Vindo de uma sequência história de quatro finais olímpicas consecutivas, a seleção brasileira de vôlei masculino acabou encerrando a campanha nos Jogos Olímpicos de Tóquio na quarta colocação ao ser superado pela Argentina na disputa pelo bronze. O resultado frustrante cria o questionamento se há a necessidade de uma reformulação no trabalho atual. Técnico do Brasil, Renan Dal Zotto usou um tom cautelo para falar do futuro e se diz focado para a disputa do Sul-Americano, que acontece em setembro, em Brasília.
“A primeira coisa é o Sul-americano daqui poucos dias. Depois disso temos que sentar pra ver. Ver os planos e começar a pensar no novo ciclo. Com certeza podem haver mudanças. Mas o momento é de muita cautela. Precisamos conversar com a CBV, depois ver com os jogadores e se preparar”, declarou o treinador.
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Em sua análise para a derrota diante da Argentina, Renan Dal Zotto relembrou da ocasião que viveu como jogador, em que o Brasil acabou derrotado para a mesma Argentina, também na disputa pelo Bronze na edição olímpica de Seul, e citou um sentimento de dívida pela atuação da seleção brasileira no torneio olímpico.
“A gente viveu a experiência contra a mesma Argentina em 1988, mas sinto que este encarou o jogo de uma forma diferente. Posso dizer pra você que houve um enorme empenho de todos nestas últimas 48 horas. Todo mundo sabia da importância, queria demais essa medalha. Acho que temos que dar o mérito para a Argentina que fez um grande jogo. Mas nós ficamos devendo. Precisamos rever. Muitos altos e baixos durante o jogo. Jogos alguns sets de forma espetacular e depois muito abaixo. A gente agora precisa rever, porque ficamos muito frustrados, já que tivemos um sofrimento muito grande para a gente estar aqui. A gente veio com um ciclo muito bom, com diversos títulos, mas no momento mais importante não conseguimos o nosso objetivo”, avaliou o comandante.
Questionado se a dura derrota sofrida para Rússia na semifinal criou um impacto negativo no grupo para a sequência da competição olímpica, Renan Dal Zotto negou, porém reconheceu que a instabilidade do time acabou sendo crucial para a nova derrota da seleção brasileira de vôlei masculino.
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“Acho que a gente conseguiu digerir bem (a derrota contra a Rússia). Fizemos um trabalho motivacional. O treino de sexta foi muito bom. Encaramos o jogo como se fosse um final realmente. Infelizmente as dificuldades que foram surgindo durante o jogo tiraram a nossa segurança, criou uma instabilidade e a gente não conseguiu reverter”, completou.