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Tóquio 2020

Brasil para no Japão e repete quarto lugar no goalball feminino de 2016

Seleção acabou derrotada por 6 a 1 e fica na mesma colocação da Rio-2016, ambas as melhores delas na história dos Jogos Paralímpicos

Brasil goalball feminino jogos paralímpicos bronze
(Alê Cabral/CPB)

Tóquio – O Brasil perdeu para o Japão a disputa da medalha de bronze no goalball feminino dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. As donas da casa venceram por 6 a 1 o duelo do início da madrugada desta sexta-feira (3) pelo horário de Brasília. Assim, a equipe repete na capital japonesa a mesma colocação que havia conquistado na Rio-2016, a melhor das mulheres brasileiras na modalidade em Paralimpíadas.

“Uma sensação bem triste por conta da partida, não é o resultado que a gente esperava, mas ao mesmo tempo estou feliz, muito grata a Deus, por estar aqui, ter essa oportunidade. Estamos com uma equipe muito nova, o goalball brasileiro tem muito potencial, jovem, com muita raça. Não foi o mesmo quarto lugar que ficamos em 2016, é um grupo muito coeso, unido, com muita fé, e independente do resultado, a minha gratidão por também o goalball estar sendo transmitido no Brasil, no mundo. É muita felicidade, não cabe em mim esse sonho que está sendo o reconhecimento do nosso esporte”, disse Ana Carolina Duarte, a Carol. Somente ela e a Victoria Amorim, a Vic, estiveram na campanha que também quase levou o bronze da Rio-2016.

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Equipe é nova e vê muita capacidade de crescimento (Alê Cabral/CPB)

Desta forma, Carol entende que a equipe ainda tem muito a crescer no futuro. “Eu não tenho dúvida, são nas dificuldades que a gente se fortalece e nas perdas que aprendemos o que podemos melhorar. Temos potencial, tanto que fizemos grandes jogos. Temos uma resiliência dentro de nós. Só que é aquilo, cada jogo é um jogo. Esse não foi nosso, falhamos, pecamos em alguns momentos, mas vou sair de cabeça erguida desses Jogos Paralímpicos. Sei que temos capacidade de chegar em Paris muito mais fortes.”

Dever cumprido, mas…

Ana Gabriely Assunção, a Gabi, pensa no mesmo sentido. “No grupo que a gente trabalha hoje só temos a Vic e a Carol que estiveram em 2016. Eu já tenho campeonatos internacionais, mas vendo as equipes consigo perceber que nada se compara aos Jogos Paralímpicos”, falou. Sobre o que estava sentindo naquele momento, ainda na quadra, logo após a partida, falou em “trabalho cumprido. Sou muito competitiva, não gosto de perder, mas sei que é importante, aprendemos muito na derrota e meu sentimento é trabalhar mais e mais.”

Gabi também falou sobre a arbitragem, que, na visão do grupo, cometeu erros importantes no duelo. “É até um pouco chato ficar falando, mas a gente se prepara tanto pra estar aqui, minimizar erros, e batemos de frente com coisas que fogem ao nosso controle. O que vamos fazer? Quem decide são eles. Mas faz parte, temos de aprender a trabalhar com isso, até porque também tomamos gol de bola rolando.”

Victoria Amorim Brasil goalball feminino jogos paralímpicos bronze
Vic Amorim, uma das duas remanescentes da campanha da Rio-2016 (Alê Cabral/CPB)

Japonesas dominaram

As japonesas abriram o marcador logo a dois minutos de jogo, com Eiko Kakehata, que anotou o segundo das anfitriãs pouco mais de um minuto mais tarde. Logo a seguir, em uma penalidade cometida por Carol Duarte, Norika Hagiwara abriu 3 a 0. Imediatamente o técnico Dailton do Nascimento fez uma troca, tirou Jéssica Gomes e colocou Victoria Amorim. Mas foram as japonesas que marcaram, em nova penalidade, desta vez cometida por Victoria e convertida de novo por Hagiwara. Ainda antes do intervalo deu tempo para Kakehata fazer o quinto e a etapa inicial acabou 5 a 0 para as anfitriãs. Poderia ser seis, mas Carol defendeu uma penalidade a cinco segundos do fim.

Na volta do intervalo, Dailton do Nascimento tirou Carol e colocou Jéssica de volta em quadra, mas o dia era das japonesas. O Brasil perdeu uma penalidade e ainda tomou o sexto gol, anotado por Hagiwara. Katia também entrou, no lugar de Jéssica, mas o cenário não mudou. Victoria ainda descontou a cerca de dois minutos do fim, porém as japonesas confirmaram os 6 a 1 ao final do duelo e ficaram com a medalha de bronze no goalball feminino.

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Cabeça erguida e foco em Paris (Alê Cabral/CPB)

Goalball feminino nos Jogos Paralímpicos

A disputa pela medalha de bronze foi o segundo confronto entre Brasil e Japão nos Jogos Paralímpicos disputados na capital japonesa. A primeira havia sido ainda na fase de classificação e o jogo terminou empatado por 4 a 4. Na ocasião, a seleção chegou a estar perdendo por 4 a 1, mas conseguiu a recuperação no segundo tempo.

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Além do empate com as donas da casa, o Brasil, na fase de classificação do goalball feminino dos Jogos Paralímpicos, enfrentou os Estados Unidos e a Turquia, perdeu as duas, e o Egito, vencendo por 11 a 1 na última rodada. Vitória que garantiu o quarto e último lugar do grupo nas quartas de final. No mata-mata, porém, o time cresceu e conseguiu vencer a campeã da outra chave, a China, por 1 a 0 na prorrogação em um final eletrizante. Na semifinal, mais um duelo de gigantes contra os Estados Unidos, decidido em favor do selecionado norte-americano apenas nas penalidades.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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