1500m masculino
Calendário
Recordes
Chances do Brasil
Representante do Brasil nos 1500m dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Thiago André segue como o principal nome da prova e vai defender o país outra vez em Tóquio.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
Os Favoritos
Passou dos 800m, falamos de Quênia. Seus corredores venceram os últimos 5 mundiais, com 3 títulos para Asbel Kiprop (2011, 2013 e 2015), 1 para Elijah Manangoi (2017) e 1 de Timothy Cheruiyot (2019). Cheruiyot, aliás, foi o nome da prova em 2019. Ele a disputou em 9 competições e venceu 8 delas, incluindo 4 etapas da Diamond League, a seletiva queniana pro Mundial e o próprio Mundial de Doha. O queniano ainda fez os 3 melhores tempos de 2019, com destaque para os 3min28s77 feitos em Lausanne, melhor tempo do ano.
No campeonato africano, Cheruiyot perdeu a decisão para seu compatriota Elijah Managoi, que deve ser um dos representantes quenianos nos 1500m dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Entre os africanos, também podemos destacar Ronald Musagala, de Uganda, que venceu a Diamond League de Paris, o fortíssimo Ayanleh Souleiman, do Djibuti e o campeão olímpico de Londres-2012, o argelino Taoufik Makhloufi.
Não podemos deixar de mencionar os irmãos noruegueses Jakob e Filip Ingebrigtsen como candidatos ao pódio nos 1500m masculino dos Jogos Olímpoicos Tóquio 2020. Jakob, de apenas 19 anos, foi campeão europeu em 2018 (com 17 anos!!) e 4º no último Mundial, além de ter o melhor tempo do mundo em 2019 após o Cheruiyot, com 3:30.16. Também ficar de olho no polonês Marcin Lewandowski, bronze no último Mundial com recorde nacional de 3:31.46 e prata no último Europeu.
O Brasil nos Jogos
A primeira participação brasileira veio em Los Angeles-1932, com Armando Bréa e Nestor Gomes, que não terminaram suas provas nas eliminatórias.
Foi apenas em Los Angeles-1984 que o Brasil voltou a ter um competidor nos 1.500m com Agberto Guimarães e Joaquim Cruz. Cruz venceu sua eliminatória com 3:41.01 e Agberto foi segundo na sua com 3:49.26, mas na semifinal, Joaquim não terminou e Agberto foi desclassificado, 4 dias depois do ouro de Joaquim Cruz nos 800m.
Em Seul-1988, Cruz e Zequinha Barbosa participaram da prova. Nosso campeão olímpico passou da primeira fase, mas não competiu na semifinal, enquanto Zequinha parou ainda nas eliminatórias. Edgar Martins competiu em Barcelona-1992 e passou de fase para as semifinais, onde terminou em 12º na sua bateria, longe da final. Joaquim Cruz encerrou sua participação olímpica em Atlanta-1996, não passando da 1ª fase.
Hudson de Souza foi o principal nome do Brasil nesta prova nos anos 2000, chegando até as semifinais em Sydney-2000 e em Atenas-2004.
No Rio-2016, o Brasil contou com Thiago André, que vinha de um 4º lugar no Mundial Júnior 2 anos antes, mas ele parou na primeira fase.
Não houve mudança significativa nesta prova no Brasil de 4 anos para cá. Thiago André segue como o principal nome da prova e tem o melhor tempo de 2019 entre os sul-americanos, com 3:40.27, obtidos em agosto na Polônia. Ele só correu duas vezes a distância no ano passado, mas ainda assim é disparado o mais próximo do índice de 3:35.00, que ainda assim é um tempo forte para ele. Pra conseguí-lo, precisará melhorar sua marca pessoal de 3:35.28 de 2017.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM E NO FACEBOOK
Histórico
Uma das provas mais estratégicas da pista, os 1.500m trazem enorme emoção e algumas boas surpresas, dependendo do ritmo que é dado à prova. 14 países já venceram ouro na prova em Olimpíadas, apesar de que o Quênia foi ouro nos últimos 5 Mundiais.
A primeira disputa dos 1.500m foi na 1ª edição olímpica, em Atenas-1896 e teve o britânico Edwin Flack como vencedor com 4:33.2. Dois dias depois, Flack venceria os 800m, se tornando o 1º a vencer as duas provas na história. Apenas 5 atletas conseguiram este feito. Isso seria repetido em 1904 pelo americano Jim Lighbody, em 1908 pelo americano Mel Sheppard, em 1920 pelo britânico Albert Hill e em 1964 pelo neozelandês Peter Snell. Sheppard, aliás, foi o 1º a baixar dos 4min em uma Olimpíada, ao vencer a final em 1912 com 3:56.8.
