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Yeltsin Jacques usa dois guias para manter ritmo e levar o ouro nos 5000 m

Na primeira prova valendo medalha no atletismo dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, Yeltsin Jacques conquistou a medalha de ouro nos 5000 m T11

YELTSIN JACQUES MEDALHA DE OURO 5000 T11

Na primeira prova valendo medalha no atletismo dos Jogos Paralímpicos, deu Brasil! Yeltsin Jacques ditou o ritmo desde o início dos 5000 m T11, para deficientes visuais. Ele travou uma batalha com o queniano Rodgers Kiprop por grande parte da corrida e quase foi surpreendido no final pelo japonês Kenya Karasawa, mas superou todos os adversários e conquistou o primeiro ouro da modalidade em Tóquio.

“Tem muito brasileiro que se abala pelo Quênia ser uma potência e eu já tenho essa de brigar de igual para igual com eles. Então, eu entrei bem, sabia que eu tinha mais condição, sabia que eu era mais rápido. Foi uma prova dura, prova muito quente, mas a gente tinha estudado, a gente sabia que estava bem preparado para trazer esse resultado para o Brasil, colocar nosso país mais bem ranqueado no quadro de medalhas e mostrar para o mundo que a gente é uma potência no esporte paralímpico. Estou muito feliz por essa conquista e vem mais ouro para o Brasil”, prometeu Yeltsin Jacques, que ainda vai disputar os 1500 m rasos e a maratona nos Jogos Paralímpicos.

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Yeltsin Jacques medalha de ouro 5000 m T11 Jogos Paralímpicos Tóquio-2020
Wander Roberto/CPB

Para chegar à medalha de ouro, Yeltsin Jacques apostou na estratégia de manter o ritmo forte durante toda a prova, liderando desde o começo. Para isso, precisou usar dois guias. Nos primeiros 3 mil metros, foi acompanhado por Laurindo Neto e depois por Carlos Lira até o final da competição.

“Foi uma estratégia que a gente adotou pela questão do nível, né? Seria praticamente impossível que os meninos corressem a prova toda nesse forte calor com essa estratégia e com a minha característica, que é muito rápida. Era muito difícil para eles correrem sozinhos. Para fazer isso, eles teriam que estar treinando há vários anos específico para essa prova como eu fiz nesses cinco anos. A gente sabia que ia ser uma prova muito dura e a gente optou por fazer a troca como vamos fazer na maratona também. Só que vai ser invertido, o Carlos vai abrir e o Laurindo vai fechar. Valeu a pena porque, mesmo com a sensação térmica de 40 graus, a gente ficou a apenas dois segundos do recorde mundial”, explicou Yeltsin Jacques, que bateu o recorde sul-americano.

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Com a estratégia seguida à risca, Yeltsin Jacques foi para a liderança desde o começo. O único que conseguiu acompanhá-lo foi Rodgers Kiprop, mas o queniano não aguentou o ritmo e começou a perder rendimento. Sem o rival, o brasileiro disparou e deu a pinta de que venceria com facilidade.

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Mas o japonês Kenya Karasawa surpreendeu e chegou a assumir a liderança na última volta, mas Yeltsin Jacques estava muito seguro do que precisava fazer, arrancou e, nos últitmos 300 m, para deixar o adversário para trás e conquistar medalha de ouro.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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