1500m feminino
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O Brasil nos Jogos
Nenhuma brasileira participou desta prova na história e dificilmente alguém conseguirá vaga nesta prova. O índice de 4:04.20 é muito forte e mais de três segundos mais forte que o recorde brasileiro.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
As Favoritas
A grande favorita da prova é a holandesa Sifan Hassan. Nascida na Etiópia, Hassan chegou à Holanda com 15 anos como refugiada e começou a praticar o atletismo enquanto estudava para se tornar enfermeira. Em 2011 disputou uma meia-maratona e foi campeã. Em 2013 conseguiu a cidadania neerlandesa e começou a competir pelo país, vencendo esta prova no Europeu de 2014. No ano seguinte, foi campeã europeia de cross-country e bronze nos 1.500 m no Mundial de Pequim. Em 2017, o bronze no Mundial veio nos 5.000 m, prova que foi campeã europeia em 2018. Já em 2019, surpreendeu faturando dois ouros no Mundial de Doha, nos 10.000 m e uma semana depois nos 1.500 m. Quinta no Rio-2016, Hassan fez o melhor tempo dos anos de 2017 e 2019.
Campeã olímpica no Rio-2016, a queniana Faith Kipyegon também venceu o Mundial de 2017 em Londres e foi prata duas vezes. Bicampeã mundial júnior de cross-country, Kipyegon também venceu esta prova nos Mundiais Sub18 de 2011 e Sub20 de 2012. Recordista queniana, foi uma das poucas a marcar tempo abaixo de 4 min em 2020.
A britânica Laura Muir foi 7ª nos Jogos do Rio, mas já venceu duas vezes o circuito da Liga Diamante nesta prova. Foi campeã europeia em 2018 em Berlim, e bicampeã europeia indoor nesta prova. Quinta melhor europeia da história com 3:55.22, Muir bateu na trave nos três últimos mundiais, com um quarto e dois quintos lugares.
A Etiópia não deve ser esquecida nesta prova, apesar de se darem melhor nas provas mais longas. Entre os possíveis nomes etíopes em Tóquio, temos Gudaf Tsegay, bronze no Mundial de 2019, e Genzebe Dibaba, que foi prata no Rio-2016, campeã mundial de 2015, além de ser a recordista mundial da distância e irmã mais nova da grande Tirunesh Dibaba.
Vale ficar de olho na equipe dos Estados Unidos, que pode ter Jennifer Simpson, bronze no Rio, nas atletas de Uganda Esther Chebet e Winnie Nanyondo, na marroquina Rababe Arafi e na irlandesa Ciara Mageean.
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Histórico
Os 1500 m femininos fizeram sua estreia olímpica apenas em Munique-1972, 76 anos após a primeira disputa masculina, que foi em Atenas-1896. A primeira campeã foi a soviética Ludmila Bragina, que bateu o recorde mundial três vezes durante os Jogos. Fez 4:06.47 na primeira rodada, 4:05.07 na semifinal e 4:01.38 na decisão.
Quatro anos depois, mais uma vitória soviética com Tatyana Kazankina. Ela havia batido o recorde mundial um mês antes dos Jogos com 3:56.0, se tornando a primeira mulher a baixar da marca de 4 min. Kazankina, que tinha sido ouro nos 800m alguns dias antes, venceu em Montreal-1976 com 4:05.48, repetindo o feito em casa, em Moscou-1980 com 3:56.6. Nas eliminatórias em casa ela se tornou a primeira mulher a baixar dos 4 min nos Jogos com 3:59.2. Menos de um mês antes dessa disputa, ela havia batido o recorde mundial também em Moscou com 3:55.0. Dois dias depois de faturar o bicampeonato, Kazankina bateu mais uma vez a marca mundial com 3:52.47.
Após três ouros soviéticos, elas não puderam competir em Los Angeles-1984 por conta do boicote e o ouro ficou com a italiana Gabriella Dorio com 4:03.25. Em Seul-1988, o ouro foi para a romena Paula Ivan, que bateu o recorde olímpico com 3:53.96, marca que dura até hoje.
Em Barcelona-1992, a vitória foi da argelina Hassiba Boulmerka com 3:55.30. Ela foi campeã mundial em 1991 e em 1995 e a primeira mulher argelina a ser campeã olímpica. Oito anos depois foi a vez de Nouria Merah-Benida ser campeã em Sydney-2000 e dar mais um ouro para a Argélia. Foi uma final muito apertada e disputada com apenas 0.23 separando a campeã Merah-Benida e a 4ª colocação.
