Assista ao vivo: atletismo nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020
O atletismo tem tudo para puxar o Brasil para cima no quadro de medalha dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Petrúcio Ferreira e Beth Gomes são as caras mais conhecidas, mas há também os campeões mundiais Claudiney Batista, Rayane Soares, Júlio César Agripino, Thiago Paulino, Daniel Tavares, Thalita Simplício, Jerusa dos Santos, Lucas Prado, Alessandro Rodrigo, João Victor Teixeira e Cícero Valdiran.
O Mundial que eles venceram foi o de Dubai-2019. Lá o Brasil conquistou 39 medalhas, sendo 14 de ouro. Petrúcio Ferreira levou duas, os 400 m e os 100 m na classe T47. Os brasileiros ainda quebraram recordes do campeonato e mundiais 21 vezes. Já na última edição dos Jogos Paralímpicos, na Rio-2016, o esporte faturou 33 medalhas, sendo nove de ouro. Vale lembrar que o atletismo é a modalidade em que o Brasil mais conquistou medalhas em Paralimpíadas. São 142, sendo 40 de ouro, 61 de prata e 41 de bronze.
A estreia do atletismo brasileiro será no dia 26 de agosto, às 21h25 (horário de Brasília). Júlio César Agripino e Yeltsin Jacques, ambos dos 5000 m classe T11 serão os primeiros a entrarem em ação na pista do Estádio Olímpico de Tóquio. Já a última prova do atletismo nos Jogos Paralímpicos de Tóquio será a maratona feminina T12, marcada para o dia 4 de setembro, às 18h30 (horário de Brasília).
As feras
Petrúcio Ferreira, do Time Nissan, é o atleta paralímpico mais rápido da história. Ele é o atual campeão olímpico nos 100 m T47, prova em que é bicampeão mundial e tem o recorde mundial de 10s42. Elizabeth Gomes conquistou ouro no lançamento de disco nos Jogos Parapan-Americanos de Lima e no Mundial de Atletismo em Dubai, onde bateu o recorde mundial da prova (16m89) na classe F52.
Claudiney Batista é uma fera no lançamento de dardo e atual campeão paralímpico. O recorde mundial na classe F56 é dele (46m68), bem como o ouro no Mundial de Dubai 2019. Thiago Paulino, do Time Ajinomoto, é uma máquina de quebrar recordes mundiais no arremesso de peso na classe F57. Só em 2019, foram três quebras, fora a conquista do bicampeonato no Parapan de Lima e o bicampeonato no Mundial de Dubai.
Alessandro Rodrigo da Silva é recordista mundial no arremesso de disco na classe F11. Ele conquistou a medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos Rio-2106, é bicampeão mundial e soma quatro ouros parapan-americanos. Daniel Tavares Martins é o maior corredor do mundo na classe para deficientes intelectuais. Ouro nos 400 m T20 da Rio-2016, quando bateu o recorde mundial (47s22), ele sagrou-se campeão do mundo da mesma prova, ao vencer a disputa em Londres.
Olho nelas e neles
Jerusa dos Santos é a cega mais rápida do mundo. Ela é recordista mundial, campeã parapan-americana e mundial nos 100 m da classe T11. Só falta o ouro dos Jogos Paralímpicos. Ela já soma dois bronzes e uma prata. Já Rayane Soares estreou em mundiais paralímpicos com o ouro nos 400 m da classe T13 e, com o resultado, garantiu presença em Tóquio, onde também fará sua estreia em Jogos Paralímpicos. Thalita Simplício venceu a prova dos 400 m T11 no Mundial, com o tempo de 56s85, o melhor da carreira. Na Rio-2016, ela ficou com a prata e tem tudo para sair com o ouro no Japão.
Júlio César Agripino é um fundista da classe T11, especialista na prova de 1.500 m. Na Rio-2016, ele passou longe do pódio, mas o ouro no Mundial de Dubai o credencia para ser um dos favoritos no atletismo em Tóquio. Lucas Prado é um veterano que ainda luta no topo. Em Pequim-2008, ele saiu com três ouros e foi chamado de o ‘cego mais rápido do mundo’. Em Londres vieram mais duas pratas, mas ele passou em branco na Rio-2016. Com o ouro no Mundial de Dubai nos 100 m T11, Lucas renasceu para as pistas e virá embalado em 2021.
