Siga o OTD

200m feminino

Calendário

Recordes

OlímpicoMundialBrasileiro
21.34 / Florence Griffith-Joyner (USA) / Seul (KOR) – 29/09/1988
21.34 / Florence Griffith-Joyner (USA) / Seul (KOR) – 29/09/1988
22.41 / Ana Cláudia Lemos / São Paulo (BRA) – 06/08/2011

Chances do Brasil

Vitória Cristina Rosa fez o índice da prova nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, quando foi prata com 22.62 e briga por vaga na semifinal. Ana Carolina Azevedo será a outra representante do país.

+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos

As Favoritas

Esta prova promete bastante, já que são muitas as favoritas e o resultado pode ser bem inesperado.

Devemos ter mais uma boa disputa entre jamaicanas e americanas. Apesar de uma jamaicana não vencer um Mundial desde 2013 com Shelly-Ann Fraser-Pryce, quando o assunto é prova de velocidade, elas não podem ser descartadas, mesmo sem nenhuma ter se classificado para a final do Mundial de 2019. A campeã olímpica no Rio, Elaine Thompson, não competiu nas semifinais, mas fez dois dos 10 melhores tempos de 2019 e tem o 3º melhor tempo de 2020. Fraser-Pryce venceu a prova no Mundial de 2013 e esteve no pódio em Londres-2012. A vitória nos 100m no Mundial de 2019 a coloca novamente como um bom nome também nos 200 m.

Entre as americanas, as apostas são Anavia Battle, Jenna Prandini e Gabby Thomas. Prandini é a única com experiência olímpica, ao parar na semifinal dos 200m no Rio-2016. Mas o melhor tempo de 2021 antes dos Jogos é de Thomas, que venceu a seletiva americana com um excepcional 21.61, o 3º melhor tempo da história. Ela só fica atrás de Florence Griffith-Joyner, cujos tempos são questionados até hoje.

Mas vale mesmo ficar de olho na britânica Dina Asher-Smith. Ela fez um grande Mundial em 2019, com três medalhas, incluindo o ouro nos 200 m com 21.88, recorde britânico. Apesar de ter apenas competido na não-usual prova dos 150 m em 2020, Asher-Smith é uma grande aposta em Tóquio.

Entretanto, o grande nome da prova em Tóquio deve ser Shaunae Miller-Uibo. A atleta de Bahamas, lembrada pelo peixinho na chegada dos 400 m no Rio, que lhe deu o ouro, tem feito excelentes tempos nos 200 m. Miller-Uibo fez o melhor tempo do mundo em 2019 com 21.74 e foi a única a percorrer a distância em 2020 abaixo dos 22 s, com 21.98. Ela não competiu nesta prova no Mundial de 2019, mas sinaliza que pode brilhar no Japão também aqui.

Olhando para as europeias, a holandesa Dafne Schippers foi campeã mundial em 2015 e em 2017, mas não vem com tempos tão fortes como antes. Briga por final, mas dificilmente pega medalha. Já a suíça Mujinga Kambundji foi bronze no último Mundial em Doha e está em sua melhor fase, se aproximando dos 30 anos. Outros nomes fortes são os da búlgara Ivet Lalova-Collio, da nigeriana Blessing Okagbare, da marfinense Marie-Josée Ta Lou e da barenita Salwa Eid Naser.

O Brasil nos Jogos

Desde a primeira edição da prova em Londres-1948 o Brasil esteve presente. Três atletas representaram o país na capital britânica, mas nenhuma passou da primeira fase. Melânia Luz, 4ª na sua bateria com 26.6, Helena de Menezes 4ª na sua com 27.7 e Lucila Pini, 3ª na sua com 27.6, que ficou bem perto de avançar para a semifinal.

Em Helsinque-1952, Deyse de Castro competiu, marcando o tempo de 25.0, 3ª colocada na sua bateria eliminatória, ficando bem perto de avançar de fase. Silvia Pereira da Silva competiu em Montreal-1976, mas também parou na primeira rodada, marcando 24.00.

