100m masculino
100m rasos masculino – Jogos Olímpicos – Tóquio 2020
Recordes dos 100m
Chances do Brasil
O Brasil vem com uma nova perspectiva para as provas de velocidade dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, com atletas que evoluíram demais e animados com os ótimos resultados obtidos principalmente no revezamento 4x100m. Quem vem na frente dessa nova geração é Paulo André de Oliveira. Ele foi prata na prova no Pan de Lima-2019 e semifinalista no Mundial de Doha, além de ter a marca de 10s02, obtida em abril de 2019. Felipe Bardi e Rodrigo Nascimento serão os outros representantes do país.
Os Favoritos
O americano Christian Coleman campeão mundial em Doha com 9.76 e dono das três melhores marcas de 2019 nos 100m masculino está fora de Tóquio-2020. Suspenso por doping em outubro de 2020, cumpre 18 meses de punição, o que o tira da prova no Japão, que ocorre em agosto. Com isso, seus compatriotas se tornam favoritos. Noah Lyles foi campeão mundial nos 200m em Doha, não competiu nos 100m no Mundial, mas tem 9.86 no ano. Justin Gatlin tem uma carreira polêmica, é o único campeão olímpico dos 100m ainda em atividade e vem em boa fase, com a medalha de prata no Mundial de Doha e duas marcas sub-9.90 em 2019.
A Jamaica não vem em boa fase no masculino e, com a aposentadoria de Usaim Bolt, tem ainda em Yohan Blake como seu principal nome nos 100m masculino, após o 5º lugar no último Mundial. Já o canadense Andre De Grasse tem se mantido entre os melhores, vindo do bronze em Doha e a marca de 9s90 em 2019.
Quatro velocistas africanos também são bem cotados para um eventual pódio nos 100m masculino dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. O sul-africano Akani Simbine foi 4º em Doha e tem os títulos africano de 2018 e dos Jogos da Comunidade Britânica no mesmo ano. Os nigerianos Divine Oduduru e Raymond Ekevwo e o marfinense Arthur Cissé correm por fora. Outros bons nomes da prova são o britânico Adam Gemili e o japonês Abdul Hakim Sani Brown.
O Brasil nos 100m
O Brasil nunca conquistou uma medalha na prova dos 100m masculino dos Jogos Olímpicos, mas já chegou bem perto.
O primeiro brasileiro a competir nos 100m masculino em Jogos Olímpicos foi Álvaro Ribeiro em Paris-1924. Ele ficou em quinto na sua bateria da primeira fase, não avançando para as quartas. Em Los Angeles-1932, três brasileiros disputaram a prova, mas apenas José de Almeida passou de fase. Ele ficou em segundo na sua bateria eliminatória com 11s0, mas acabou em quarto na sua quarta-de-final melhorando o tempo com 10s8, mas não avançou. Ele voltou a competir nos 100m em Berlim-1936, não passando da primeira fase.
Com o retorno dos Jogos Olímpicos em Londres-1948 após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil colocou pela primeira vez dois velocistas na segunda fase da prova: Ivan Hausen e Aroldo Silva, que não passaram para as semifinais.
Após um longo hiato, o Brasil voltou a ter representantes os 100m masculino apenas nos Jogos Olímpicos de Munique-1972, com Luis da Silva, que fez 10s63 na sua bateria eliminatória e não avançou de fase.
Em Montreal-1976, pela 1ª vez na história, um brasileiro chegou nas semifinais dos 100m masculino. Ruy da Silva fez 10s61 nas eliminatórias, 10s57 nas quartas e, na semifinal, marcou 10s54, para terminar em 7º na sua bateria e ficar de fora da final. Em Moscou-1980, novamente dois brasileiros avançaram para a segunda fase, com Katsuhiko Nakaya, que atualmente é treinador, e Nelson dos Santos.
