O Brasil segue vivo na disputa da bocha nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Na madrugada desta terça-feira (31), Maciel Santos, da classe BC2, venceu Hiu Lam Yeng, de Hong Kong, e se garantiu na semifinal. Evelyn de Oliveira e Eliseu dos Santos foram eliminados da competição individual.
Como foi o dia
Abrindo o dia de jogos com a presença de brasileiros na bocha, Maciel Santos enfrentou Hiu Lam Yeung, de Hong Kong, nas quartas de final da classe BC2. No confronto, Maciel começou com tudo e abriu 5 a 0 logo nos primeiros momentos do duelo. Na sequência, Yeung conseguiu uma reação, ganhando os dois sets seguintes, e empatou o placar do confronto com 5 a 5.
Com a partida empatada, levaria a melhor quem errasse menos e Maciel Santos foi melhor. Aproveitando as chances e fazendo uma partida inteligente no set, o brasileiro conseguiu mais um ponto, venceu por 6 a 5 e se garantiu nas semifinais.
Evelyn de Oliveira é eliminada
Já pelas quartas de final da classe BC3, Evelyn de Oliveira, campeã paralímpica de 2016, enfrentou o britânico Scott McCowan. No primeiro set, a brasileira não foi bem e viu o adversário abrir 2 a 0 no placar. Na segunda parcial, Evelyn equilibrou as ações e conseguiu o empate em 1 a 1, deixando o marcador do confronto em 3 a 1 para Scott.
Entretanto, nos dois últimos sets, McCowan voltou a ser superior. Conseguindo errar menos e deixando a brasileira pressionada o tempo todo, por ter que correr atrás da diferença, o britânico abriu ainda mais a vantagem, fez 3 a 0 em cada um dos sets e venceu por 9 a 1. Com a derrota, Evelyn Oliveira não tem mais chances de chegar ao pódio nas disputas individuais.
Eliseu dos Santos perde no desempate
Pelas quartas de final da classe BC4, Eliseu dos Santos enfrentou o chinês Yuansen Zheng. Nos dois primeiros sets de partida, Eliseu foi superior. Aproveitando melhor as oportunidades, o brasileiro abriu 3 a 0 no placar e deixou Zheng pressionado. Atrás do marcador, o atleta da China cresceu e devolveu o 3 a 0 nas duas particiais seguintes, forçando o desempate.
Nele, Yuansen Zheng seguiu jogando melhor. Desta forma, o chinês conseguiu vencer o desempate por 2 a 0 e se garantiu na semifinal da classe BC4 nos Jogos Paralímpicos de Tóquio de 202.
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O esporte
Praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas, a bocha paralímpica só apareceu no Brasil na década de 1970. A competição consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim). Os atletas ficam sentados em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio, e contar com ajudantes (calheiros), no caso dos atletas com maior comprometimento dos membros.
A modalidade teve um antecessor nos Jogos Paralímpicos: o lawn bowls, uma espécie de bocha jogada na grama. E foi justamente no lawn bowls que o Brasil conquistou sua primeira medalha em Jogos: Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” foram prata nos Jogos de Toronto, no Canadá, em 1976.
Todos os atletas da bocha competem em cadeira de rodas. Na classificação funcional, eles são divididos em quatro classes, de acordo com o grau da deficiência e da necessidade de auxílio ou não. No caso dos atletas com maior grau de comprometimento, é permitido o uso de uma calha para dar mais propulsão à bola. Os tetraplégicos, por exemplo, que não conseguem movimentar os braços ou as pernas, usam uma faixa ou capacete na cabeça com uma agulha na ponta. O calheiro posiciona a canaleta à sua frente para que ele empurre a bola pelo instrumento com a cabeça. Em alguns casos, o calheiro acaba sendo a mãe ou o pai do atleta.
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BC1
Opção de auxílio de ajudantes (podem estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola, quando pedido)
BC2
Não podem receber assistência
BC3
Deficiências muito severas. Usam instrumento auxiliar, podendo ser ajudados por outra pessoa
BC4
Outras deficiências severas, mas que não recebem assistência