10000m feminino
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Chances do Brasil
Será difícil uma brasileira se classificar para a Olimpíada de Tóquio. O índice de 31:25.00 é muito forte e mais de 22s melhor do que o recorde brasileiro, que pertence à Carmem de Oliveira desde 1993 (31:47.76).
O Brasil nos Jogos
Carmen de Oliveira competiu na prova em Barcelona-1992, mas não fez uma boa apresentação. Ela foi apenas 19ª na sua bateria com 34:48.21 e ficou longe da vaga na final.
Tatiele de Carvalho colocou o Brasil novamente na disputa da prova no Rio-2016, quando terminou em 31º lugar com 32:38.21.
+ Veja a lista dos brasileiros classificados para os Jogos
Os Favoritos
A vitória no último Mundial ficou com a etíope naturalizada holandesa Sifan Hassan. Especializada nos 1.500 m e nos 5.000 m, Hassan venceu o Mundial com 30:17.62 no que foi apenas a sua segunda competição na carreira na pista nesta distância. Em outubro de 2020, Hassan competiu pela 3ª vez na vida nos 10.000 m, vencendo uma prova em casa com 29:36.67, recorde europeu e 4ª melhor marca da história. Em Tóquio, esta prova será disputada no último dia de disputas no estádio, no dia seguinte à final dos 1.500 m. Sendo assim, a participação de Hassan ainda é incerta.
As etíopes e quenianas dominam esta prova. Desde 1997, em todos os Mundiais e Jogos Olímpicos, o ouro só não ficou com um desses países em Atenas-2004 e no passado, por conta da vitória de Hassan. As seletivas desses países são muito fortes e suas equipes ainda estão indefinidas.
Entre as etíopes, um dos destaques é Letesenbet Gidey, prata no último Mundial. Ela bateu o recorde mundial dos 5.000 m em 2020 aos 22 anos. Outras que brigam pelas vagas são Senbere Teferi, 6ª no último Mundial, e Netsanet Gudeta, campeã mundial de meia-maratona em 2018.
Entre as quenianas, um dos destaques é Agnes Jebet Tirop, bronze nos dois últimos Mundiais e campeã mundial de cross-country em 2015. Bicampeã mundial dos 5.000 m, Hellen Obiri é outro bom nome do time queniano, apesar de ter poucas disputas de 10.000 m no currículo. Rosemary Wanjiru, 4ª no Mundial de 2019, deve completar a equipe.
Outros nomes são o da queniana naturalizada israelense Lonah Chemtai Salpeter, campeã europeia em 2018, a holandesa Susan Krumins, vice europeia em 2018, a queniana naturalizada turca Yasemin Can, campeã europeia em 2016, a japonesa Hitomi Niiya e a americana Molly Huddle.
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Histórico
A prova mais longa da pista começou a ser disputada no feminino nos Jogos de Seul-1988. A norueguesa Ingrid Kristianssen era a recordista mundial e favorita pra estreia da prova. Ela fez o melhor tempo das eliminatórias, mas na final acabou pisando fora da pista na 7ª volta e abandonou a prova. O ouro inicial ficou com a soviética Olga Bondarenko com 31:05.21.
A vitória em Barcelona-1992 foi da etíope Derartu Tulu. Um dos grandes nomes das provas de fundo na história, Tulu conquistou o primeiro ouro feminino de seu país nos Jogos com boa vantagem. Melhor tempo nas eliminatórias, Tulu marcou 31:06.02 na final, colocando mais de 5 s sobre a segunda colocada.
A portuguesa Fernanda Ribeiro, campeã mundial no ano anterior, foi a vencedora em Atlanta-1996, apenas a segunda medalha de ouro feminina de seu país, após a grande vitória de Rosa Mota na maratona oito anos antes. Ribeiro marcou 31:01.63 na final, menos de um segundo à frente da chinesa Wang Junxia, que havia vencido os 5.000 m cinco dias antes. Tulu ficou em 4º lugar sem medalha.
Em Sydney-2000, Tulu deu o troco e subiu novamente ao topo do pódio. A etíope foi campeã com 30:17.49, destruindo o recorde olímpico de Fernanda Ribeiro e faturando o bicampeonato. A prata ficou com a também etíope Gete Wami, campeã mundial no ano anterior, e Ribeiro acabou com o bronze.
Em Atenas-2004, pela primeira vez nos Jogos, a prova dos 10.000 m foi com final direta, sem a disputa de eliminatórias. O ouro aqui ficou com a chinesa Xing Huina com 30:24.36, segurando as três etíopes que vieram na sequência. Prata para Ejegayehu Dibaba a apenas 0.62 e mais uma medalha para Derartu Tulu, agora um bronze. Tulu, aliás, é tia das irmãs Ejegayehu, Tirunesh e Genzebe Dibaba.