Nos Jogos Olímpicos de Seul-1988, Robson Caetano se tornou o primeiro brasileiro a ser finalista nos 100m masculino. Ele fez ótima campanha vencendo sua bateria de primeira rodada com 10s37, depois foi 2º na sua bateria de quartas com 10s24, atrás apenas do americano Carl Lewis, pegou a última vaga para a final na semi repetindo os 10s24 e na decisão, após a desclassificação de Ben Johnson, acabou com a quinta colocação com 10s11. O atleta voltaria a fazer uma boa campanha em Barcelona-1992, parando na semifinal com 10s32, em 6º na sua semi.
Em Sydney-2000, Vicente Lenilson ficou bem perto da semifinal dos 100m masculino ao marcar 10s28 nas quartas. Já em Atenas-2004, Vicente colocaria o Brasil novamente na semifinal da prova, mas ele terminou em último na série com 10s28 e não foi pra final. Em sua última Olimpíada, Vicente avançou para a segunda fase em Pequim-2008, assim como José Carlos Moreira.
Desde então, nenhum brasileiro mais avançou de fase nos Jogos Olímpicos. Em Londres-2012, Nilson André foi quinto na sua bateria preliminar com 10s26 e no Rio-2016, Vitor Hugo dos Santos também foi 5º na sua com 10s36.
Histórico
Os 100m masculino é a prova nobre dos Jogos Olímpicos. É a prova que o planeta pára para assistir o homem mais rápido do mundo.
Disputada desde a 1ª edição, em Atenas-1896, os 100m masculinos são historicamente dominados pelos Estados Unidos, que venceram 16 das 28 disputas olímpicas. O 1º campeão olímpico foi o americano Thomas Burke, com o tempo de 12.0. Apenas na 4ª edição olímpica, em Londres-1908 que um americano não venceu a prova, com o título ficando com o britânico Reggie Walker, igualando o recorde olímpico com 10.8.
Mas o primeiro grande nome a vencer os 100m masculino e entrar para a história do esporte mundial foi Jesse Owens, nos Jogos Olímpicos de Berlim-1936. Em plena Alemanha comandada por Adolf Hitler, Owens quebrou todos os sonhos arianos do ditador alemão e venceu a prova com 10.3, destruindo as expectativas de Hitler.
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Após a 2ª Guerra, o americano Harrison Dillard foi o vencedor em Londres-1948 com os mesmos 10.3 de Owens. Na edição seguinte em Helsinque-1952, tivemos pela primeira vez o uso do photo finish na definição do ouro olímpico e pela primeira vez os tempos foram determinados nos centésimos. O americano Lindy Remigino foi ouro com 10.79 contra 10.80 do jamaicano Herb McKenley em decisão tomada na foto. Apenas em Roma-1960, após 52 anos, que a prova voltou a ter um vencedor europeu. O alemão Armin Hary, conhecido pelos seus tempos de reação impressionantes, venceu com 10.2, mesma marca do americano Dave Sime, medalha de prata.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio 1964 viram a introdução da tomada de tempo automática, mas ainda assim os tempos foram arredondados para parecerem tempos manuais, com apenas uma casa decimal. O americano Bob Hayes marcou oficialmente 10.06, mas seu tempo foi convertido para 10.0, apesar dos cronometristas terem marcado 9.9, o que o tornaria o 1º da história a baixar dos 10s, mas isso não foi o caso. Foi apenas na edição seguinte, na Cidade do México em 1968 que o tempo eletrônico foi totalmente adotado e o americano Jim Hines foi o vencedor dos 100m masculino com 9.95.
