Mônica Santos está em Tóquio para disputar a sua segunda Paralimpíada, que começa na próxima terça-feira (24). No entanto, a história dela com o esporte paralímpico é bem mais antiga. Começou há 18 anos, quando nasceu a sua primeira e única filha, Paolla Silva, que é o seu principal combustível para os Jogos Paralímpicos.
Durante a gestação de Paolla, Mônica teve um angioma medular no seu segundo mês. Os médicos deram a opção de interromper a gravidez e fazer a cirurgia de retirada do tumor. Mas, para Mônica, essa escolha não era nem cogitada. Ela queria ser mãe e decidiu manter o bebê mesmo com o risco que isso poderia trazer. Para a esgrimista, foi a escolha mais acertada que fez.
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“A minha filha é um presente que Deus me deu para eu ver qual é o verdadeiro sentido da vida. Eu daria a minha vida mil vezes por ela. Sou cadeirante por escolha”, declarou a atleta, que ficou paraplégica após o nascimento da filha.
“Eu decidi manter a gravidez. Logo após o nascimento da Paolla, que está com 18 anos e cheia de saúde, eu fiz a cirurgia, porque eu poderia ficar tetraplégica ou até vir a óbito. Fizemos a cirurgia, não foi possível reverter, mas, com a graça de Deus, eu fiquei só paraplégica”, complementou.
Pela filha
Mônica Santos conta que foi pela filha que ela lutou para se tornar uma cadeirante independente. E que por meio da cadeira de rodas ela conheceu o esporte e o mundo.
“Por ter a Paolla, eu queria me tornar independente. Em seis meses de cadeirante, eu já consegui ir para o chão, voltei a dirigir, fazer comida, dar banho na minha filha… Então ela foi o meu presente, que me motivou a me tornar totalmente independente. E foi pela cadeira que eu conheci o esporte adaptado e o mundo. Eu sempre falo que aquela garotinha do interior se tornou uma mulher guerreira na cadeira de rodas”, lembrou a esgrimista nascida em Santo Antônio da Patrulha, cidade do interior do Rio Grande do Sul.
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E o maior objetivo nos Jogos Paralímpicos de Tóquio é conseguir uma medalha. Mas Mônica Santos acredita que a maior vitória deste ciclo foi o caminho até os Jogos, que foi bastante árduo. “Acredito muito que a medalha seja a cerejinha do bolo, porque a gente precisa dela. Estamos lá representando uma nação, a gente vai dar o melhor naquele momento. Mas o principal foi a trajetória de chegar até ali, porque muitos atletas desistiram não pelo físico, mas sim pelo mental por conta da pandemia, que nos trouxe muitas perdas”, finalizou.