Maria Magnólia Figueiredo competiu em Seul-1988, ficando em 2ª na sua bateria eliminatória com 23.71 e em 6ª na sua bateria de quartas com 23.67, não avançando para as semifinais. Lucimar de Moura foi a representante brasileira em Atenas-2004, ficando em 4º na sua bateria eliminatória com 23.40, avançando para as quartas, onde ficou em 8ª na sua bateria com 23.44.

Em Pequim-2008, Evelyn dos Santos foi 5ª na sua bateria eliminatória com 23.43. Nas quartas, foi 6ª na bateria com 23.35, não passando de fase. Evelyn competiu também em Londres-2012, ficando em 4º na sua bateria de primeira rodada com 23.07 e parando na semifinal com o 16º tempo de 22.82. Ana Claudia Silva também esteve na capital britânica, mas não passou da 1ª fase com 23.40 na sua bateria.

No Rio-2016, duas brasileiras competiram, mas não passaram de fase. Kauiza Venâncio foi 3ª na sua bateria com 23.06 e Vitória Cristina Rosa foi 7ª na sua com 23.35.

Histórico

A prova feminina dos 200 m só fez sua estreia olímpica depois da 2ª Guerra, em Londres-1948 e a primeira campeã foi o grande nome daquela competição, a holandesa Fanny Blankers-Koen. Ela foi a única a correr abaixo dos 25 segundos, se tornando a primeira campeã com 24.4, bem a frente da britânica Audrey Williamson, prata com 25.1.

A australiana Marjorie Jackson igualou o recorde mundial nas eliminatórias de Helsinque-1952 com 23.6. A marca vinha desde antes da Guerra, em 1935. Na semifinal, Jackson melhorou o tempo para 23.4 e foi ouro com 23.7 na final. O segundo ouro australiano na prova veio em Melbourne-1956 com Betty Cuthbert, que havia batido o recorde mundial da prova dois meses antes dos Jogos. Ela quebrou a marca mundial novamente em 1960 e era a favorita para o bicampeonato em Roma-1960, mas uma lesão durante as quartas de final dos 100m a tirou da prova dos 200 m. A vitória acabou ficando com a campeã da prova mais rápida, a americana Wilma Rudolph com 24.13. Com isso, as quatro primeiras campeãs da história dos 200 m também haviam vencido os 100 m.

Na Cidade do México-1968, o título ficou com a versátil polonesa Irena Szewinska, a única pessoa da história a bater o recorde mundial dos 100 m, 200 m e 400 m, homem ou mulher. Szewinska, que também tem medalha olímpica no salto em distância e no revezamento 4x100m, bateu o recorde mundial na final mexicana com 22.5.

A polonesa voltou em Munique-1972, mas acabou com o bronze. O ouro ficou com a alemã oriental Renate Stecher com recorde mundial de 22.40, a quinta a conquistar a dobradinha dos 100 m e 200 m numa mesma Olimpíada. A favorita era a taiwanesa Chi Cheng, recordista mundial, mas ela sofreu uma lesão gravíssima em 1970 que de fim a sua carreira.

Na sequência, a alemã oriental Bärbel Wöckel venceu em Montreal-1976 e em Moscou-1980, se tornando a primeira bicampeã olímpica desta prova. No Canadá, venceu na final com 22.37, recorde olímpico, seguida de outras quatro alemãs, duas ocidentais e duas orientais, e melhorou a marca em Moscou com 22.03 na decisão.

