Aos 43 anos, Adriana Azevedo é mãe, avó, dona de casa, bicampeã brasileira de paracanoagem e vai representar o Brasil pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. O caminho até aqui, no entanto, foi árduo. Adriana teve poliomielite aos 11 meses de vida e com dois anos começou a nadar. Foi atleta da natação até 2016, quando resolveu mudar de esporte.
“Aos 18 comecei a minha trajetória no esporte como atleta de natação. Comecei a perder rendimento e aos 32 anos recebi o diagnóstico de Síndrome Pós-Poliomielite, algo que causa degeneração muscular” explicou a canoísta. “Na natação, fui campeã brasileira, campeã mundial e vice-campeã pan-americana. Tudo isso até 2016, quando competi pela última vez na modalidade, e iniciei minha transição para a paracanoagem. Para mim, foi um novo estímulo para continuar no esporte”.
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Dona de 210 medalhas em seus 20 anos de natação paralímpica, Adriana Azevdo teve uma rápida ascensão na canoagem. A atleta começou a competir na nova modalidade no primeiro semestre de 2016, quando tentou uma das últimas vagas para a Paralimpíada do Rio, mas não conseguiu. Agora, a canoagem tornou possível a realização de um sonho que não havia realizado na natação: Representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos.
“Tudo mudou quando transformei esse sonho em meta. Assumi esse compromisso quando migrei da natação para a paracanoagem. Então a minha convocação a Tóquio me ensinou que persistência é o caminho para sucesso”.
“Diagnóstico não é destino“
A atleta fez de seu diagnóstico o propulsor de sua trajetória esportiva e recebeu mais um diagnóstico médico que poderia ter mudado seu destino. Benício, seu filho caçula está dentro do espectro autista. “Muita gente achou que teria que parar de treinar e competir por causa do diagnóstico dele. Muito pelo contrário, isso me deu ainda mais motivação para continuar. Meu filho sempre estará comigo, me dando força e não me fazendo parar. Diagnóstico não é destino”.
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Agora, Adriana Azevedo se prepara para a grande estreia e seus planos quando voltar de Tóquio, por hora, se resumem a seguir remando. “Se Deus me permitir, quero continuar minha caminhada na paracanoagem. O esporte é minha arte, minha maneira de louvar a vida”, concluiu.
A paracanoagem estreia nos Jogos Paralímpicos na próxima quarta-feira (1). O Brasil contará com sete atletas competindo. Assim, além de Adriana estão na disputa: Fernando Rufino, Caio Ribeiro, Giovane de Paula, Luís Carlos Cardoso, Mari Santilli e Debora Benevides.