Apesar de ter feito nome em 1920, o finlandês Paavo Nurmi venceu os 1.500m uma única vez em Paris-1924 com o tempo de 3:53.6, 1s pior que seu próprio recorde mundial. Nesses Jogos, Nurmi foi o grande destaque levando para casa nada menos que 5 medalhas em ouro! Quatro anos depois, Nurmi só competiu nas provas mais longas da pista, mas o ouro seguiu na Finlândia com Harri Larva com 3:53.2. Em Los Angeles-1932, Larva ficou apenas em 10º na final, vencida pelo italiano Luigi Beccali com 3:51.2.
Foi em Berlim-1936 a primeira vez em que alguém baixou dos 3:50, com o ouro do neozelandês Jack Lovelock com 3:47.8. Ele morreu muito cedo, com 39 anos em 1949 de maneira trágica. Em Nova York, onde morava com sua esposa, avisou que voltaria mais cedo para casa pois não se sentia bem. Mas por conta de uma tontura, caiu nos trilhos e foi atropelado pelo trem que esperava.
Na volta dos Jogos em Londres-1948, foi a vez do sueco Henry Eriksson vencer com 3:49.8. Já em Helsinque-1952, o ouro ficou com Josy Barthel, de Luxemburgo. Ele venceu sua eliminatória, sua semifinal e, na decisão, ficou com o ouro ao derrotar o americano Bob McMilen na foto, ambos com 3:45.2. Até hoje, esta é a única medalha de ouro oficial de Luxemburgo na história olímpica.
O neozelandês Peter Snell, que fez história com o bicampeonato nos 800m, venceu os 1.500m em Tóquio-1964 com 3:38.1. Ele já tinha ganho os 800m na capital japonesa 5 dias antes. Snell, como de costume, ficava atrás do pelotão, atacando apenas no final. Com 200m pro fim, ele foi pra frente para não perder mais.
Foi apenas na Cidade do México-1968 que um africano venceria pela 1ª vez a prova, com o queniano Kip Keno, vencedor com 3:34.91. Em Moscou-1980, foi a vez do britânica Sebastian Coe brilhar e vencer com 3:38.4. Um dos maiores nomes do atletismo mundial, Coe se tornaria o primeiro e até hoje único bicampeão olímpico dos 1.500m, voltando ao topo do pódio em Los Angeles-1984 com 3:32.53.
A partir de Seul-1988, os africanos começaram a dominar e ser presená constante no pódio, vencendo nesta ediçãoo com o queniano Peter Rono, e depois por cinco vezes seguidas de Atlanta-1996 até Londres-2012. Em Sydney-2000, foi a vez do queniano recordista mundial Noah Ngeny levar o ouro com 3:32.07, recorde olímpico até hoje. Com a prata, o marroquino Hicham El Guerrouj, talvez o principal nome dos 1.500m neste século XXI. El Guerrouj levou o ouro em Atenas-2004 com 3:34.19 e foi tetracampeão mundial da prova entre 1997 e 2003.
No Rio-2016, a prova chamou a atenção por seu tempo muito fraco na final. A prova foi tão travada, mas tão travada que o tempo do campeão (3:50.00) foi o pior de um campeão olímpico desde Los Angeles-1932! O americano Matthew Centrowitz Jr. venceu surpreendendo todos os favoritos, como o argelino Taoufik Makhloufi, ouro em Londres-2012 e prata nesta decisão, Ayanleh Souleiman, de Djibuti, 4º colocado e o queniano Asbel Kiprop, 6º colocado.
