Calendário
Recordes
Chances do Brasil
Chayenne Pereira se classificou para os Jogos Olímpicos ao quebrar o recorde brasileiro de Lucimar Teodoro, que já durava 12 anos, durante o Campeonato Paulista de 2021, disputado no Centro Olímpico, em São Paulo. Ela fez 55s15, baixando em 69 centésimos a marca anterior, superando o índice, que é de 55s40. Mas, para sonhar com classificação para uma final olímpica, a brasileira vai precisar baixar pelo menos em mais um segundo a melhor marca de sua carreira.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
As Favoritas
O domínio desta prova hoje é praticamente todo das americanas.
A campeã olímpica no Rio-2016 Dalilah Muhammad teve um ano de 2019 excelente. Na seletiva americana, ela bateu o recorde mundial na final com 52.20, melhorando a marca de 52.34 que durava desde 2003. No Mundial de Doha-2019, Muhammad baixou novamente a marca mundial na decisão com o tempo de 52.16.
A principal adversária de Muhammad será sua compatriota Sydney McLaughlin. Prata no Mundial com o excelente tempo de 52.23, a 3ª melhor marca da história. A disputa pelas três vagas americanas deve ser forte e contar também com Ashley Spencer, bronze no Rio-2016 e campeã mundial Sub 20 nos 400 m em 2012, e Shamier Little, campeã mundial Sub 20 em 2014 e prata no Mundial de 2015.
O domínio das americanas é tão forte que elas foram responsáveis por 14 dos 15 melhores tempos de 2019.
A única a entrar no meio delas foi a jamaicana Rushell Clayton. Bronze no último Mundial e nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, Clayton tem três dos cinco melhores tempos de 2019, excluindo as americanas.
Bicampeã mundial em 2013 e 2015, a checa Zuzana Hejnova dominou a prova por muitos anos, ficando invicta na prova em 2013. Após isso, bateu na trave algumas vezes. Foi 4ª no Rio-2016, 4ª no Mundial de 2017 e 5ª no de 2019. Curiosamente, ela nunca medalhou nesta prova no Campeonato Europeu.
A holandesa Femke Bol se destacou muito em 2020. No ano em que suas principais concorrentes não competiram, Bol foi a única com marcas abaixo de 54 s e fez seis dos sete melhores tempos do ano.
Também entram na briga por medalha a suíça Léa Sprunger, 4ª no último Mundial e campeã europeia em 2018, a canadense Sage Watson, ouro nos Jogos Pan-Americano de Lima-2019, a ucraniana Anna Ryzhykova, prata no último Europeu, e a barenita Aminat Jamal.
O Brasil nos Jogos
A primeira participação olímpica brasileira nesta prova foi em Pequin-2008, com Lucimar Teodoro. Recordista brasileira até hoje, Teodoro foi 6ª na sua bateria eliminatória com 57.68, não passando de fase.
Jailma de Lima competiu em Londres-2012, mas com 57.05 foi 7ª na sua bateria eliminatória e ficou fora das semifinais.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM E NO FACEBOOK
Histórico
A prova dos 400 m com barreiras masculino já era disputada nos Jogos Olímpicos desde Paris-1900, mas as mulheres só começaram a competir em alto nível nos fim dos anos 1970, com a inclusão da prova no Europeu de 1978.
A estreia nos Jogos veio apenas em Los Angeles-1984 e a marroquina Nawal El Moutawakel foi a primeira campeã com 54.61 na final, até hoje o único ouro feminino da história de seu país. El Moutawakel se tornou membro do Comitê Olímpico Internacional em 1998 e foi a responsável dentro do COI pelo acompanhamento dos Jogos do Rio-2016.
A australiana Debbie Flintoff-King venceu a prova em Seul-1988, batendo o recorde olímpico nas semifinais e na decisão com 54.00 e 53.17 respectivamente. A alemã oriental Sabine Busch havia vencido o Mundial no ano anterior, mas acabou sem medalha na Coreia do Sul.
A britânica Sally Gunnell dominou a prova nos anos seguintes. Ela venceu em Barcelona-1992 com 53.23, foi campeã mundial em 1993 e europeia em 1994. O título mundial em Stuttgart veio com recorde mundial na final de 52.74. Uma lesão em 1995 praticamente acabou com a carreira da britânica. Ela voltou para defender seu título em Atlanta-1996, mas foi obrigada a abandonar a semifinal no dia de seu 30º aniversário. Sem Gunnell, a vitória em solo americano ficou com a jamaicana Deon Hemmings com 52.82.
