“Minha estreia, primeira Paralimpíada, estou muito ansioso. Para mim tudo é uma novidade. Estou focado e muito motivado”, contou Daniel Yoshizawa após o treino do vôlei sentado masculino do Brasil em Tóquio 2020. A história do atleta na modalidade pode ser inspiração para os mais jovens, afinal, Daniel estava nas arquibancadas assistindo a equipe há cinco anos atrás, na Rio 2016.
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“Eu vi os meninos jogando, os meus companheiros de clube. Então, hoje, eu vou fazer parte desse grupo participar com eles, né? Um dia eu estava na arquibancada assistindo e, hoje, eu estou aqui jogando com eles. Isso pra mim é a lembrança que eu tinha de Jogos Paralímpicos. Eu vendo eles jogar, disputar medalha, aquilo me motivava a querer um dia poder fazer parte de um grupo desse. Eu tô aqui”, conta.
E o ciclo de inspiração continua: “Através da rede social, a gente publica o nosso dia a dia. Recebo muitas mensagens de agradecimento por passar uma mensagem positiva, inspirar as pessoas. Que independente da dificuldade, nós podemos sim ser felizes e realizarmos grandes sonhos. Ainda mais aqueles que pra alguns parecem impossíveis. Durante um tempo na minha vida eu achei que disputar uma Paralimpíada era impossível pra mim, hoje não, eu vejo que é é realidade, eu tô aqui. Então é isso a mensagem que a gente passa. Nunca desista dos seus sonhos. Tudo é possível, independente da situação”.
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O foco na medalha
Mesmo estreante, Daniel Yoshizawa tem o objetivo muito claro: “O maior evento do mundo. São todas as modalidades e é especial. Eu vi uma grande realização pra mim em partes, né? Vou me completar, me sentir completamente realizado depois de conseguir minha medalha”.
Medalha essa que seria inédita para o vôlei sentado masculino. O quarto lugar na Paralimpíada de 2016 é o melhor resultado dos homens na modalidade, que ficou um gostinho de que era possível mais. Com a conquista do ouro nos Jogos Parapan-Americanos Lima-2019, o Brasil garantiu a vaga para os Jogos Paralímpicos de Tóquio.
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Raiz japonesa
O sobrenome já entrega. Daniel Yoshizawa tem descendência japonesa vinda da avó, que morava com ele em Suzano. “Eu posso dizer que é uma responsabilidade imensa/ Representar a família japonesa, torcida imensa. Então eu espero honrar a expectativa que eles tão depositando em mim”.
A culinária japonesa era velha conhecida na infância do atleta e voltou a estar presente na rotina agora no país da origem familiar: “Minha avó morava conosco, então eu tinha um hábito de comer comida japonesa frequentemente desde pequeno. Depois que ela faleceu, a gente perdeu um pouco desse costume, mas nunca deixei de gostar, sempre que possível eu comia. Aqui, eu estou comendo praticamente diário”.
“É a primeira vez, (que estou aqui no Japão). Estou encantado. Tudo bonito. A gente via só pela televisão, vídeo, foto, imagens e, hoje, poder estar aqui pro Tóquio, mesmo que seja só de dentro do ônibus, você vê que é outro mundo. Parece que você está no futuro, não sei. A questão da tecnologia, infraestrutura… Tudo organizado, são muito pontuais. É muito bacana ter essa oportunidade, essa experiência de vida”.
O Brasil nos Jogos Paralímpicos
O Brasil estreia nos Jogos Paralímpicos no sábado (28), contra a China, às 6h30 da manhã (horário de Brasília). Depois, enfrenta Irã e Alemanha em busca de uma vaga na semifinal da competição. “São jogos difíceis. Hoje em dia não tem mais time fácil. Mas a gente está preparado.
“A China é o primeiro adversário. É um time que defende muito, toca muito na bola, tem um jogo chato. Então a gente vem estudando muito o estilo de jogo deles. A gente tem estatísticas pra facilitar o jogo e sabemos que não vai ser fácil, mas estamos preparados também pra essa situação”, projeta Daniel Yoshizawa sobre a estreia na competição de Tóquio 2020.