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Alex dá volta por cima e dedica medalha para esposa e família Pires

Alex Pires dá a volta por cima, leva prata histórica na maratona e emociona-se ao lembrar de Lilian: ‘amo muito ela ‘

Alex Pires maratona jogos paralímpicos prata
(Ale Cabral/CPB)

Tóquio – Cinco anos atrás Alex Pires entrou na maratona dos Jogos Paralímpicos da Rio-2016 como um dos favoritos. As coisas, porém, não andaram como previsto e ele não pode chegar ao pódio. Pior, nem a prova conseguiu completar, abandonou pouco depois da metade. Em Tóquio, reescreveu a própria história e colocou no peito a medalha de prata, histórica por sinal. Após cruzar a linha de chegada, ainda ensopado pela chuva e suor, dedicou a conquista para a esposa, Lilian Ferreira Clemente, o técnico Leonardo Ribas e toda a família Pires.

“Eu estive no Rio, entrei como uma dos favoritos e até o próprio chinês. Estava brigando com ele até o quilômetro 21. Mas eu tive um ano cheio de lesões e acabei passando mal, comecei a perder performance. Fui tentando levar, mas no 25 cai por cima da grade e tive de abandonar”, lembrou o atleta do Time Ajinomoto. O chinês é Li Chaoyan, que voltou a vencer a maratona agora nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. No Brasil, a prata foi para o espanhol Abderrahman Ait Khamouch, que não competiu no Japão, e o bronze foi para o português Manuel Mendes, o oitavo em 2020.

Alex Pires maratona jogos paralímpicos prata
(OIS/Joel Marklund)

Ser o melhor

“São 14 anos de muita luta. Isso é um sonho para mim, nunca imaginei, lá atrás, que chegaria aqui e fosse um dos melhores do mundo. Também poder dar a volta por cima depois do que aconteceu no Rio. Eu sei que eu tenho muito ainda para dar, quero brigar pela vitória em 2024 e no ano que vem, no Campeonato Mundial. Meu objetivo é sempre fazer o melhor, ser o melhor. As vezes eu posso não ser, mas vou continuar lutando até o fim para ser o melhor.”

A prata veio no que ele chamou de prova inteligente. Saiu com mais tranquilidade e após a metade aumentou o ritmo para encostar nos líderes. Deu certo e por volta do quilômetro 30 já estava na segunda colocação mirando Li Chaoyan. Chegou a vislumbrar o ouro, mas manteve o que havia treinado para não passar pela mesma decepção de cinco anos antes. “Optei por preservar porque a distância era muito longa para eu tirar em tão pouco tempo. Não consegui chegar, mas feliz pela prata”. Alex Pires estava feliz mesmo. E se emocionou ao lembrar de quem estava por trás da conquista na maratona.

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“As pessoas que ficam à minha volta, que fazem de tudo para que você possa chegar aqui e dar o melhor. Minha esposa, técnico, patrocinadores, parceiros, família, filhos. Parando agora para pensar, acho que se não fossem eles eu não estaria aqui. Queria dedicar à minha esposa, dizer que eu amo muito ela. Ela me ajuda demais. Meu técnico também me ajuda muito. Essa medalha é para eles, pra minha família, pro Brasil. Lutei até o fim. Queria também mandar um abraço dizer que eu amo a família Pires. Minha mãe (Agda), meu pai (Mário) e meus irmãos (Alan, Gabriel e Gabriele).

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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