Atletismo
Calendário
Locais de competição
O Brasil na história
Das 129 medalhas olímpicas da história do Brasil, 17 vieram do atletismo, sendo 5 ouros, 3 pratas e 9 bronzes e a modalidade perde apenas para a vela em números de ouro e para a vela e judô no total.
A principal prova do Brasil na história dos Jogos é o salto triplo masculino, que nos trouxe 6 medalhas, sendo 2 ouros, 1 prata e 3 bronzes, com 3 atletas diferentes. Primeira bicampeão olímpico do Brasil na história e único do atletismo, Adhemar Ferreira da Silva é um dos principais nomes da história do esporte brasileiro, conquistando ouros em Helsinque-1952 e Melbourne-1956. Nelson Prudêncio foi prata na Cidade do México-1968 e bronze em Munique-1972 e João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, faturou dois bronzes, em Montreal-1976 e Moscou-1980.
São outros 3 campeões olímpicos na história: Joaquim Cruz nos 800m em Los Angeles-1984, Maurren Maggi no salto em distância em Pequim-2008 Thiago Braz no salto com vara no Rio-2016.
Os revezamentos brasileiros também tem um bom histórico, com 4 medalhas. A primeira foi um bronze no 4x100m masculino em Atlanta-1996, seguida de uma linda prata na mesma prova em Sydney-2000. São ainda dois bronzes, ambos herdados por conta de dopings de outros atletas, ambos em Pequim-2008, no 4x100m masculino e no 4x100m feminino.
Fechando a lista de medalhas brasileiras no atletismo, temos o bronze de José da Conceição no salto em altura em Helsinque-1952, o de Robson Caetano nos 200m em Seul-1988 e o de Vanderlei Cordeiro da Silva, na maratona em Atenas-2004.
Os Astros
Como um dos principais esportes dos Jogos e com as mais variadas provas, são inúmeros os grandes atletas da modalidade. Mas talvez o principal nome do atletismo recente é sem dúvida o jamaicano Usain Bolt, um dos mais conhecidos e carismáticos atletas da atualidade. Atual recordista mundial dos 100m e dos 200m, Bolt se tornou tricampeão olímpico das duas provas, levando em Pequim-2008, Londres-2012 e no Rio-2016. Ele ainda tem mais dois ouros com os revezamentos 4x100m masculino em 2012 e 2016. Por conta do doping de um de seus companheiros, Bolt perdeu a medalha de ouro do revezamento em Pequim.
O americano Jesse Owens foi o grande nome dos Jogos de Berlim-1936, com 4 ouros, nos 100m, 200m, salto em distância e 4x100m. Negro, Owens brilhou em Berlim na frente do ditador Adolf Hitler, destruindo a sua teoria da supremacia ariana. Hoje, o principal prêmio do atletismo americano leva o seu nome. Outro americano que brilhou nas provas de velocidade foi Carl Lewis, que igualou o feito de Owens, vencendo as mesmas 4 provas em Los Angeles-1984 e soma 9 ouros e 1 prata nos Jogos.
O finlandês Paavo Nurmi tem 9 ouros olímpicos e 3 pratas, sendo 5 ouros apenas nos Jogos de Paris-1924 e é um dos grandes nomes das primeiras edições olímpicos. Especializado nas provas de fundo, Nurmi estabeleceu 22 recordes mundiais nas distâncias dos 1.500m até os 20km e chegou a ficar invicto por 121 provas consecutivas, nas distâncias maiores que 800m. Outra lenda das provas de fundo é o etíope Abebe Bikila. Ele foi bicampeão olímpico da maratona, vencendo em Roma-1960 e Tóquio-1964, vencendo a 1ª correndo descalço. Ele foi o 1º campeão olímpico da história da África Sub-Saariana.
O americano Edwin Moses venceu os 400m com barreiras nos Jogos Olímpicos de Montreal-1976 e Los Angeles-1984, só não se tornando tricampeão por conta do boicote americano nos Jogos de Moscou-1980. Moses venceu 107 finais e 122 corridas consecutivas desta prova entre 1977 e 1987. Na marcha, um dos maiores nomes é o do polonês Robert Korzeniowski, tricampeão dos 50km (Atlanta-1996, Sydney-2000 e Atenas-2004) e campeão dos 20km (Sydney-2000).
