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Brasil supera Turquia e reencontra Lituânia na semi do goalball masculino

Seleção brasileira, atual bicampeã mundial, passou pela Turquia com 9 a 4 no placar e agora enfrenta os campeões paralímpicos da Rio-2016 na briga por uma vaga na grande decisão

Brasil Turquia goalball masculino jogos paralímpicos tóquio
Brasil vai brigar por mais uma medalha no goalball masculino (Matsui Mikihito/CPB/arquivo)

Tóquio – O Brasil passou pela Turquia no primeiro duelo da seleção pela fase eliminatória do torneio masculino de goalball dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. O jogo, disputado nesta terça-feira (31), terminou 9 a 4 e valeu pelas quartas de final. Assim, o time está classificado para disputar uma vaga na grande decisão. O adversário da semifinal não será fácil, é a atual campeã Lituânia. Porém o Brasil, atual bicampeão mundial, já venceu o time europeu aqui na capital japonesa. Foi na estreia por um sonoro 11 a 2. Na outra semi estão Estados Unidos e China.

Brasil e Lituânia se enfrentam às 5h45 da manhã, pelo horário de Brasília, desta quinta-feira (2). “Todo confronto com a Lituânia que tem esse ar de mata-mata eles endurecem muito. É muito equilibrado. A gente vai entrar em quadra com o nosso melhor e fazer o que a gente ama, que é jogar goalball”, comentou Leomon Moreno, após a vitória sobre a Turquia, onde fez seis gols. “E tem aquela coisa, eles foram campeões dos Jogos Paralímpicos na nossa casa, então a gente tem de ter um gostinho de vingança aí.”

Leomon Moreno Brasil Turquia goalball masculino jogos paralímpicos tóquio
Romário meteu seis nos turcos (Takuma Matsushita/CPB)

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Parazinho, que anotou os outros três, também projetou o clássico e disse não haver vantagem por conta da partida anterior. “Cada jogo é um jogo, uma nova história. O que a gente tem de fazer é uma nova análise e se posicionar da melhor maneira possível na defesa e bater as melhores bolas possíveis contra de defesa deles”, disse. “No Rio, infelizmente ficamos na semifinal. Depois de cinco anos estamos aqui para buscar a medalha de ouro. O objetivo é esse. Treinamos muito forte e vamos encarara a semifinal como se fosse uma final para chegar na decisão e conquistar a medalha de ouro, que é o que falta.” Estados Unidos e China jogam a outra semifinal na mesma quinta, mas à 1h15. A final está agendada para sexta-feira (3), 7h30. Antes, às 3h, tem a disputa da medalha de bronze.

Primeiro tempo sólido

Contra a Turquia, a seleção, que ainda busca o ouro nos Jogos Paralímpicos – foi prata em Londres-2012 e bronze na Rio-2016 – venceu sem grandes problemas. Ainda nos doze minutos iniciais da partida, novamente com os três defendendo demais, já vencia por 5 a 0. Os gols no primeiro período foram marcados por Parazinho, que abriu os trabalhos, depois três vezes por Leomon Moreno, uma via penalidade, e mais um por Parazinho já nos segundos finais.

“Hoje o Brasil é o primeiro do ranking mundial. A gente treina com os melhores atletas do mundo, então quem está dentro de quadra, está sendo treinado por quem está no banco. E quem está no banco, se entrar, vai ser na mesma sintonia de quem está dentro de quadra. Os nossos treinos são muito competitivos, tentamos evoluir em todos os quesitos, principalmente na defesa que é o fundamento mais importante do goalball. Não é à toa que no primeiro tempo não levamos nenhum gol. Isso mostra que estamos no caminho certo”, disse Leomon.

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Romário e Leomon na defesa (Takuma Matsushita/CPB)

Sustinho turco

A Turquia voltou com uma modificação para a etapa complementar. Entrou Ekrem Gundogdu e ele quase colocou fogo na partida. Marcou o primeiro deles logo no começo. Parazinho voltou a colocar cinco de frente, mas no arremesso seguinte Gundogdu descontou de novo. Àquela altura o Brasil vencia por 6 a 2 e faltavam cerca de nove minutos para o final. Quando faltavam menos de seis, Gundogdu fez mais dois gols seguidos e os turcos encostaram no marcador. Foi quando o técnico brasileiro, Alessandro Tosim, pediu tempo, acalmou e acertou o time. Na volta, em duas novas penalidades, Leomon anotou o sétimo e o oitavo, cortando a reação adversária. O nono, o sexto dele, também veio via infração dos rivais, já a menos de dois minutos do fim.

Bola agressiva

“No primeiro tempo a gente conseguiu compactar bastante na defesa, mas aí o treinador veio com um atacante deles que tinha uma bola mais agressiva, foi onde eu tive um pouco de dificuldade, na bola quicada. Nesse momento a gente tem de ter um pouco de frieza, conta um pouco a experiência, e dominar a situação. Tomou o gol, tranquilidade e retomar o jogo. Graças a Deus a equipe é bem focada e conseguimos mais um degrauzinho”, afirmou Romario Marques, capitão do time, que aqui em Tóquio joga a quarta edição de Jogos Paralímpicos.

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Parazinho acrescentou que o jogo foi bem pegado no início. “A gente sabia que ia ser pela importância do momento. Quartas de final é sempre um jogo mais duro. Quando a gente fez os primeiros gols, encaixamos a defesa, pegamos o tempo de bola deles e tentamos segurar o jogo. Depois a Turquia entrou com uma bola diferente”, comentou. Disse, ainda, que o tempo pedido por Tosim foi para acalmar o grupo e acertar o tempo de bola de Gundogdu. Deu certo.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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