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Natação tem ‘passagem da touca’ com troca de experiências entre as gerações

Sem deixar vácuo, nomes consagrados se misturam às revelações na piscina de Tóquio 2020

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Em renovação, natação paralímpica quer manter excelência em Tóquio (Foto: Alê Cabral)

De Tóquio – A expressão ‘passar o bastão’ simboliza continuidade através do tempo. O esporte é eterno, mas os atletas não. É preciso que o exemplo siga em frente. Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, a natação brasileira está, mais uma vez, saindo das mãos de uns e chegando a outros. Como o bastão pertence ao atletismo, é como se os mais experientes estivessem “passando a touca” em frente para os mais novos.

Dois bons exemplos, dentre muitos, dessa mistura de gerações estão em Susana Schnarndorf e Wendell Belarmino. A primeira tem 53 anos, soma uma prata no revezamento 4×50 m livre nos Jogos Paralímpicos Rio-2016, um ouro nos 100 m peito e um bronze nos 400 m livre no Mundial de Montreal 2013, além de um bronze nos 400 m livre nos Jogos Parapan-Americanos Guadalajara 2011.

“Eu estava comentando, é uma seleção jovem, bem diferente, é uma seleção confiante, muito alegre, traz um ar novo e mais leve”, ressalta Susana Schnarndorf, a mais velha da seleção paralímpica de natação. Do outro lado, Wendell Belarmino tem 23 anos e fez sua primeira grande competição internacional no Parapan de Lima-2019, onde ganhou as seis medalhas nas seis provas que disputou. Fora três medalhas no Mundial de Londres 2019, com um ouro nos 50 m livre e duas pratas nos 100 m livre e no revezamento 4x100m livre 49 pontos.

“Uma relação muito bacana. O pessoal mais velho sempre dando conselho, tenta dar uma acalmada, é uma troca de experiência legal. O pessoal é bem receptivo com os mais novos”, diz o estreante Wendell Belarmino. Não há uma troca de mão única, todas as gerações saem ganhando.

E o mais crucial nessa ‘passagem da touca’ é que a natação brasileira não irá sofrer com um vácuo entre as gerações. A piscina segue ocupada sem um espaço no tempo.

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Susana Schnarndorf treina no Centro Aquático de Tóquio (Foto: Alê Cabral)

Mistura boa

Com muitas caras novas e revelações, a seleção paralímpica de natação do Brasil tem um evidente rejuvenescimento, tão vital para a sequência das conquistas. E nada melhor do que essa passagem dos mais experientes para o mais novos seja harmônica, baseada no respeito e no exemplo dos nadadores consagrados.

Mesmo porque ninguém chega experiente, todos tiveram um início. Para Susana Schnarndorf esse aprendizado é fundamental. “É importante os mais velhos mostrarem o caminho, mostrarem como que é que funciona. A gente que já começou um dia sabe como é difícil iniciar.”

Para se ter uma ideia, a seleção paralímpica de natação veio para Tóquio com 36 atletas. Destes, 17 nadadores nasceram em 1995 ou depois. Por outro lado, nove atletas nasceram antes ou na década de 80. Todos, de alguma forma, contribuem. “É muito legal essa interação com os mais jovens”, afirma Susana Schnarndorf.

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Uma só seleção

Nomes como o de Daniel Dias, Joana da Silva e Edênia Garcia se misturam com os de Cecília Araújo, Esthefany Rodrigues e João Pedro Oliveira, que tem 17 anos e é o mais novo da seleção. Esse encontro de gerações é tão dinâmico que o próprio Wendell Belarmino, novato em Jogos Paralímpicos, já está com ares de veterano.

“Nunca parei para pensar nisso. Mas eu passo para os mais novos um pouco da minha experiência, dar uma acalmada para os mais ansiosos. E não dá para ser muito sério toda hora, não dá. Tem que brincar, tem que relaxar”, finaliza Wendell.

Alguns nomes vão se despedir, como o de Daniel Dias, enquanto outros estão apenas começando e seguindo as braçadas vitoriosas deixadas como legado.

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Wendell Belarmino treina no Centro Aquático de Tóquio (Foto: Alê Cabral)

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Excelência

Atrás do atletismo, a natação brasileira é que mais conquistou medalhas em Jogos Paralímpicos. São 102 medalhas, sendo 32 de ouro, 34 de prata e 36 de bronze. Na edição de Tóquio, a modalidade tem tudo para seguir puxando o Brasil para cima no quadro de medalhas.

E na base da interação entre as gerações, a seleção ruma para mais uma edição de Jogos Paralímpicos com muitos pódios. O termômetro para a expectativa de medalhas em Tóquio é o Mundial de Londres-2019. Nele, o Brasil conquistou 17 medalhas, sendo cinco de ouro, seis pratas e seis de bronze.

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