Após Atenas, foi a vez de Tirunesh se tornar o grande nome desta prova, com vitórias nos Mundiais de 2005 e 2007. Ela chegou como favorita em Pequim-2008 e não decepcionou, levando o ouro com recorde olímpico de 29:54.66, a primeira a baixar o tempo de 30min em uma Olimpíada.
Tirunesh Dibaba sofreu com lesões após Pequim, mas chegou a bater o recorde mundial dos 15 km em rua em 2009. Ela defendeu o título africano em 2010, mas uma fratura por estresse na perna direita a tirou das pistas por 16 meses. Ela voltou muito bem em 2012, ficando quase invicta em toda a temporada nas mais diferentes provas. Dibaba defendeu seu título olímpico dos 10.000 m, vencendo com 30:20.75. No ano seguinte, ela venceu novamente o Mundial, seu 3º título.
A final do Rio-2016 foi a primeira disputada do atletismo nesta edição, logo na primeira sessão no Estádio Olímpico. E ela não decepcionou. A etíope Almaz Ayana simplesmente voou na pista carioca vencendo com 29:17.45, destruindo o recorde mundial que durava desde 1993 por pouco mais de 14 s. Na final mais forte da história da prova até hoje, a prata ficou com a queniana Vivian Cheruiyot, bicampeã mundial da distância, incluindo no ano anterior aos Jogos, e o bronze com Tirunesh Dibaba, que encerraria sua carreira na pista no ano seguinte, com a prata no Mundial de 2017. Foram apenas nove marcas na história abaixo dos 30 minutos e quatro delas foram na final olímpica no Rio de Janeiro.
As Medalhistas
Olimpíada | |||
---|---|---|---|
Seul 1988 | Olga Bondarenko URS | Liz McColgan GBR | Yelena Zhupiyeva URS |
Barcelona 1992 | Derartu Tulu ETH | Elana Meyer RSA | Lynn Jennings EUA |
Atlanta 1996 | Fernanda ribeiro POR | Wang Junxia CHN | Gete Wami ETH |
Sydney 2000 | Derartu Tulu ETH | Gete Wami ETH | Fernanda Ribeiro POR |
Atenas 2004 | Xing Huina CHN | Ejegayehu Dibaba ETH | Derartu Tulu ETH |
Pequim 2008 | Tirunesh Dibaba ETH | Shalane Flanagan EUA | Linet Masai KEN |
Londres 2012 | Tirunesh Dibaba ETH | Sally Kipyego KEN | Vivian Cheruiyot KEN |
Rio 2016 | Almaz Ayana ETH | Vivian Cheruiyot KEN | Tirunesh Dibaba ETH |
Quadro de Medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Etiópia | 5 | 2 | 3 | 10 |
2 | China | 1 | 1 | 0 | 2 |
3 | Portugal | 1 | 0 | 1 | 2 |
3 | União Soviética | 1 | 0 | 1 | 2 |
5 | Quênia | 0 | 2 | 2 | 4 |
6 | Estados Unidos | 0 | 1 | 1 | 2 |
7 | Grã-Bretanha | 0 | 1 | 0 | 1 |
7 | África do Sul | 0 | 1 | 0 | 1 |
A prova
10.000 metros rasos é uma modalidade olímpica de atletismo e a mais longa distância disputada em pista, com um total de 25 voltas em torno da pista padrão de 400 metros do estádio.
Os antigos gregos já organizavam corridas de resistência semelhantes às corridas de longa distância atuais. A primeira prova semelhante aos 10 000 metros disputada na Era Moderna foi a corrida das 6 milhas (9 656 m), na Grã-Bretanha. O primeiro recorde aferido para a distância exata de 10 000 metros foi registrado em 1847.
A prova entrou no programa olímpico em Estocolmo 1912, com a vitória do finlandês Hannes Kolehmainen. Durante todo o período anterior à II Guerra Mundial ela foi dominada pela Finlândia e seus fundistas, chamados de Finlandeses Voadores, como Kolehmainen, Paavo Nurmi e Ville Ritola. O último fundista deste país a vencê-la em Olimpíadas foi Lasse Viren, bicampeão olímpico em Munique 1972 e Montreal 1976. A partir dos anos 80, a distância passou a ser de domínio absoluto dos africanos, especialmente etíopes e quenianos, tanto em Jogos Olímpicos quanto em campeonatos mundiais.
Introduzida no programa olímpico para mulheres em Seul 1988, a primeira campeã olímpica foi a soviética Olga Bondarenko. Com o correr dos anos, as africanas passaram também a dominá-la, assim como a todas as provas de longa distância, como os 5000 metros e a maratona, secundadas pelas chinesas.