Quatro anos depois em Sydney-2000, Hemmings foi derrotada na final para a russa Irina Privalova, que venceu com 53.02 contra 53.45 da jamaicana. Em Atenas-2004, o ouro ficou com a grega Fani Halkia com 52.82, o 6º e último ouro grego desta edição. A grega bateu o recorde olímpico na semifinal com 52.77. No ano anterior, em 2003, a russa Yulia Pechonkina bateu o recorde mundial com 52.34. Com sete medalhas em Mundiais, sendo quatro nesta prova, Pechonkina só disputou uma Olimpíada, ficando em 8º em Atenas.
Apenas na sua 7ª disputa, em Pequim-2008, um país repetiu o ouro nesta prova. A jamaicana Melaine Walker fez uma belíssima prova e venceu a decisão com recorde olímpico de 52.64, o 4º melhor da história na época. Walker foi campeã mundial no ano seguinte, em Berlim em 2009. No Mundial de 2011, a vitória ficou com a americana Lashinda Demus, que não conseguiu repetir o feito em Londres-2012, quando o ouro foi para a russa Natalya Antyukh, campeã com 52.70 contra 52.77 de Demus.
A tcheca Zuzana Hejnova, bronze em Londres, dominou a prova nos anos seguintes, faturando o bicampeonato mundial em 2013 e 2015, mas a medalha não veio na Rio-2016, acabando em 4º lugar. A vitória em solo carioca foi pela primeira vez na história para os Estados Unidos. Dalilah Muhammad fez uma grande prova para vencer com 53.13, a frente da dinamarquesa Sara Petersen, prata com 53.55.
As Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Los Angeles 1984 | Nawal El-Moutawakel MAR | Judi Brown EUA | Cristieana Cojocaru ROU |
Seul 1988 | Debbie Flintoff-King AUS | Tatsiana Ledauskaya URS | Ellen Fiedler GDR |
Barcelona1992 | Sally Gunnell GBR | Sandra Farmer-Patrick EUA | Janeene Vickers EUA |
Atlanta 1996 | Deon Hemmings JAM | Kim Batten EUA | Tonja Buford EUA |
Sydney 2000 | Irina Privalova RUS | Deon Hemmings JAM | Nezha Bidouane MAR |
Atenas 2004 | Fani Khalkia GRE | Ionela Târlea-Manolache ROU | Tetiana Tereshchuk-Antypova UKR |
Pequim 2008 | Melaine Walker JAM | Sheena Tosta EUA | Tasha Danvers GBR |
Londres 2012 | Nataliya Antyukh RUS | Lashinda Demus EUA | Zuzana Hejnová CZE |
Rio 2016 | Dalilah Muhammad EUA | Sara Slott Petersen DEN | Ashley Spencer EUA |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Jamaica | 2 | 1 | 0 | 3 |
2 | Rússia | 2 | 0 | 0 | 2 |
3 | Estados Unidos | 1 | 5 | 3 | 9 |
4 | Grã-Bretanha | 1 | 0 | 1 | 2 |
4 | Marrocos | 1 | 0 | 1 | 2 |
6 | Austrália | 1 | 0 | 0 | 1 |
6 | Grécia | 1 | 0 | 0 | 1 |
8 | Romênia | 0 | 1 | 1 | 2 |
9 | Dinamarca | 0 | 1 | 0 | 1 |
9 | União Soviética | 0 | 1 | 0 | 1 |
11 | República Tcheca | 0 | 0 | 1 | 1 |
11 | Alemanha Oriental | 0 | 0 | 1 | 1 |
11 | Ucrânia | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
400m com barreiras é uma modalidade olímpica do atletismo que consiste em uma corrida de velocidade com a superação de barreiras ao longo da totalidade de uma pista padrão ovalada desta distância. Os atletas largam de blocos de partida fixados no chão e dão uma volta inteira em torno da pista dentro de suas raias designadas, saltando dez barreiras até a linha de chegada.
As barreiras, com largura idêntica a da raia de corrida, feitas de um alumínio especial e desenhadas para cair para a frente a um toque mais forte, tem uma altura de 91,4 cm na prova masculina; para as mulheres a altura é de 76,2 cm. As barreiras podem ser tocadas ou até derrubadas sem desclassificação do atleta que geralmente é o único prejudicado em seu próprio tempo nesta situação.
Assim como em outras provas de velocidade do atletismo, um tempo de reação inferior a 0.1s ao sinal de largada é considerado como uma largada falsa e o atleta desclassificado com a prova sendo reiniciada com os restantes. Um atleta também pode ser desclassificado caso pise na raia de outro competidor.