Cinco dias após vencer os 800 m, a britânica Kelly Holmes faturou o seu segundo ouro em Atenas-2004 ao vencer os 1.500 m com 3:57.90, se tornando a terceira atleta da história a fazer a dobradinha nas duas provas de meio-fundo nos Jogos, após a soviética Tayana Kazankina em Montreal-1976 e a russa Svetlana Masterkova em Atlanta-1996.
Nancy Lagat venceu a prova em Pequim-2008, apenas o segundo ouro feminino da história do Quênia. O primeiro havia sido conquistado cinco dias antes nos 800 m por Pamela Jelimo.
Em Londres-2012, tivemos na pista uma dobradinha turca com Aslı Çakır Alptekin e Gamze Bulut, com 4:10.23 e 4:10.40 respectivamente a frente da barenita Maryam Yusuf Jamal, bronze com 4:10.74.As duas turcas testaram positivo nos exames antidoping e acabaram perdendo suas medalhas, colocando Jamal, campeã mundial em 2007 e 2009, na primeira colocação.
No Rio-2016, a queniana Faith Kipyegon conquistou uma vitória sólida com 4:08.92 para ficar com o ouro à frente da etíope Genzebe Dibaba. Completou o pódio a americana Jennifer Simpson, que conquistou a primeira medalha dos Estados Unidos na história desta prova nos Jogos.
As Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Munique 1972 | Lyudmila Bragina URS | Gunhild Hoffmeister GDR | Paola Pigni ITA |
Montreal 1976 | Tatyana Kazankina URS | Gunhild Hoffmeister GDR | Ulrike Klapezynski GDR |
Moscou 1980 | Tatyana Kazankina URS | Christiane Wartenberg GDR | Nadiya Olizarenko URS |
Los Angeles1984 | Gabriella Dorio ITA | Doina Melinte ROU | Maricica Puică ROU |
Seul 1988 | Paula Ivan ROU | Laimutė Baikauskaitė URS | Tetiana Samolenko URS |
Barcelona 1992 | Hassiba Boulmerka ALG | Lyudmila Rogachova EU N | Qu Yunxia CHN |
Atlanta 1996 | Svetlana Masterkova RUS | Gabriela Szabo ROU | Theresia Kiesl AUT |
Sydney 2000 | Nouria Mérah-Benida ALG | Violeta Szekely ROU | Gabriela Szabo ROU |
Atenas 2004 | Kelly Holmes GBR | Tatyana Tomashova RUS | Maria Cioncan ROU |
Pequim 2008 | Nancy Langat KEN | Iryna Lishchynska UKR | Nataliya Tobias UKR |
Londres 2012 | Maryam Jamal BRN | Tatyana Tomashova RUS | Abeba Aregawi ETH |
Rio 2016 | Faith Kibiegon KEN | Genzebe Dibaba ETH | Jenny Simpson EUA |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | União Soviética | 3 | 1 | 2 | 6 |
2 | Argélia | 2 | 0 | 0 | 2 |
2 | Quênia | 2 | 0 | 0 | 2 |
4 | Romênia | 1 | 3 | 3 | 7 |
5 | Rússia | 1 | 2 | 0 | 3 |
6 | Itália | 1 | 0 | 1 | 2 |
7 | Bahrain | 1 | 0 | 0 | 1 |
7 | Grã-Bretanha | 1 | 0 | 0 | 1 |
8 | Alemanha Oriental | 0 | 3 | 1 | 4 |
9 | Etiópia | 0 | 1 | 1 | 2 |
9 | Ucrânia | 0 | 1 | 1 | 2 |
11 | Equipe Unificada | 0 | 1 | 0 | 1 |
12 | Áustria | 0 | 0 | 1 | 1 |
12 | China | 0 | 0 | 1 | 1 |
12 | Estados Unidos | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
1500 metros é a principal corrida de meio-fundo em pista do atletismo, disputada desde os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna em Atenas 1896. Os requisitos para a corrida são similares aos dos 800 metros, com uma maior ênfase na resistência aeróbica e menor na velocidade pura. É uma prova essencialmente aeróbica mas condições físicas anaeróbicas são também necessárias. Ela consiste de três voltas e +3/4 de volta numa pista de atletismo padrão de 400 metros. Os atletas largam um ao lado do outro na extensão lateral total da pista e são autorizados a correr após a largada sem respeitar raias pré-estabelecidas