Em Los Angeles-1984, a vitória dos 100m masculino ficou com o mito Carl Lewis, que venceu com 9.99. Ficou com o bronze nesta prova o canadense Ben Johnson com 10.22. Quatro anos depois, Johnson foi o pivô de uma das maiores polêmicas da história dos Jogos. Ele venceu a final em Seul-1988 com espetaculares 9.79 em 24 de setembro. Dois dias depois, Johnson perdeu seu ouro após ser pego em exame antidoping com estanozolol. O ouro foi dado ao 2º colocado, Carl Lewis, que herdou a vitória e o recorde mundial com 9.92 e se tornou o 1º bicampeão olímpico da prova na história. Também foi nesta final que, pela 1ª vez na história olímpica, alguém baixou dos 10s e terminou com o bronze: o americano Calvin Smith ficou em 3º com 9.99. Em Barcelona-1992, a vitória ficou com o britânico Linford Christie com 9.96, que voltou como favorito em Atlanta-1996, mas foi desclassificado na final após a 2ª saída falsa e a vitória ficou com o canadense Donovan Bailey com 9.84, novo recorde mundial.
Nos Jogos Olímpicos Sydney 2000, os Estados Unidos voltariam ao topo do pódio com Maurice Greene, que marcou 9.87. Na edição seguinte, em Atenas-2004, um jovem americano de apenas 22 anos surpreenderia ao vencer com 9.85. Era a vez de Justin Gatlin subir ao topo do pódio, deixando o então campeão Greene com o bronze.
Já nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, surgiria o grande nome dos 100m masculino: o jamaicana Usain Bolt. Neste mesmo ano, Bolt surgiria para o mundo em Nova York em maio ao bater o recorde mundial com 9.72. Em Pequim, sua participação foi um show à parte. Ele venceu todas as suas baterias, marcou ótimos 9.92 ainda nas quartas, depois venceu sua semi com 9.85 e levou seu 1º título olímpico com espetacular 9.69 na final, melhorando seu recorde mundial. Foi a 1ª vez na história que três jamaicanos chegaram à final. Bolt voltaria em Londres-2012 totalmente consagrado e como o homem a ser batido. Em 2009, quando venceu o título mundial em Berlim, Bolt batera o recorde mundial mais uma vez, com espetacular 9.58, marca que persiste até hoje. Liderando a armada jamaicana, Bolt venceu pela 2ª vez com 9.63, novo recorde olímpico, com seu compatriota Yohan Blake na prata e Justin Gatlin, voltando após um gancho de 4 anos por doping, no bronze.
Para encerrar sua brilhante carreira olímpica, Usain Bolt chegaria como uma das maiores estrelas do esporte mundial nos Jogos do Rio-2016 sem decepcionar. Ele venceu novamente todas as suas baterias, com destaque para um 9.86 na semifinal e um belo 9.81 na decisão, faturando o inédito tricampeonato olímpica da prova. Justin Gatlin foi prata com 9.89 e o canadense Andre De Grasse bronze com 9.91.
Os Medalhistas dos 100m
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Atenas-1896 | Thomas Burke USA | Fritz Hofmann GER | Francis Lane USA Alajos Szokolyi HUN |
Paris-1900 | Frank Jarvis USA | Walter Tewksbury USA | Stan Rowley GBR |
St. Louis-1904 | Archie Hahn USA | Nathaniel Cartmell USA | William Hogenson USA |
Londres-1908 | Reggie Walker GBR | James Rector USA | Robert Kerr CAN |
Estocolmo-1912 | Ralph Craig USA | Alvah Meyer USA | Donald Lippincott USA |
Antuérpia-1920 | Charley Paddock USA | Morris Kirksey USA | Harry Edward GBR |
Paris-1924 | Harold Abrahams GBR | Jackson Scholz USA | Arthur Porritt NZL |
Amsterdã-1928 | Percy Williams CAN | Jack Londo GBR | Georg Lammers GER |
