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Tuany relembra transição para o paralímpico após lesão a tirar do judô

Judoca desde os 8 anos, Tuany perdeu a sensibilidade do joelho para baixo durante uma luta e se reencontrou no arremesso de peso paralímpico. Ela entra em ação em Tóquio nesta quinta (2)

Tuany Barbosa vai competir no arremesso de peso nos Jogos Paralímpicos de Tóquio
(Ale Cabral/CPB)

Em 2014, a vida de Tuany Barbosa mudou completamente. Judoca desde os oito anos, quando conheceu a modalidade através de um projeto social na comunidade do Jacarezinho (RJ), ela teve de deixar o tatame após uma grave lesão que tirou o movimento de sua perna direita do joelho para baixo. Mas o esporte estava no sangue. E três anos depois, ela conheceu o movimento paralímpico e o arremesso de peso, que mudaram sua vida novamente. Hoje, ela está pronta para buscar o ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.

O acidente aconteceu no GP Brasil Interclubes, em 2014. Tuany representava o Instituto Reação e encarou a cubana Idalys Ortiz. Durante a luta, a perna da brasileira ficou “presa” no tatame e torceu, chegando a desmaiar enquanto recebia o atendimento médico. Tuany ficou praticamente um ano internada, tentando não amputar a perna. Ela rompeu todos os ligamentos, além di nervo fibular. Ela lutou muito e acabou não precisando amputar, mas perdeu a sensibilidade do joelho para baixo.

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O processo de recuperação foi difícil. Tanto o físico, como o mental. Aceitar a sua nova condição e o fim da carreira no judô foram seus principais desafios nos anos que se seguiram. Mas em 2017, ela enfim se deixou abrir para um novo caminho. Foi quando conheceu o arremesso de peso, incentivada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e deu início um capítulo vitorioso em sua vida.

“Essa foi a parte mais difícil. Foi um desafio, no começo não queria aceitar muito, até por conta da deficiência… Aceitar a deficiência é o passo mais difícil. E quando eu aceitei o desafio, eu me apaixonei pelo arremesso. Eu não entendi porque aconteceu aquele acidente comigo, mas hoje só tenho que agradecer. Se não fosse isso, eu não estaria aqui. Provavelmente eu nunca disputaria os Jogos, então hoje o vejo com olhar positivo”, disse ao Olimpíada Todo Dia.

Tuany Barbosa - Jogos Paralímpicos de Tóquio
(Instagram/tuanybarbosa_)

O movimento paralímpico

Três anos depois de conhecer o esporte paralímpico, Tuany Barbosa está pronta para estrear nos Jogos de Tóquio. Ela já competiu no lançamento de disco, no que chamou de “treino de luxo”, mas sua prova principal, o arremesso de peso, acontece nesta quinta-feira (2).

Mas para além da competição, Tuany aprende todos os dias com o movimento paralímpico, o que também a ajudou no seu próprio processo de aceitação.

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“Eu aprendo todos os dias aqui. As coisas não aconteceram com eu achei que seriam, mas quando eu cheguei no paralímpico, o abraço, o carinho… Tenho o prazer hoje de ajudar a Izabela [da Silva], que foi a primeira pessoa que eu vi no arremesso. Eu olhei e pensei: ‘meu, que incrível. Ela nem enxerga e eu estou reclamando da minha perna… Graças a Deus eu tenho a minha perna’. Então o movimento paralímpico me ensina todos os dias a me superar. Eu tenho minhas dores, minhas dificuldades, mas nada que me impeça de estar aqui hoje”.

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