No campo, um dos principais nomes é o do ucraniano Sergey Bubka. Hexacampeão mundial do salto com vara, Bubka só tem um ouro olímpico, conquistado em Seul-1988, falhando nas 3 Olimpíadas seguidas. Bubka estabeleu 35 recordes mundiais na carreira. O americano Al Oerter venceu 4 vezes o lançamento de disco em Jogos Olímpicos e é um dos quatro atletas das história dos Jogos a vencer a mesma prova por 4 vezes, em todos os esportes. O checo Jan Zelezny faturou 3 vezes o lançamento do dardo, em Barcelona-192, Atlanta-1996 e Sydney-2000 e é dono das 4 melhores marcas da história, incluindo o recorde mundial com incríveis 98,48m.
As Estrelas
A holandesa Fanny Blankers-Koen venceu 4 ouros nos Jogos Olímpicos de Londres-1948, nos 100m, 200m, 80m com barreiras e revezamento 4x100m, se tornando um dos primeiros grandes nomes do atletismo feminino da história. Ainda nas provas de velocidade, a americana Florence Griffith Joyner foi o grande destaque dos anos 1980, ao vencer os 100m, 200m e 4x100m nos Jogos de Seul-1988. Recordista mundial até hoje das duas primeiras, FloJo tinha um estilo chamativo, mas até hoje suas altas performances seguem em dúvida por conta do uso de substâncias ilegais. Morreu dormindo em 1998 aos 38 anos.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM E NO FACEBOOK
Na mesma época de FloJo, a também americana Jackie Joyner-Kersee também foi um dos destaques do atletismo mundial, vencendo o heptatlo e o salto em distância em Seul-1988 e novamente a prova combinada em Barcelona-1992 e é considerada uma das maiores atletas de todos os tempos. A Jamaica também trouxe vários nomes para os holofotes do esporte, como Veronica Campbell-Brown, com 3 ouros e 8 medalhas, incluindo duas vitórias nos 200m em Atenas-2004 e Pequim-2008, Marlene Ottey, dona de 9 medalhas olímpicas, nenhuma de ouro, e mais recentemente, Shelly-Ann Fraser-Pryce, bicampeã olímpica dos 100m em Pequim-2008 e Londres-2012, e Elaine Thompson, que venceu os 100m e os 200m no Rio-2016.
A francesa Marie-José Pérec se sagrou a 1ª bicampeã olímpica dos 400m ao vencer em Barcelona-1992 e Atlanta-1996, e ainda tem o ouro nos 200m em Atlanta. Dona de 9 medalhas em Jogos Olímpicos, sendo 6 ouros, a americana Allyson Felix só venceu uma prova individual, os 200m em Londres-2012, mas sempre foi uma espetacular atleta para revezamentos, ajudando os Estados Unidos a vencerem 5 deles, incluindo três 4x400m seguidos entre 2008 e 2016. Tem ainda 13 títulos mundiais, sendo 9 em revezamentos.
Indo para as provas mais longas, temos grandes nomes como a romena Gabriela Szabo, campeã dos 5.000m em Sydney-2000, a sul-africana Caster Semenya, atual bicampeã dos Jogos Olímpicos nos 800m e envolta em uma polêmica por conta dos seus níveis naturais de testosterona, a britânica Kelly Holmes, que levou os 800m e os 1.500m em Atenas-2004, e as espetaculares etíopes Tirunesh Dibaba, 3 ouros e 3 bronzes olímpicos, todos em provas de 5.000m e 10.000m, e Derartu Tulu, bicampeã dos 10.000m em Barcelona-1992 e Sydney-2000.
A russa Yelena Isinbayeva é bicampeã dos Jogos Olímpicos do salto com vara (venceu em Atenas-2004 e Pequim-2008), venceu 7 títulos mundiais e quebrou 30 recordes mundiais da prova. No salto em altura, a romena Iolanda Balas é um dos principais nomes da prova, vencendo por duas vezes, em Roma-1960 e Tóquio-1964. Atual recordista mundial do salto triplo, a camaronesa Françoise Mbango Etone venceu por duas vezes o ouro em Atenas-2004 e Pequim-2008.
