Kerron Clement USA | Bershawn Jackson USA |
Londres-2012 | Félix Sánchez DOM | Michael Tinsley USA | Javier Culson PUR |
Rio-2016 | Kerron Clement USA | Boniface Mucheru Tumuti KEN | Yasmani Copello TUR |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 19 | 12 | 10 | 41 |
2 | Grã-Bretanha | 2 | 1 | 5 | 8 |
3 | República Dominicana | 2 | 0 | 0 | 2 |
4 | Alemanha Ocidental | 1 | 0 | 0 | 1 |
4 | Irlanda | 1 | 0 | 0 | 1 |
4 | Uganda | 1 | 0 | 0 | 1 |
7 | União Soviética | 0 | 2 | 1 | 3 |
8 | Jamaica | 0 | 2 | 0 | 2 |
9 | Alemanha Oriental | 0 | 1 | 1 | 2 |
9 | Canadá | 0 | 1 | 1 | 2 |
9 | França | 0 | 1 | 1 | 2 |
12 | Arábia Saudita | 0 | 1 | 0 | 1 |
12 | Finlândia | 0 | 1 | 0 | 1 |
12 | Quênia | 0 | 1 | 0 | 1 |
12 | Senegal | 0 | 1 | 0 | 1 |
12 | Sri Lanka | 0 | 1 | 0 | 1 |
12 | Zâmbia | 0 | 1 | 0 | 1 |
12 | África do Sul | 0 | 0 | 1 | 1 |
19 | Filipinas | 0 | 0 | 1 | 1 |
Itália | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Nova Zelândia | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Porto Rico | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Suécia | 0 | 0 | 1 | 1 | |
Turquia | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
400m com barreiras é uma modalidade olímpica do atletismo que consiste em uma corrida de velocidade com a superação de barreiras ao longo da totalidade de uma pista padrão ovalada desta distância. Os atletas largam de blocos de partida fixados no chão e dão uma volta inteira em torno da pista dentro de suas raias designadas, saltando dez barreiras até a linha de chegada.
As barreiras, com largura idêntica a da raia de corrida, feitas de um alumínio especial e desenhadas para cair para a frente a um toque mais forte, tem uma altura de 91,4 cm na prova masculina; para as mulheres a altura é de 76,2 cm. As barreiras podem ser tocadas ou até derrubadas sem desclassificação do atleta que geralmente é o único prejudicado em seu próprio tempo nesta situação.
Assim como em outras provas de velocidade do atletismo, um tempo de reação inferior a 0.1s ao sinal de largada é considerado como uma largada falsa e o atleta desclassificado com a prova sendo reiniciada com os restantes. Um atleta também pode ser desclassificado caso pise na raia de outro competidor.