“Tem que respeitar, erguer a cabeça e tentar ir para Paris 2024, está aí logo logo, só três aninhos.” Foi dessa forma que Luizinho encarou seu quarto lugar na final do skate park masculino dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O skatista terminou no quarto lugar, apenas 0.99 atrás do quarto colocado, Cory Juneau, dos EUA. A controvérsia é mais uma após julgamento subjetivo, algo que já tinha prejudicado os brasileiros no judô e no surfe.
Conformado, Luizinho, porém, não deixou de dar uma cutucada nos jurados. “Não entendi, né? Esperava que fosse maior a pontuação, porém não é (culpa) deles”, ressaltou o skatista. ‘Achei que minha pontuação seria mais alta pelo meu rolê, não digo em comparação com a dele (Cory Juneau). Achei que vir de uma eliminatória com 84, fazer a mesma, até melhorar, e tirei 83? Na minha cabeça ficou estranho”.
Mas a cultura do skate é bem diferente do que a maioria dos outros esportes. Um atleta, mesmo que um pouco contrariado, enxerga o sucesso do outro com admiração. E mais do que isso, Luizinho fez questão de afirmar que é contra um sistema que busque padronizar notas e desempenho.
“Skate é uma forma de arte e padronizar era uma das nossas preocupações do esporte entrar na Olimpíada. Cada um tem seu estilo e isso tem que ser valorizado”. Sem tempo para lamentações, Luizinho só pensa em evoluir e voltar melhor. “A gente tem que respeitar, erguer a cabeça e tentar ir para a próxima.”
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Cabeça erguida
Luizinho chegou nos Jogos Olímpicos de Tóquio como um dos favoritos ao pódio no skate park. Da forma que conquistou o quarto lugar, ficando tão perto do terceiro lugar e com uma nota bem questionável, o desânimo poderia tomar conta. Não foi o caso.
“Ah, cara, vou ficar frustrado? Não tem nem por quê, não tem mais nem o que fazer também”, disse logo após sair da prova. “Cheguei aqui como um dos favoritos, porém, minha condição física não me deixou buscar mais porque minha cabeça ficou muito abalada.”
Só que há muito mais em disputa em uma Olimpíada. A experiência valeu demais. “Aqui em Tóquio eu pude ver muitos atletas que são meus ídolos. Tipo o Luka Doncic, pena que com a pandemia não rola tanta interação.”
Fora que a emoção de competir em uma edição de Jogos Olímpicos muda a carreira de qualquer atleta. Com Luizinho não foi diferente. “Fazer parte da final, chorei com o Vovô conversando, com o Alisson que é o fisioterapeuta, chorei com o Duda presidente, foi uma superação estar na final. Consegui fazer o meu melhor”, finalizou Luiz Francisco, o Luizinho.