A soviética Tamara Press dominou o arremesso de peso e o lançamento de disco nos anos 1960, vencendo o peso duas vezes, em Roma-1960 e em Tóquio-1964, e o disco em Tóquio. Mais recentemente, temos o domínio de 3 atletas nas provas de lançamentos. A neozelandesa Valerie Adams mandou no arremesso de peso, vencendo em Pequim-2008 e em Londres-2012 e soma ainda 8 títulos mundiais. A polonesa Anita Wlodarczyk venceu o lançamento de martelo em Londres-2012 e no Rio-2016, somando 4 títulos mundiais e 4 europeus. Já a croata Sandra Perkovic reinou no lançamento de disco por anos, vencendo em Londres-2012 e no Rio-2016, somando ainda 2 títulos mundiais e 5 europeus.
Quadro de medalhas
País | Total | ||||
---|---|---|---|---|---|
1 | Estados Unidos | 332 | 259 | 204 | 795 |
2 | União Soviética | 64 | 55 | 74 | 193 |
3 | Grã-Bretanha | 55 | 80 | 70 | 205 |
4 | Finlândia | 48 | 36 | 30 | 114 |
5 | Alemanha Ocidental | 38 | 36 | 35 | 109 |
6 | Quênia | 30 | 37 | 26 | 93 |
7 | Polônia | 25 | 18 | 14 | 57 |
8 | Jamaica | 22 | 35 | 20 | 77 |
9 | Etiópia | 22 | 10 | 21 | 53 |
10 | Austrália | 21 | 26 | 26 | 73 |
11 | Rússia | 21 | 20 | 21 | 62 |
12 | Suécia | 19 | 21 | 41 | 81 |
13 | Itália | 19 | 15 | 26 | 60 |
14 | Alemanha | 18 | 24 | 38 | 80 |
15 | França | 14 | 26 | 29 | 69 |
16 | Canadá | 14 | 15 | 31 | 60 |
17 | Alemanha Oriental | 12 | 14 | 17 | 43 |
18 | Romênia | 11 | 14 | 10 | 35 |
19 | Tchecoslováquia | 11 | 8 | 5 | 24 |
20 | Cuba | 10 | 14 | 17 | 41 |
21 | Hungria | 10 | 12 | 18 | 40 |
22 | Nova Zelândia | 10 | 3 | 11 | 24 |
23 | África do Sul | 8 | 14 | 6 | 28 |
24 | China | 8 | 7 | 12 | 27 |
25 | Grécia | 7 | 12 | 11 | 30 |
26 | Comunidade dos Estados Independentes | 7 | 11 | 3 | 21 |
27 | Japão | 7 | 9 | 9 | 25 |
28 | Noruega | 7 | 5 | 8 | 20 |
29 | Marrocos | 6 | 5 | 8 | 19 |
30 | Países Baixos | 6 | 4 | 6 | 16 |
31 | Bulgária | 5 | 8 | 6 | 19 |
32 | Bélgica | 5 | 5 | 2 | 12 |
33 | Brasil | 5 | 3 | 9 | 17 |
34 | Bahamas | 5 | 2 | 5 | 12 |
35 | Tchéquia | 5 | 1 | 7 | 13 |
36 | Equipe Unificada da Alemanha | 4 | 18 | 8 | 30 |
37 | Argélia | 4 | 3 | 2 | 9 |
38 | Portugal | 4 | 2 | 4 | 10 |
39 | Irlanda | 4 | 2 | 1 | 7 |
40 | México | 3 | 6 | 2 | 11 |
41 | Belarus | 3 | 5 | 6 | 14 |
41 | Espanha | 3 | 5 | 6 | 14 |
43 | Trinidad & Tobago | 3 | 4 | 8 | 15 |
44 | Croácia | 3 | 1 | 1 | 5 |
44 | Lituânia | 3 | 1 | 1 | 5 |
46 | Nigéria | 2 | 4 | 7 | 13 |
47 | Argentina | 2 | 3 | 0 | 5 |
48 | Ucrânia | 2 | 2 | 13 | 17 |
49 | Tunísia | 2 | 2 | 1 | 5 |
50 | Estônia | 2 | 1 | 3 | 6 |
51 | República Dominicana | 2 | 1 | 0 | 3 |
52 | Cazaquistão | 2 | 0 | 2 | 4 |
53 | Uganda | 2 | 0 | 1 | 3 |
54 | Camarões | 2 | 0 | 0 | 2 |
55 | Áustria | 1 | 2 | 4 | 7 |
