Siga o OTD

Paralimpíada Todo Dia

Maria Carol vence 100 m peito e termina com 3 ouros, 1 prata e 1 bronze

Maria Carolina Santiago venceu nesta quinta os 100 m peito SB12 e fechou sua participação nos Jogos Paralímpicos com 3 ouros, 1 pratas e 1 bronze

Maria Carolina Santiago natação jogos paralímpicos tóquio 2020
(Ale Cabral/CPB)

Maria Carolina Santiago fechou sua participação nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020 como o grande destaque da natação brasileira. A nadadora de 36 anos venceu nesta quinta-feira os 100 m peito SB12 com direito à recorde paralímpico batido e conquistou sua terceira medalha de ouro na competição. Além das vezes em que subiu no lugar mais alto do pódio, ela colocou no peito também uma prata e um bronze, o que a torna a atleta do país mais vencedora numa única edição de Paralimpíada.

“Isso aqui é a realização de um sonho que começou ali em 2018, que eu cheguei ao movimento paralímpico, que me mudou como pessoa. Eu fui entendendo cada vez mais como funcionava e como é muito grandioso. Esse resultado é uma realização de um sonho que foi sonhado juntamente com tanta gente, com a comissão técnica, com o CPB, com o meu clube, que o Clube Náutico União, com tantas pessoas que nos ajudam. Eu realmente cheguei aqui bastante competitiva, eu vim muito preparada, mas três ouros (risos), uma prata e um bronze, foi bastante. Eu estou muito satisfeita e agora é comemorar”, festejou a nadadora.

Maria Carolina Santiago
(Ale Cabral/CPB)

Carol confirmou a medalha com o tempo de 1m14s89, quase três segundos mais rápidos que a segunda colocada, a russa Daria Lukianenko, que ficou com a prata. O bronze ficou com Matlo Yaryna, da Ucrânia, que fechou a prova em 1m20s31. Outra brasileira presente na final, Lucilene Sousa ficou na quinta colocação, com o tempo de 1m30s25.

+ GUIA DOS JOGOS PARALÍMPICOS

Na hora do hino nacional, Maria Carolina Santiago se emocionou mais do que nas outras duas vezes. “Fiz uma preparação psiológica muito intensa para aguentar o programa inteiro. Os picos de ansiedade e de emoção a gente acaba levando para a prova seguinte. Então, hoje, quando eu vi que terminou tudo, eu realmente fiquei muito emocionada”, explicou com a voz embargada.

Além dos 100 m peito SB12, Maria Carolina Santiago foi campeã dos 50 m livre S13 e dos 100 m livre S12. A prata dela veio no revezamento 4×100 m livre 49 pontos e o bronze nos 100 m costas S12. A única prova que ela disputou em que não conseguiu um lugar no pódio foi os 100 m borboleta S13 em que ela ficou na sexta colocação. Empolgada com os resultados, nem bem terminou a participação dela em Tóquio e ela já está pensando em 2024.

“Eu quero Paris! Esse ciclo vai ser menor, mas eu queria fazer um ciclo mais completo, com menos intercorrências, menos pausas. Eu queria fazer algo mais específico, talvez reavaliar esse programa tão grande (ela disputou seis provas em Tóquio) e ver umas provas mais específicas para performar e com certeza: Paris, estamos aí”.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM, NO FACEBOOK E NO TIKTOK

As conquistas em Tóquio consagram o ciclo incrível de Maria Carolina Santiago. Ela nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Apesar disso, praticou natação convencional até o fim de 2018 e só no ano seguinte entrou para o movimento paralímpico.

+ RECEBA NOTÍCIAS NO NOSSO CANAL NO TELEGRAM OU PARTICIPE DO NOSSO GRUPO DO WHATSAPP

Em pouco tempo, no entanto, obteve grandes conquistas. Nos Jogos Parapan-americanos de Lima-2019, ela ganhou quatro medalhas de ouro (50m livre, nos 100m livre, nos 100m costas e nos 400m livre) e no Mundial de Londres-2019 foi campeã nos 50m e 100m livre e prata nos 100m costas e no revezamento 4x100m livre 49 pontos.

Por tudo o que conseguiu realizar, Maria Carolina Santiago espera se tornar inspiração para futuras gerações de nadadoras brasileiras. “Todo excelente resultado ele inspira outros resultados que possam vir depois. Eu acho que eu como mulher, de ter conquistado não só uma, mas três medalhas de ouro e estar performando em tantas provas, mostra que é possível. Se você quiser, é possível. O trabalho que foi feito comigo foi muito específico, foi muito carinhoso com a minha pessoa, me vendo não só como atleta, mas como uma atleta mulher. Tudo isso fez diferença para que eu pudesse treinar e competir em alto rendimento”.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

Mais em Paralimpíada Todo Dia