Em Los Angeles-1984, a americana Valerie Brisco-Hooks foi ouro com 21.81 se tornando a primeira mulher a baixar dos 22 s em uma Olimpíada, à frente de Florence Griffith-Joyner, prata com 22.04. Em Seul-1988, Griffith-Joyner voltou com tudo e foi campeã com 21.34, batendo o recorde mundial na final. Na semifinal ela já tinha batido a marca mundial com 21.56. Foram três ouros em Seul para FloJo, que se aposentou logo em seguida, levando a questionamentos sobre um possível doping nos Jogos.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NOINSTAGRAM E NO FACEBOOK

A jamaicana Merlene Ottey chegou em Atlanta-1996 com todo o favoritismo, tendo vencido os Mundiais de 1993 e 1995. Ottey teve uma das carreiras mais longevas do atletismo, com nove medalhas olímpicas, mas nenhuma de ouro. A primeira foi em Moscou-1980 nos 100 m e encerrou a lista apenas em Sydney-2000, com uma prata e um bronze. Após essa edição, ela decidiu não mais competir pela Jamaica e se naturalizou eslovena.

Ela já morava no país desde 1998. Ottey competiu em alto nível inacreditavelmente até os 52 anos, quando disputou seu último Europeu de atletismo. Apesar do favoritismo em Atlanta, Ottey perdeu a final para a francesa Marie-José Perec, campeã com 22.12 contra 22.24 da jamaicana.

A americana Marion Jones foi a campeã em Sydney-2000 com 21.84, faturando cinco ouros nos Jogos. Só que em 2007 ela admitiu o uso de substâncias proibidas e perdeu todas as medalhas. O ouro foi realocado para Pauline Davis-Thompson, das Bahamas, com 22.27.

Aos 22 anos, a jamaicana Veronica Campbell foi a campeã em Atenas-2004 com 22.05, à frente de uma jovem americana de 18, que bateu o recorde mundial júnior na final com 22.18, a grande Allyson Felix. A americana venceu os dois mundiais seguintes, em 2005 e 2007 e as duas se enfrentaram novamente em Pequim-2008. Numa grande final, a jamaicana, agora Campbell-Brown, faturou o bicampeonato olímpico com 21.74 contra 21.93 da americana.

Felix venceu seu 3º mundial seguido em Berlim-2009 a frente da jamaicana. No Mundial seguinte, em Daegu-2011, foi a vez de Campbell-Brown ser campeã pela primeira vez aos 29 anos, com Felix na 3ª colocação. Chegou Londres-2012 e as duas mais uma vez se enfrentaram e a americana levou o ouro pela primeira vez com 21.88, enquanto a jamaicana terminou apenas em 4º. Felix tem nove medalhas olímpicas na carreira, sendo seis de ouro, sendo apenas esta numa prova individual. A americana também tem na carreira 18 medalhas em Mundiais, sendo 13 ouros, sendo 9 em revezamentos.

Nos Jogos do Rio-2016, a vitória ficou com a jamaicana Elaine Thompson, que também havia vencido os 100 m. Com 21.78, ela ficou à frente da holandesa Dafne Schippers, prata com 21.88.