Os Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Atenas-1896 | Edwin Flack AUS | Arthur Blake USA | Albin Lermusiaux FRA |
Paris-1900 | Charles Bennett GBR | Henri Deloge FRA | John Bray USA |
St. Louis-1904 | Jim Lightbody USA | Frank Verner USA | Lacey Hearn USA |
Londres-1908 | Mel Sheppard USA | Harold Wilson GBR | Norman Hallows GBR |
Estocolmo-1912 | Arnold Jackson GBR | Abel Kiviat USA | Norman Taber USA |
Antuérpia-1920 | Albert Hill GBR | Philip Baker GBR | Lawrence Shields USA |
Paris-1924 | Paavo Nurmi FIN | Willy Schärer SUI | H. B. Stallard GBR |
Amstrerdã-1928 | Harri Larva FIN | Jules Ladoumègue FRA | Eino Purje FIN |
Los Angeles-1932 | Luigi Beccali ITA | Jerry Cornes GBR | Phil Edwards CAN |
Berlim-1936 | Jack Lovelock NZL | Glenn Cunningham USA | Luigi Beccali ITA |
Londres-1948 | Henry Eriksson SWE | Lennart Strand SWE | Willem Slijkhuis NED |
Helsinque-1952 | Josy Barthel LUX | Bob McMillen USA | Werner Lueg GER |
Melbourne-1956 | Ron Delany IRL | Klaus Richtzenhain GER | John Landy AUS |
Roma-1960 | Herb Elliott AUS | Michel Jazy FRA | István Rózsavölgyi HUN |
Tóquio-1964 | Peter Snell NZL | Josef Odložil CZE | John Davies NZL |
Cidade do México-1968 | Kipchoge Keino KEN | Jim Ryun USA | Bodo Tümmler GDR |
Munique-1972 | Pekka Vasala FIN | Kipchoge Keino KEN | Rod Dixon NZL |
Montreal-1976 | John Walker NZL | Ivo Van Damme BEL | Paul-Heinz Wellmann GDR |
Moscou-1980 | Sebastian Coe GBR | Jürgen Straub FRG | Steve Ovett GBR |
Los Angeles-1984 | Sebastian Coe GBR | Steve Cram GBR | José Manuel Abascal ESP |
Seul-1988 | Peter Rono KEN | Peter Elliott GBR | Jens-Peter Herold FRG |
Barcelona-1992 | Fermín Cacho ESP | Rachid El Basir MAR | Mohamed Suleiman QAT |
Atlanta-1996 | Noureddine Morceli ALG | Fermín Cacho ESP | Stephen Kipkorir KEN |
Sydney-2000 | Noah Ngeny KEN | Hicham El Guerrouj MAR | Bernard Lagat KEN |
Atenas-2004 | Hicham El Guerrouj MAR | Bernard Lagat KEN | Rui Silva POR |
Pequim-2008 | Asbel Kiprop KEN | Nick Willis NZL | Mehdi Baala FRA |
Londres-2012 | Taoufik Makhloufi ALG | Leonel Manzano USA | Abdalaati Iguider MAR |
Rio-2016 | Matthew Centrowitz Jr. USA | Taoufik Makhloufi ALG | Nick Willis NZL |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Grã-Bretanha | 5 | 5 | 3 | 13 |
2 | Quênia | 4 | 2 | 2 | 8 |
3 | Estados Unidos | 3 | 7 | 4 | 14 |
4 | Nova Zelândia | 3 | 1 | 3 | 7 |
5 | Finlândia | 3 | 0 | 1 | 4 |
6 | Argélia | 2 | 1 | 0 | 3 |
7 | Austrália | 2 | 0 | 1 | 3 |
8 | Marrocos | 1 | 2 | 1 | 4 |
9 | Espanha | 1 | 1 | 1 | 3 |
10 | Suécia | 1 | 1 | 0 | 2 |
11 | Itália | 1 | 0 | 1 | 2 |
12 | Irlanda | 1 | 0 | 0 | 1 |
12 | Luxemburgo | 1 | 0 | 0 | 1 |
14 | França | 0 | 3 | 2 | 5 |
15 | Alemanha | 0 | 1 | 1 | 2 |
15 | Alemanha Ocidental | 0 | 1 | 1 | 2 |
17 | Bélgica | 0 | 1 | 0 | 1 |
17 | Suíça | 0 | 1 | 0 | 1 |
17 | Tchéquia | 0 | 1 | 0 | 1 |
20 | Alemanha Oriental | 0 | 0 | 2 | 2 |
21 | Canadá | 0 | 0 | 1 | 1 |
21 | Hungria | 0 | 0 | 1 | 1 |
21 | Países Baixos | 0 | 0 | 1 | 1 |
21 | Portugal | 0 | 0 | 1 | 1 |
21 | Qatar | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
1500 metros é a principal corrida de meio-fundo em pista do atletismo, disputada desde os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna em Atenas 1896. Os requisitos para a corrida são similares aos dos 800 metros, com uma maior ênfase na resistência aeróbica e menor na velocidade pura. É uma prova essencialmente aeróbica mas condições físicas anaeróbicas são também necessárias. Ela consiste de três voltas e +3/4 de volta numa pista de atletismo padrão de 400 metros. Os atletas largam um ao lado do outro na extensão lateral total da pista e são autorizados a correr após a largada sem respeitar raias pré-estabelecidas