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Chances do Brasil
Para Tóquio-2020, o Brasil chega com três ótimos nomes Gabriel Constantino, Eduardo de Deus e Rafael Pereira.
Gabriel fez 13s18 em 2019, o 9º melhor tempo do mundo no ano e recorde sul-americano, mas não terminou a final do Pan de Lima-2019 e foi desclassificado nas eliminatórias do Mundial por derrubar uma barreira de propósito.
+ Confira um perfil completo de Gabriel, Eduardo e Rafael e seus melhores resultados no ciclo olímpico
Eduardo de Deus também não foi bem no Mundial, mas levou o bronze no Pan-Americano. Já Rafael Pereira foi o último a conseguir a vaga na Olimpíada. O atleta obteve bons resultados recentes que lhe deram a vaga por meio do ranking de qualificação para os Jogos Olímpicos .
Favoritos nos 110m com barreiras masculino nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020
O americano Grant Holloway foi o campeão mundial em Doha-2019 com 13.10 e o único a correr a distância abaixo dos 13 s em 2019, marcando 12.98 em uma competição no Texas. Seus compatriotas Devon Allen, Daniel Roberts e Freddie Crittenden são outros nomes fortes na prova. Ouro no Rio-2016, o jamaicano Omar McLeod foi campeão mundial em 2017 em Londres, mas acabou desclassificado na decisão em Doha por obstrução. Ainda assim, tem um dos melhores tempos do mundo e terá boas chances para o bicampeonato olímpico.
O russo Sergey Shubenkov foi ouro no Mundial de 2015, em Pequim, e prata nos dois mundiais seguintes. Por conta do banimento russo no atletismo do Rio, Shubenkov não competiu no Brasil, mas é com certeza um dos principais nomes da prova na atualidade. O francês Pascal Martinot-Lagarde é outro que tem grandes chances de pódio, tendo o bronze no último mundial e o título europeu em 2018 na bagagem. Vale ficar de olho no espanhol vice no Rio Orlando Ortega, em Shane Brathwaite, de Barbados e no brasileiro Gabriel Constantino.
O Brasil nos Jogos
O primeiro brasileiro a disputar a prova em uma Olimpíada foi Alberto Byington, que não passou das eliminatórias em Paris-1924. Em Los Angeles-1932, mais dois brasileiros competiram, sem avançar de fase: Sylvio Padilha e Antonio Giusfredi. Padilha, que chegou a ser finalista olímpico nos 400m com barreiras em Berlim-1936, seria presidente do Comitê Olímpico Brasileiro de 1963 até 1991, membro do COI a partir de 1964 e vice-presidente da entidade de 1975 a 1978. Darcy Guimarães competiu em Berlim-1936, mas também não passou de fase.
O Brasil só voltaria a ter um representante em Seul-1988, com Lyndon Campos. Recordista sul-americano na época, teve uma distensão muscular nos treinamentos na Coreia do Sul e não competiu na sua prova. Em Barcelona-1992, Joilto Santos Bonfim não passou das eliminatórias com 14.06.
Pela primeira vez na história, em Atlanta-1996, o Brasil chegou à segunda rodada da prova e logo com dois atletas. Walmes de Souza e Pedro Chiamulera avançaram para as quartas de final, mas ficaram longe de uma vaga nas semifinais. Márcio de Souza competiu em Sydney-2000, passando na primeira rodada com 13.70 e parando na segunda com 13.71, ficando a uma posição da vaga nas semifinais.
A melhor participação brasileira veio em Atenas-2004, quando chegamos com três ótimos nomes: Márcio de Souza, em sua segunda Olimpíada, Redelen dos Santos e Matheus Inocêncio. Lesionado, Redelen não competiu, Márcio avançou para a segunda rodada, mas foi Matheus que fez história, colocando pela primeira vez o Brasil na final da prova. Ele terminou em sétimo com 13.49.
Anselmo da Silva foi o único brasileiro em Pequim-2008. Com 13.81 pegou a penúltima vaga para a segunda rodada, onde parou com o pior tempo de 13.84. No Rio-2016, Éder Souza e João Vitor de Oliveira avançaram de fase, parando nas semifinais.
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Histórico
Disputada desde a primeira edição, em Atenas-1896, a prova de sprint masculina com barreiras sempre foi disputada na distância dos 110m, diferente da versão feminina, que começou com 80m e só depois foi para os 100m. Nas edições de Paris-1900 e de St. Louis-1904 foi disputada a hoje inusitada prova de 200m com barreiras.
