3000m com obstáculos feminino
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O índice olímpico de 9:30.00 é forte para as brasileiras e quase 9 s mais rápido que o recorde nacional. Entretanto, Tatiane Raquel da Silva e Simone Ferraz conseguiram se classificar para Tóquio por conta do ranking mundial da prova.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
As Favoritas
A queniana Beatrice Chepkoech é o principal nome da prova na atualidade. Ela foi campeã mundial em Doha-2019 com 8:57.84, o 6º melhor tempo da história e recorde do campeonato mundial. A queniana teve um ano de 2019 praticamente perfeito, vencendo oito das nove provas que disputou. Na etapa americana da Liga Diamante, Chepkoech marcou 8:55.58, melhor tempo daquele ano.
Em 2018, a queniana voou na etapa de Mônaco da Liga com 8:44.32, destruindo o recorde mundial em mais de oito segundos. Chepkoech tem cinco dos 10 melhores tempos da história na prova. Foram apenas 13 tempos abaixo da marca de 9 min na história e Chepkoech fez seis deles.
Outras quenianas também virão fortes, como Hyvin Jepkemoi, prata no Rio-2016, campeã mundial em 2015 e melhor tempo de 2020 com 9:06.14, e Norah Jeruto, campeã africana em 2016.
Talvez a principal adversária das quenianas seja a americana Emma Coburn. Bronze no Rio-2016, ela foi campeã mundial em 2017 e prata em 2019 e é octacampeã americana na prova. Ela é a 8ª melhor atleta da história na prova com 9:02.35.
A alemã Gesa Felicitas Krause é outra que tem atrapalhado o domínio africano. Bronze nos Mundiais de 2015 e de 2019, Krause foi bicampeã europeia da prova em 2016 e 2018 e é a 9ª da história.
A barenita Winfred Mutile Yavi foi 4ª no Mundial de 2019, campeã asiática no mesmo ano, ouro nos Jogos Asiáticos de 2018 e foi a 6ª melhor atleta de 2019.
Brigam por boas colocações Peruth Chemutai, de Uganda e prata no Mundial Sub 20 de 2018, a etíope Mekides Abebe, ouro nos Jogos Africanos de 2019 e que terá apenas 20 anos em Tóquio, a canadense Genevieve Lalonde, ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, a albanesa Luiza Gega, prata no Europeu de 2016 e 4ª no de 2018, e a dinamarquesa Anna Emilie Moeller, bicampeã europeia Sub 23.
O Brasil nos Jogos
Campeã ibero-americana em 2006 e bronze nos Jogos Pan-Americanos Rio-2007, Zenaide Vieira competiu em Pequim-2008 na estreia da prova nos Jogos, mas acabou não completando a prova na sua bateria eliminatória.
Juliana Paula dos Santos havia sido ouro nos 5.000 m nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, mas conseguiu o índice desta prova pro Rio-2016. Na primeira bateria das eliminatórias, a brasileira marcou 9:45.95, ficando em 15º lugar e longe da vaga na final.
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Histórico
Última modalidade feminina a entrar no programa olímpico, a prova com obstáculos feminina só fez sua estreia nos Jogos em Pequim-2008, 88 anos depois da estreia masculina. Prova relativamente nova, teve seu primeiro recorde reconhecido oficialmente em 1999, fez sua estreia em Mundiais em 2005 e no Europeu em 2006.
A russa Gulnara Samitova-Galkina foi a primeira campeã olímpica da prova, vencendo na China com 8:58.81, se tornando a primeira mulher a baixar da marca de 9 min. Com esse resultado, a russa teve então seis dos 10 melhores tempos da prova.
Galkina foi 4ª no Mundial de Berlim no ano seguinte, vencido pela espanhola Marta Dominguez, que perdeu a medalha na sequência por doping. O doping seguiu fazendo sua marca nesta prova nos anos seguintes. No Mundial de 2011, a russa Yuliya Zaripova venceu na pista, mas acabou perdendo a medalha de ouro, que foi para a tunisiana Habiba Ghribi.
O mesmo ocorreu em Londres-2012. Zaripova venceu com 9:06.72 contra 9:08.37 de Ghribi. Em 2016, a russa foi pega no antidoping e teve sua medalha retirada, enquanto a tunisiana herdava novamente o ouro.
O Quênia venceu pela primeira vez esta prova em um Mundial em 2013, com Milcah Chemos Cheywa, campeã em Moscou. Dois anos depois, no Mundial em Pequim, a segunda vitória queniana foi com Hyvin Jepkemoi, que chegou no Rio-2016 como uma das favoritas, ao lado da jovem barenita Ruth Jebet, que havia vencido o Mundial Sub 20 em 2014.
Na final olímpica no Rio, Jebet forçou após duas voltas de prova e foi abrindo vantagem contra Jepkemoi, sua compatriota Beatrice Chepkoech e a americana Emma Coburn. Jebet foi implacável e venceu com folga com recorde asiático de 8:59.75. Coburn e Jepkemoi batalharam na última meia volta, mas a queniana foi melhor no sprint final para ficar com a prata.
As Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Pequim 2008 | Gulnara Galkina RUS | Eunice Jepkorir KEN | Tatyana Petrova RUS |
Londres 2012 | Habiba Ghribi TUN | Sofia Assefa ETH | Milcah Chemos Cheywa KEN |
Rio 2016 | Ruth Jebet BRN | Hyvin Kiyeng KEN | Emma Coburn EUA |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Rússia | 1 | 0 | 1 | 2 |
2 | Bahrain | 1 | 0 | 0 | 1 |
2 | Tunísia | 1 | 0 | 0 | 1 |
4 | Quênia | 0 | 2 | 1 | 3 |
5 | Etiópia | 0 | 1 | 0 | 1 |
6 | Estados Unidos | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
3000 metros com obstáculos é uma prova olímpica de meio-fundo disputada em uma pista de atletismo entre barreiras e fossos de água e deriva seu nome original, steeplechase, da antiga e tradicional corrida de cavalos disputada entre obstáculos em campo aberto.
A prova é originária das Ilhas Britânicas, onde corredores corriam de uma cidade para a outra se orientando pelos campanários de suas igrejas, usados como marcos por serem visualizados à grande distância. Durante o percurso, eles tinham inevitavelmente que pular sobre córregos e pequenos obstáculos e muros de pedra separando as propriedades no caminho.
A largada é dada com os atletas lado a lado ou em bloco ocupando toda a largura da pista, sem marcação de raia. O número de voltas na pista padrão de 400 metros depende da posição do fosso d’água obrigatório – fora ou dentro da segunda curva da pista – mas os atletas precisam saltar um número total de 28 barreiras e sete fossos d’água durante a duração da corrida.
As barreiras da prova masculina tem altura de 91,4 cm e as da feminina de 76,2 cm, com uma largura mínima de 3,94 m; o fosso d’água de superfície inclinada tem 3,66 m de comprimento com uma profundidade de 70 cm em sua parte mais funda, exatamente em baixo da barreira até chegar ao mesmo nível da pista ao final do comprimento, o que significa que quanto mais longe o atleta que a ultrapassa conseguir saltar, menos água e pressão contrária pela frente terá nos pés e tornozelos, o que dá vantagem aos melhores saltadores entre os corredores. Diferente das provas de velocidade com barreiras, que caem a qualquer toque, os obstáculos do steeplechase são mais sólidos e pesados e os atletas muitas vezes os usam para pegar impulso da passada na corrida ao invés de apenas saltá-los, especialmente o obstáculo do fosso.