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Tóquio 2020

Isaquias Queiroz passa para a semifinal da C1 1000 na canoagem velocidade

Brasileiro ficou na primeira colocação da bateria classificatória e garantiu vaga direto na disputa por um lugar na final na Sea Forest Waterway. Jacky Godmann parou nas quartas

Isaquias Queiroz canoagem velocidade C1 1000 Jogos Olímpicos de Tóquio
(Gaspar Nóbrega/COB)

Tóquio – O brasileiro Isaquias Queiroz passou para a semifinal da C1 1000 na canoagem velocidade dos Jogos Olímpicos de Tóquio, sem precisar das quartas de final. Ele ficou em primeiro lugar na segunda bateria classificatória do dia, disputada na noite de quinta-feira (5), pelo horário do Brasil, na Sea Forest Waterway, em Tóquio. Jacky Godmann também disputou a classificatória, na terceira bateria, e foi para as quartas, onde acabou eliminado.

A prova de Isaquias, atual campeão mundial da C1 1000, contava com Liu Hao, vice campeão olímpico na categoria C2 1000 aqui nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O chinês ficou na segunda colocação. Ambos sobraram e ainda antes da metade já tinham resolvido a questão, abrindo larga vantagem para os outros competidores. O brasileiro cravou 3min59s894 e Liu Hao marcou 4min06914. “Ele não deu o máximo, sabia que passavam dois. Não forçou, quando eu subi ele não reagiu e quando eu baixei o ritmo ele chegou junto, mas não quis evoliur”, disse o baiano. “Senti que a raia está para mim, o vento está a meu favor, gosto de remar com esse vento. Agora depois dessa prova estou mais confiante ainda.”

Isaquias Queiroz canoagem velocidade C1 1000 Jogos Olímpicos de Tóquio
Isaquias sobrou na classificatória (Gaspar Nóbrega/COB)

‘Sou o campeão mundial’

Após a classificação, bem mais leve do que nos dias em que competiu na C2 1000 ao lado de Jacky Godmann, Isaquias estava feliz com o desempenho. “Fiz uma boa prova, para meus adversários verem que eu estou vivo e que estou indo com tudo para a semifinal e para a final. Sou o atual campeão mundial, lógico que isso foi em 2019, mas treinei duro durante cinco anos para esse momento e não vou deixar escapar de jeito nenhum. Quero brigar pela medalha de ouro.” Sobre a semifinal, afirmou que vai ser ‘uma finalzinha’ já. “Vão cair três, quatro barcos bons em uma prova só. Na final são todos contra todos e quem fizer uma melhor estratégia de prova vai ficar com a medalha de ouro.”

Na canoagem velocidade C2 1000, ele e Jacky ficaram com o quarto lugar. “Meu objetivo era sair daqui de Tóquio com duas medalhas, por isso que eu fiquei triste. Mas um quarto lugar nos Jogos Olímpicos é um bom resultado. Agora estou muito focado, vou com tudo”, falou. “Eu estava um pouco tenso, não vou mentir, são Jogos Olímpicos, né? Cinco anos de trabalho e qualquer atleta tem receio de errar.”

Olho vivo

Isaquias Queiroz também falou sobre alguns dos possíveis rivais que terá de derrubar para ser campeão olímpico pela primeira vez da C1 1000 na canoagem velocidade. Citou Liu Hao, o tcheco Martin Fuksa e o alemão Sebastian Brendel, atual bicampeão olímpico e campeão mundial quatro vezes seguidas, entre 2014 e 2018. Fuksa foi vice-campeão mundial nos mesmos quatro anos em que Brendel venceu. Vale lembrar que o alemão ficou com o bronze na C2 1000 aqui em Tóquio. Apesar das credenciais, ele foi o terceiro na classificatória e teve de remar as quartas para chegar na semifinal. Fuksa estava na mesma bateria, onde também competiu Jacky Godmann, e passou direto para a semi.

Brendel é uma das inspirações de Isaquias na canoagem velocidade, tanto que ele deu o nome do alemão para seu filho. “O meu filho tem o nome de dois campeões, Sebastian, de Sebastian Brendel, e Queiroz, de Isaquias Queiroz dos Santos. Em 2012 eu nem pensava em ir para uma Olimpíada e ele já era campeão olímpico. Em 2009, quando eu era cadete na seleção, ele já era campeão europeu. A gente vai se espelhando nesses caras e um dia, se tiver a chance, rema contra ele. Remei contra ele, já ganhei. Ele ganhou de mim no Rio e agora é hora de dar o troco. Respeitando sempre. Ele não é qualquer atleta, é fora de série.”

Jacky Goodman

Jacky Godmann canoagem velocidade C1 1000 Jogos Olímpicos de Tóquio
Jacky em sua primeira participação olímpica (Breno Barros/rededoesporte.gov.br)

Competindo pela primeira vez por si só, Jacky Godman fez duas baterias. Passou em quarto (4min24s732) na classificatória, onde somente os dois primeiros iriam direto para a semifinal, e, a seguir, foi para o tudo ou nada nas quartas. Começou forte, chegou a ficar entre os três que seguiriam vivos, mas acabou perdendo intensidade e fechou em sexto com o tempo de 4min18s208. Ali encerrou a participação em Tóquio.

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Após viver dias ao lado de Isaquias Queiroz, finalmente teve seu próprio, e mais leve, momento olímpico. “Acordei bem, vim aqui com objetivo de sempre buscar o melhor, de entrar na semifinal, infelizmente não consegui. Fiz uma eliminatória tranquila, meu treinador mandou vir mais tranquilo porque tinha o Brendel e o Fuska”. A ideia era não desperdiçar energia e apostar nas quartas. “Saí forte, mas infelizmente não consegui segurar até o final. Tiro muito aprendizado, para evoluir mais. Muito importante isso, todos evoluem. É isso que eu levo para casa.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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