Depois de dois dias com medalhas de ouro, o Brasil passou em branco no ponto mais alto do pódio dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Cícero Nobre quase salvou o dia, flertou com a medalha dourada, mas conquistou o bronze no lançamento de dardo na classe F57, uma das provas mais disputadas do atletismo, com direito a duas quebras de recorde mundial.
“Esperava um pouco mais de mim, mas foi o meu melhor, mas fiz bem perto da minha melhor marca, mas os caras vieram em uma evolução muito grande”, disse o brasileiro. “Só tem um jeito agora, é voltar pra casa, treinar forte e chegar bem em Paris-2024. Tem muito a ser corrigido até lá.”
Em seu terceiro lançamento, Cícero Nobre fez 48m93 e assumiu a liderança. Com essa marca, o brasileiro estabeleceu o novo recorde paralímpico. Mas tudo caiu por terra quando o iraniano Amanolah Papi entrou em ação. Ao fazer 49m56, ele tirou o ouro do brasileiro e estabeleceu o novo recorde mundial, superando a marca de Cícero Nobre feita no Mundial de 2019.
O brasileiro ainda sofreu com o último atleta a competir. Hamed Heidari, do Azerbaijão, também bateu a marca de Cícero Nobre e do iraniano, fez 51m42 e estabeleceu o novo recorde mundial e paralímpico.
“Querendo ou não, a gente fica ali secando e fica na angústia esperando. Eu esperava ser o último a lançar, mas não fui. Bola para frente”.
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Reviravolta
Favorito, Cícero Nobre entrou na prova com a melhor marca entre todos os competidores. Mas a espera foi grande, já que nove atletas fizeram o lançamento na sua frente e o brasileiro ficou esperando. Em sua primeira tentativa, a marca não foi das melhores (46m21).
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Cícero Nobre ainda estava esquentando. Veio o segundo lançamento, um pouco melhor, com 46m82, mas nada que o garantisse no pódio. Felizmente, a terceira tentativa foi a melhor, saiu o 48m93 e a liderança veio. Os três lançamentos seguintes foram abaixo e só restava esperar os dois últimos atletas.
Mas logo de cara, o iraniano Amanolah Papi acabou com a graça do brasileiro e fez 49m56. Mesmo assim, a prata ainda era de Cícero Nobre. Só que Hamed Heidari, do Azerbaijão, superou todas as expectativas e lançou para incríveis 51m42.
Mas não pense que Cícero saiu triste da prova. Ele tinha batido na trave na Rio-2016, ficando de fora do pódio. “Eu ainda tenho muito a evoluir, esse bronze vai me dar um gás. Em 2023 tem Mundial e Parapan, vou chegar mais forte do que estou hoje.”