Disputada 28 vezes, os 110m com barreiras foram vencidos 19 vezes por velocistas americanos. Em Atenas-1896 a primeira vitória ficou com o americano Thomas Curtis, que venceu a final disputada por apenas dois atletas, já que outros dois desistiram, um por estar ajudando um colega na maratona e outro para se preparar para o salto com vara. Curtis e o britânico Grantley Goulding marcaram 17.6, mas o americano venceu por duas polegadas. Os americanos seguiram dominando a prova nas quatro edições seguintes, conquistando todas as medalhas em disputa até Estocolmo-1912, com 12 atletas diferentes.
Foi apenas após a 1ª Guerra, na Antuérpia-1920 que a vitória não ficou com um americano. O canadense Earl Thomson sobrou na final com 14.8, novo recorde mundial, para levar o ouro. Junto com outros dois americanos, Thomson foi o responsável pelo design das barreiras mais próximas do atual, que ajudou a prevenir lesões e quedas. Ele estava na primeira turma de indicados ao Hall da Fama do esporte canadense em 1955.
O sul-africano Sid Atkinson havia perdido o ouro em Paris-1924 para o americano Daniel Kinsey ao tocar na última barreira e perder centésimos importantes. Mas em Amsterdã-1928, Atkinson se recuperaria levando o ouro.
Após essa vitória de Atkinson, o ouro ficou com os americanos por nove vezes seguidas, entre Los Angeles-1932 e Munique-1972. Em quatro desses pódios, só americanos. Apesar do domínio, tivemos apenas um bicampeão: Lee Calhoun, ouro em Melbourne-1956 e em Roma-1960. Quem quebrou a sequência americana de vitórias foi o francês Guy Drut, em Montreal-1976. Drut havia ficado com a prata em Munique-1972, sendo derrotado pelo americano Rod Milburn, que estabeleceu novo recorde mundial com 13.24. Com o boicote americano em Moscou-1980, a vitória ficou com o alemão oriental Thomas Munkelt com 13.39.
Em casa, em Los Angeles-1984, nova dobradinha americana com Roger Kingdom e Greg Foster. Foster era o atual campeão mundial, tendo vencido na primeira edição da competição em 1983 e levaria os títulos mundiais em 1987 e em 1991, mas nunca foi campeão olímpico. Em compensação, Kingdom, que nunca venceu um Mundial, se tornaria bicampeão olímpico com o ouro em Seul-1988 com recorde olímpico de 12.98, o primeiro a baixar dos 13 s em uma edição olímpica.
Os Jogos de Atlanta-1996 viram a vitória de Allen Johnson, talvez o grande nome da história desta prova. Tetracampeão mundial, o americano venceu as quatro baterias se tornando campeão com 12.95, apenas o segundo a baixar dos 13 s em uma Olimpíada. Ele chegou em Sydney-2000 como o grande favorito, mas, na decisão, tocou em algumas barreiras, fazendo-o perder preciosos centésimos e Johnson ficaria fora do pódio, em quarto lugar. O ouro ficou com o cubano Anier Garcia com 13.00.
O chinês Liu Xiang foi um dos grandes nomes dos Jogos de Atenas-2004 ao se tornar o primeiro homem de seu país a levar o ouro olímpico no atletismo. Numa decisão espetacular, Xiang igualou o recorde mundial do britânico Colin Jackson com 12.91. Liu Xiang chegou em Pequim-2008 como um dos maiores ídolos de seu país e com o título mundial de 2007 no currículo. Muito pressionado, Xiang desistiu ainda na primeira rodada. A sua bateria teve uma saída falsa e, antes de ser retomada, ele saiu andando do estádio, desistindo de competir em frente a um incrédulo Ninho do Pássaro.
Com inflamações crônicas recorrentes no tendão de Aquiles, Liu Xiang ainda competiria em Londres-2012, mas, sentindo novamente a lesão, desistiu após a primeira barreira na primeira rodada. O ouro em Pequim-2008 ficaria com o cubano Dayron Robles com 12.93 e o de Londres-2012 com o americano Aries Merritt, com 12.92. Merritt não conseguiu a classificação para os Jogos do Rio-2016 nas seletivas americanas, após um transplante de rim em 2015.
O ouro no Rio ficou com o jamaicano Omar McLeod com 13.05 contra 13.17 do espanhol Orlando Ortega e 13.24 do francês Dimitri Bascou. Sem considerar a edição de Moscou-1980 quando houve o boicote americano, tivemos, pela primeira vez na história, um pódio olímpico nesta prova sem os Estados Unidos.
