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Tóquio 2020

Hebert Conceição nocauteia campeão europeu e fatura o ouro no boxe

Brasileiro Hebert Conceição é o novo campeão olímpico da categoria até 75 kg do boxe depois de vencer o ucraniano Oleksandr Khyzhniak na final

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Wander Roberto/COB

Depois de um campanha recheada de pedreiras pelo caminho, Hebert Conceição faturou na madrugada deste sábado a medalha de ouro na categoria até 75 kg do boxe nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O último desafio foi o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, campeão mundial em 2017 e bicampeão europeu em 2017 e 2019, que foi nocauteado pelo brasileiro, que estava com a luta praticamente perdida.

“Difícil falar a sensação, é incrível, uma emoção muito grande, senti a energia de todo mundo que estava torcendo. Eu pensei durante os rounds que tinha muita gente mandando energia por esse nocaute. Eu acreditei que eu podia e que bom que aconteceu, eu fui premiado e a gente merece. Eu não sou nocauteador, sou mais estiloso. Mas também tem que treinar golpes encaixados para em situações como essa ter outras armas e outros planos para poder executar na hora. Acreditei até o fim e o nocaute veio”, contou Hebert Conceição, todo empolgado.

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Wander Roberto/COB

O brasileiro foi dominado nos nos dois primeiros rounds por Oleksandr Khyzhniak, que tomava a iniciativa do combate e dava poucas oportunidades para o adversário golpear. O ucraniano venceu por unanimidade os dois assaltos na opinião dos cinco juízes. No terceiro período, só o nocaute salvaria Hebert Conceição. E foi o que ele conseguiu! O pugilista baiano acertou um cruzado de esquerda fortíssimo no adversário, que desmoronou! Uma vitória incrível e heroica!!!!

“O atleta que eu enfrentei tem um jogo difícil de trabalhar, é um cara muito forte, intenso, é espetacular a forma física com que ele sempre se apresenta nas lutas. É um lutador incrível, respeito muito. Mas eu sabia da minha capacidade também. Treinei muito, levei muito a sério todo trabalho que foi passado durante o ciclo, durante toda minha iniciativa desde que comecei no boxe. Eu tinha perdido dois rounds, tinha mais um, a pesar de a pontuação ser adversa eu sabia que em 3 minutos dava para reverter com um nocaute. Se vocês perceberam no começo do round eu já fui para uma luta franca e falei, se tomar nocaute aqui não interessa, estou perdido, agora eu vou buscar o meu. E sabia que na trocação era loteria. Consegui conectar um bom cruzado, que eu treino muito também quando estou simulando situações de trocação. Essa medalha de ouro é para o Brasil.”

Hebert Conceição acerta a esquerda no rosto do ucraniano, golpe que encerrou a luta (Wander Roberto/COB)

CAMPANHA

Na caminhada até a final, Hebert Conceição teve duas lutas muito duras vencidas por ele por 3 a 2 contra o chinês Erbieke Tuoheta nas oitavas de final e contra o cazaque Abilkhan Amankul nas quartas de final. Na semifinal, o lutador baiano se vingou do atual campeão do mundo, o russo Gleb Bakshi, que o havia eliminado na mesma fase no Mundial de 2019, quando o brasileiro ficou com a medalha de bronze.

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Adversário de Hebert Conceição na decisão da medalha de ouro, Oleksandr Khyzhniak deixou para trás o japonês Yuto Moriwaki por 5 a 0 nas oitavas de final, bateu o dominicano Euri Martinez por 4 a 1 nas quartas e fez 3 a 2 no filipino Eumir Marcial na semifinal.

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EVOLUÇÃO DE CONQUISTAS

Com o ouro nos Jogos Olímpicos, Hebert Conceição completa um ciclo de conquistas, que começou em 2018 com o bronze nos Jogos Sul-Americanos e passou pela prata nos Jogos Pan-Americano de Lima-2019 e pelo terceiro lugar no Mundial do mesmo ano.

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Hebert Conceição Souza começou a praticar boxe aos 14 anos de idade, e aos 15 já foi campeão de sua primeira competição. Natural de Salvador, na Bahia, o lutador da categoria até 75 kg entrou na seleção brasileira em 2017, aos 19 anos, no início do novo ciclo após a Olimpíada do Rio.

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O jovem boxeador tem uma grande inspiração na carreira. Com o mesmo sobrenome de Hebert, Robson Conceição foi ouro nos Jogos do Rio-2016, conquistando a primeira medalha dourada do boxe brasileiro.

“Eu me inspiro muito no Robson Conceição, não só no boxe, mas no esporte em geral. Além de conterrâneo e de colega de treino, pude acompanhar de perto boa parte da sua carreira. Mesmo antes de ele medalhar o ouro no Rio eu já me inspirava nele. Ele é, com certeza, um dos atletas mais focados que eu pude conhecer e toda sua história me inspira muito”, explicou Hebert.

Foi a segunda medalha conquistada pelo boxe brasileiro em Tóquio. A primeira foi o bronze de Abner Teixeira na categoria até 91 kg. Na madrugada deste domingo, Beatriz Ferreira enfrenta a irlandesa Kellie Harrington na decisão do ouro feminino até 60 kg.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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