56 | Eslovênia | 1 | 2 | 1 | 4 |
57 | Bahrain | 1 | 1 | 1 | 3 |
57 | Colômbia | 1 | 1 | 1 | 3 |
59 | Burundi | 1 | 1 | 0 | 2 |
59 | Equador | 1 | 1 | 0 | 2 |
59 | Granada | 1 | 1 | 0 | 2 |
59 | Equipe Mista | 1 | 1 | 0 | 2 |
59 | Coreia do Sul | 1 | 1 | 0 | 2 |
64 | Panamá | 1 | 0 | 2 | 3 |
65 | Moçambique | 1 | 0 | 1 | 2 |
66 | Luxemburgo | 1 | 0 | 0 | 1 |
66 | Eslováquia | 1 | 0 | 0 | 1 |
66 | Síria | 1 | 0 | 0 | 1 |
66 | Tadjiquistão | 1 | 0 | 0 | 1 |
70 | Suíça | 0 | 6 | 2 | 8 |
71 | Dinamarca | 0 | 4 | 3 | 7 |
72 | Letônia | 0 | 4 | 1 | 5 |
73 | Namíbia | 0 | 4 | 0 | 4 |
74 | Chile | 0 | 2 | 0 | 2 |
74 | Índia | 0 | 2 | 0 | 2 |
74 | Sri Lanka | 0 | 2 | 0 | 2 |
74 | Tanzânia | 0 | 2 | 0 | 2 |
74 | Iugoslávia | 0 | 2 | 0 | 2 |
79 | Qatar | 0 | 1 | 2 | 3 |
80 | Taiwan | 0 | 1 | 1 | 2 |
80 | Islândia | 0 | 1 | 1 | 2 |
80 | Venezuela | 0 | 1 | 1 | 2 |
83 | Boêmia | 0 | 1 | 0 | 1 |
83 | Botsuana | 0 | 1 | 0 | 1 |
83 | Guatemala | 0 | 1 | 0 | 1 |
83 | Haiti | 0 | 1 | 0 | 1 |
83 | Irã | 0 | 1 | 0 | 1 |
83 | Costa do Marfim | 0 | 1 | 0 | 1 |
83 | Arábia Saudita | 0 | 1 | 0 | 1 |
83 | Senegal | 0 | 1 | 0 | 1 |
83 | Sudão | 0 | 1 | 0 | 1 |
83 | Zâmbia | 0 | 1 | 0 | 1 |
93 | Turquia | 0 | 0 | 3 | 3 |
94 | Índias Ocidentais Britânicas | 0 | 0 | 2 | 2 |
94 | Filipinas | 0 | 0 | 2 | 2 |
96 | Australásia | 0 | 0 | 1 | 1 |
96 | Barbados | 0 | 0 | 1 | 1 |
96 | Djibuti | 0 | 0 | 1 | 1 |
96 | Eritreia | 0 | 0 | 1 | 1 |
96 | Porto Rico | 0 | 0 | 1 | 1 |
96 | Sérvia | 0 | 0 | 1 | 1 |
O esporte
O atletismo é considerado um dos principais esportes olímpicos e está presente nos Jogos desde a sua primeira edição em Atenas-1896. Há registros de competições organizadas de atletismo desde as Olimpíadas da Grécia antiga a partir de 776 a.C.
Regido pela World Athletics (WA, antes conhecida como IAAF), o atletismo olímpico compreende atualmente 48 provas, sendo 24 masculinas, 23 femininas e 1 mista. Sua principal prova, os 100m rasos masculino, atrai a atenção do mundo todo.
Podemos dividir as provas de atletismo em 10 grupos: provas de velocidade, também conhecidas como sprint, provas de meio-fundo, provas de fundo, provas com obstáculos, revezamentos, saltos, lançamentos e arremessos, combinadas, provas de rua e marchas.
Devido a enorme variedade de provas, os atletas tendem a ser especialistas em uma única prova, ou no máximo em duas. São raros os casos no atletismo competitivo atual de alguém disputando 3 provas individuais em alto nível.
Devido ao seu apelo global e alto grau de especialização, a quantidade de países que medalham na modalidade é alto. Nos Jogos Olímpicos Rio-2016, por exemplo, 42 países subiram ao pódio e 20 conquistaram pelo menos um ouro.