As Medalhistas

Olimpíada
Londres 1948Fanny Blankers-Koen
(NED)
Audrey Williamson
(GBR)
Mickey Patterson
(USA)
Helsinque 1952Marjorie Jackson
(AUS)
Puck Brouwer
(NED)
Nadezhda Khnik’ina
(URS)
Melbourne1956Betty Cuthbert
(AUS)
Christa Stubnick
(GER)
Marlene Mathews
(AUS)
Roma 1960Wilma Rudolph
(USA)
Jutta Heine
(GER)
Dorothy Hyman
(GBR)
Tóquio 1964Edith McGuire
(USA)
Irena Kirszenstein
(POL)
Marilyn Black
(AUS)
Cidade do México 1968Irena Szewińska
(POL)
Raelene Boyle
(AUS)
Jennifer Lamy
(AUS)
Munique 1972Renate Stecher
(GDR)
Raelene Boyle
(AUS)
Irena Szewińska
(POL)
Montreal 1976Bärbel Eckert
(GDR)
Annegret Richter
(FRG)
Renate Stecher
(GDR)
Moscou 1980Bärbel Wöckel
(GDR)
Nataliya Bochina
(URS)
Merlene Ottey
(JAM)
Los Angeles1984Valerie Brisco-Hooks
(USA)
Florence Griffith
(USA)
Merlene Ottey-Page
(JAM)
Seul 1988Florence Griffith Joyner
(USA)
Grace Jackson
(JAM)
Heike Drechsler
(GDR)
Barcelona 1992Gwen Torrence
(USA)
Juliet Cuthbert
(JAM)
Merlene Ottey
(JAM)
Atlanta 1996Marie-José Pérec
(FRA)
Merlene Ottey
(JAM)
Mary Onyali
NGR
Sydney 2000Pauline Davis-Thompson
(BAH)
S(USA)nthika Jayasinghe
(SRI)
Beverly McDonald
(JAM)
Atenas 2004Veronica Campbell
(JAM)
Allyson Felix
(USA)
Debbie Ferguson
(BAH)
Pequim 2008Veronica Campbell-Brown
(JAM)
Allyson Felix
(USA)
Kerron Stewart
(JAM)
Londres 2012Allyson Felix
(USA)
Shelly-Ann Fraser-Pryce
(JAM)
Carmelita Jeter
(USA)
Rio 2016Elaine Thompson
(JAM)
Dafne Schippers
(NED)
Tori Bowie
(USA)

Quadro de Medalhas

PaísTotal
1Estados Unidos63312
2Jamaica34512
3Alemanha Oriental3025
4Austrália2237
5Holanda1203
6Polônia1113
7Bahamas1012
8França1001
9Alemanha0202
10Grã-Bretanha0112
10União Soviética0112
12Sri Lanka0101
12Alemanha Ocidental0101
14Nigéria0011

A Prova

200 metros rasos é uma modalidade olímpica de corrida de velocidade no atletismo.

Disputada em metade de uma pista padrão de 400 metros, os atletas largam de blocos firmados no chão e correm dentro de raias marcadas na pista. Esta prova começa numa das curvas e termina na reta da meta, particularidade que exige o treino de uma combinação de técnicas, que não está presente nos 100 metros (disputados numa linha reta).

Embora seja uma prova mais longa, os 200 metros são corridos normalmente com mais velocidade relativa que os 100 metros: o recorde do mundo de 19.19 s de Usain Bolt corresponde a uma velocidade de 37.52 km/h, enquanto que a marca de 9.58 s do mesmo Usain Bolt nos 100 metros representa uma velocidade de 37.58 km/h. Isto deve-se ao fato de, nos 200 metros, os atletas chegarem à reta final em velocidade de ponta, o que permite que a segunda metade da prova seja mais rápida que a primeira.

Quando Bolt estabeleceu o recorde mundial atual de 19s19, ele correu os últimos 100 m em 9s27, uma marca muito mais rápida que seu próprio recorde mundial dos 100 m rasos, quando os atletas largam da inércia.

Os 200 metros são uma prova de velocidade, geralmente corrida por atletas que também participam ou nos 100 metros como Veronica Campbell-Brown ou nos 400 metros rasos como Michael Johnson. O recorde mundial masculino pertence ao jamaicano Usain Bolt – 19s19 – conquistados em Berlim 2009 e o feminino à norte-americana Florence Griffith-Joyner – 21s34 – em Seul 1988; os atuais campeões olímpicos são Bolt e a também jamaicana Elaine Thompson e os campeões mundiais, Bolt e a holandesa Dafne Schippers.

Provas disputadas com uma velocidade de vento favorável maior que 2 m/s não são aceitáveis para a homologação de recordes. Sensores colocados no bloco de largada marcam o tempo de reação dos atletas ao sinal de largada; um tempo de reação inferior a 0.1s é considerado como largada falsa, os velocistas chamados de volta à largada e o responsável desclassificado. Um atleta também pode ser desclassificado caso pise fora da linha que delimita sua raia de corrida