Os Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Atenas-1896 | Thomas Curtis USA | Grantley Goulding GBR | |
Paris-1900 | Alvin Kraenzlein USA | John McLean USA | Fred Moloney USA |
St. Louis-1904 | Frederick Schule USA | Thaddeus Shideler USA | Lesley Ashburner USA |
Londres-1908 | Forrest Smithson USA | John Garrels USA | Arthur Shaw USA |
Estocolmo-1912 | Fred Kelly USA | James Wendell USA | Martin Hawkins USA |
Antuérpia-1920 | Earl Thomson CAN | Harold Barron USA | Feg Murray USA |
Paris-1924 | Daniel Kinsey USA | Sid Atkinson RSA | Sten Pettersson SWE |
Amstrerdã-1928 | Sid Atkinson RSA | Steve Anderson USA | John Collier USA |
Los Angeles-1932 | George Saling USA | Percy Beard USA | Don Finlay GBR |
Berlim-1936 | Forrest Towns USA | Don Finlay GBR | Fritz Pollard USA |
Londres-1948 | William Porter USA | Clyde Scott USA | Craig Dixon USA |
Helsinque-1952 | Harrison Dillard USA | Jack Davis USA | Arthur Barnard USA |
Melbourne-1956 | Lee Calhoun USA | Jack Davis USA | Joel Shankle USA |
Roma-1960 | Lee Calhoun USA | Willie May USA | Hayes Jones USA |
Tóquio-1964 | Hayes Jones USA | Blaine Lindgren USA | Anatoly Mikhailov URS |
Cidade do México-1968 | Willie Davenport USA | Ervin Hall USA | Eddy Ottoz ITA |
Munique-1972 | Rod Milburn USA | Guy Drut FRA | Thomas Hill USA |
Montreal-1976 | Guy Drut FRA | Alejandro Casañas CUB | Willie Davenport USA |
Moscou-1980 | Thomas Munkelt FRG | Alejandro Casañas CUB | Aleksandr Puchkov URS |
Los Angeles-1984 | Roger Kingdom USA | Greg Foster USA | Arto Bryggare FIN |
Seul-1988 | Roger Kingdom USA | Colin Jackson GBR | Tonie Campbell USA |
Barcelona-1992 | Mark McKoy CAN | Tony Dees USA | Jack Pierce USA |
Atlanta-1996 | Allen Johnson USA | Mark Crear USA | Florian Schwarthoff GER |
Sydney-2000 | Anier García CUB | Terrence Trammell USA | Mark Crear USA |
Atenas-2004 | Liu Xiang CHN | Terrence Trammell USA | Anier García CUB |
Pequim-2008 | Dayron Robles CUB | David Payne USA | David Oliver USA |
Londres-2012 | Aries Merritt USA | Jason Richardson USA | Hansle Parchment JAM |
Rio-2016 | Omar McLeod JAM | Orlando Ortega ESP | Dimitri Bascou FRA |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 19 | 20 | 17 | 56 |
2 | Cuba | 2 | 2 | 1 | 5 |
3 | Canadá | 2 | 0 | 0 | 2 |
4 | França | 1 | 1 | 1 | 3 |
5 | África do Sul | 1 | 1 | 0 | 2 |
6 | Jamaica | 1 | 0 | 1 | 2 |
7 | Alemanha Ocidental | 1 | 0 | 0 | 1 |
7 | China | 1 | 0 | 0 | 1 |
9 | Grã-Bretanha | 0 | 3 | 1 | 4 |
10 | Espanha | 0 | 1 | 0 | 1 |
11 | União Soviética | 0 | 0 | 2 | 2 |
12 | Alemanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
12 | Finlândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
12 | Itália | 0 | 0 | 1 | 1 |
12 | Suécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
A prova dos 110m com barreiras é uma prova olímpica de atletismo disputada apenas por homens. Disputada como competição individual, também integra o decatlo como uma de suas modalidades.
A prova é disputada numa reta onde raias de corrida estão demarcadas. A largada é feita a partir de blocos de partida no chão da pista, como as demais provas de velocidade do programa olímpico. Nos seus 110 metros de extensão são dispostas 10 barreiras; a primeira surge 13,72 m depois da linha de partida, as seguintes têm 9,14 metros de intervalo entre si e depois da última barreira há um percurso livre de 14,02 m até à linha da meta.
As barreiras têm 1,067 m de altura cada e são colocadas de modo a que caiam para a frente, caso sejam tocadas pelo corredor. O toque ou mesmo a derrubada de barreiras não é motivo de desqualificação já que, geralmente, afeta de forma negativa o tempo obtido pelo competidor. O atleta pode ser desclassificado caso invada a raia de outro atleta ou tenha um tempo de reação ao sinal de largada inferior a 0.1s, considerado uma largada falsa.