Cícero Valdiran não conseguiu medalhar na Rio-2016 e está com fome de pódio para Tóquio-2020. Em 2019, o atleta do lançamento de dardo foi campeão mundial na classe F57 e ouro no Parapan de Lima. João Victor Teixeira é mais um que não conseguiu medalha na Rio-2016 e vem melhor e mais preparado para Tóquio-2020. Campeão mundial no arremesso de disco na classe F37, o atleta evoluiu muito nos últimos anos e mira a Paralimpíada de Tóquio como grande objetivo.
Atletismo dos Jogos Paralímpicos
O atletismo está no programa dos Jogos Paralímpicos desde o início, em Roma-1960. Na ocasião, foram 31 atletas, 21 homens e 10 mulheres, de 10 países que participaram de 25 provas de medalha. A primeira competição, porém, foi realizada em 1952, quando vários atletas com lesão na medula espinhal participaram de um evento de dardo como parte dos Jogos de Stoke Mandeville, que serviu a veteranos feridos da Segunda Guerra Mundial.
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Atualmente é praticado por atletas com deficiência física, visual ou intelectual em provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos, tanto no feminino quanto no masculino. Os eventos de pista podem incluir corridas de curta, média e longa distância, bem como revezamentos. No entanto, eles não são fixos, variam de acordo com fatores como o número de atletas participantes. Como há a divisão por classes, uma mesma prova tem diversas variações. Na Rio-2016, por exemplo, os 100 metros rasos teve 16 classes masculinas e outras 14 femininas, distribuindo, portanto, 30 medalhas.
As classes
As classes das modalidades de pista são expressas pela letra T, de track, e as de pista pela F, de field. As letras são seguidas por um número de dois dígitos, sendo que o da dezena indica o tipo de deficiência e o da unidade expressa a extensão, com valores menores indicando deficiências mais severas. Daí define-se a necessidade, por exemplo, do uso ou não de guias nas provas. Os atletas da T11 correm com o guia, os da T12 podem escolher, e o guia não é permitido para os competidores da classe T13. Nas provas de 5.000m, de 10.000m e na maratona, os atletas das classes T11 e T12 podem ser auxiliados por até dois atletas-guia durante o percurso, com a troca feita durante a disputa. No caso de pódio, apenas o atleta-guia que terminar a prova recebe medalha.
Os corredores guia orientam o atleta até a linha de chegada enquanto verbalizam informações sobre o percurso, tempo e o que está acontecendo nos arredores. Como são somente oito raias na pista de corrida, nas classes que têm guia, somente quarto atletas chegam à final, onde disputarão três medalhas.
As classes de cadeira de rodas usam equipamentos desenvolvidos especificamente para alta velocidade. Ela tem de ter pelo menos três rodas, não pode incorporar quebra-ventos, engrenagens ou outros equipamentos e deve ser operada exclusivamente por meio da força da parte superior do corpo. As peças podem ser personalizadas para acomodar a deficiência e constituição do atleta, desde que, claro, estejam de acordo com as regras. Na classe dos 60, os atletas podem usar uma prótese projetada para uso competitivo. Elas podem ser ajustadas para se adequarem à deficiência. Atletas com deficiência intelectual competem em uma única classe (T20).
Classes provas de pista – velocidade, meio fundo, fundo, saltos e maratona
T11 a T13 – Deficiências visuais
T20 – Deficiências intelectuais
T31 a T38 – Paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes: 35 a 38 para andantes)
T40 e T41 – Baixa estatura
T42 a T44 – Deficiência nos membros inferiores sem a utilização de prótese
T45 a T47 – Deficiência nos membros superiores
T51 a T54 – Competem em cadeiras de rodas
T61 a T64 – Amputados de membros inferiores com prótese
RR1 a RR3 – Deficiência grave de coordenação motora competindo na petra
Classes provas de campo – velocidade, meio fundo, fundo, saltos e maratona
F11 a F13 – Deficiências visuais
F20 – Deficiências intelectuais
F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34 para cadeirantes: 35 a 38 para andantes)
F40 e F41 – Baixa estatura
F42 a F44 – Deficiência nos membros inferiores
F45 a F46 – Deficiência nos membros superiores
F51 a F57 – competem em cadeiras de rodas (sequelas de poliomielite, lesões medulares, amputações)
F61 a F64 – Amputados de membros inferiores com prótese