Los Angeles-1932 | Eddie Tolan USA | Ralph Metcalfe USA | Arthur Jonath GER |
Berlim-1936 | Jesse Owens USA | Ralph Metcalfe USA | Tinus Osendarp NED |
Londres-1948 | Harrison Dillard USA | Barney Ewell USA | Lloyd LaBeach PAN |
Helsinque-1952 | Lindy Remigino USA | Herb McKenley JAM | McDonald Bailey GBR |
Melbourne-1956 | Bobby Morrow USA | Thane Baker USA | Hector Hogan AUS |
Roma-1960 | Armin Hary GER | Dave Sime USA | Peter Radford GBR |
Tóquio-1964 | Bob Hayes USA | Enrique Figuerola CUB | Harry Jerome CAN |
Cidade do México-1968 | Jim Hines USA | Lennox Miller JAM | Charles Greene USA |
Munique-1972 | Valeriy Borzov URS | Robert Taylor USA | Lennix Miller JAM |
Montreal-1976 | Hasely Crawford TTO | Don Quarrie JAM | Valeriy Borzov URS |
Moscou-1980 | Allan Wells GBR | Silvio Leonard CUB | Petar Petrov BUL |
Los Angeles-1984 | Carl Lewis USA | Sam Graddy USA | Ben Johnson CAN |
Seul-1988 | Carl Lewis USA | Linford Christie GBR | Calvin Smith USA |
Barcelona-1992 | Linford Christie GBR | Frankie Fredericks NAM | Dennis Mitchell USA |
Atlanta-1996 | Donovan Bailey CAN | Frankie Fredericks NAM | Ato Boldon TTO |
Sydney-2000 | Maurice Greene USA | Ato Boldon TTO | Obadele Thompson BAR |
Atenas-2004 | Justin Gatlin USA | Francis Obikwelu POR | Maurice Greene USA |
Pequim-2008 | Usain Bolt JAM | Richard Thompson TTO | Walter Dix USA |
Londres-2012 | Usain Bolt JAM | Yohan Blake JAM | Justin Gatlin USA |
Rio-2016 | Usain Bolt JAM | Justin Gatlin USA | Andre De Grasse CAN |
Quadro de Medalhas dos 100m
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 16 | 14 | 9 | 39 |
2 | Jamaica | 3 | 4 | 1 | 8 |
3 | Grã-Bretanha | 3 | 2 | 3 | 8 |
4 | Canadá | 2 | 0 | 4 | 6 |
5 | Trinidad & Tobago | 1 | 2 | 1 | 4 |
6 | Alemanha | 1 | 1 | 2 | 4 |
7 | União Soviética | 1 | 0 | 1 | 2 |
8 | África do Sul | 1 | 0 | 0 | 1 |
9 | Cuba | 0 | 2 | 0 | 2 |
9 | Namíbia | 0 | 2 | 0 | 2 |
11 | Portugal | 0 | 1 | 0 | 1 |
12 | Austrália | 0 | 0 | 2 | 2 |
13 | Barbados | 0 | 0 | 1 | 1 |
13 | Bulgária | 0 | 0 | 1 | 1 |
13 | Hungria | 0 | 0 | 1 | 1 |
13 | Holanda | 0 | 0 | 1 | 1 |
13 | Panamá | 0 | 0 | 1 | 1 |
13 | Nova Zelândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
A Prova
100m rasos é uma modalidade olímpica de corrida de velocidade no atletismo. A mais curta das distâncias disputadas em eventos ao ar livre, é também uma das mais populares modalidades do esporte.
Os atletas largam de blocos firmados no chão ao som de um sinal de partida e correm dentro de raias demarcadas na pista. As solas têm pregos de comprimento máximo fixado em 8,4 milímetros, e a espessura da sola não pode ultrapassar treze milímetros. O vencedor é determinado pelo primeiro a cruzar o torso na linha de chegada; pernas e braços são desconsiderados. Quando a avaliação do vencedor não é possível ao olho humano, é usado um sistema de photo finish para determinar o campeão.
Provas disputadas com uma velocidade de vento favorável maior que 2 m/s não são aceitáveis para a homologação de recordes. Sensores colocados no bloco de largada marcam o tempo de reação dos atletas ao sinal de largada; um tempo de reação inferior a 0.1s é considerado como largada falsa, os velocistas são chamados de volta à largada, e o responsável desclassificado. Um atleta também pode ser desclassificado caso pise fora da linha que delimita sua raia de corrida