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Tóquio 2020

Gabi valoriza união dentro e fora da quadra na seleção de vôlei feminino

Tanto na quadra quanto fora dela, Gabi coloca a união do grupo como principal qualidade da seleção feminina na caça ao título olímpico em Tóquio

Brasil Sul-Americano de vôlei

Foi na marra, de virada, contra um tradicional adversário. Nesta quarta-feira (04), o Brasil superou o Comitê Olímpico Russo por 3 sets a 1 e avançou às semifinais do vôlei feminino nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Para alcançar a vitória, precisou mais do que puramente técnica, qualidade, confiança e aquele um pouco de sorte. O senso de coletividade falou mais alto, como ressalta Gabi, craque da seleção.

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A vontade, claro, é de buscar o lugar mais alto do pódio. Há cinco anos, no Rio de Janeiro, a derrota para a China nas quartas de final deu fim ao sonho do tricampeonato olímpico. Em Tóquio, depois de mais um ciclo, o sentimento toma conta do grupo. O desejo do ouro é único, todas as jogadores estão na mesma sintonia. Para isso, faltam apenas dois jogos.

“Nesse ciclo todo, de quase cinco anos, o tanto de dificuldade que tivemos, de lesão, de não conseguir jogar algumas partidas e alguns campeonatos com o mesmo time. Queremos muito fazer diferente, queremos buscar essa medalha para o Brasil. Queremos ser campeãs olímpicas. Não queremos pensar pequeno. Independentemente se somos favoritas ou não, juntas nós podemos fazer a diferença. Nós não temos as melhores jogadoras individualmente, mas, quando jogamos com o coletivo e uma acredita na outra, passando energia para a outra, podemos estar perdendo de 15 pontos, que não interessa. Estamos confiantes, sabemos que podemos virar a situação.”

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Gabi - Brasil - Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 - vôlei feminino - seleção
Aos 27 anos, Gabi Guimarães já uma das mais experientes da seleção. A seleção feminina do Brasil está na semifinal e segue em busca do ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (Foto: Wander Roberto/COB)

Até a aqui, a equipe comandada por José Roberto Guimarães está com 100% de aproveitamento. Antes de desafiar as russas, passou por cima de Coreia do Sul (3 a 0), República Dominicana (3 a 2), Japão (3 a 0), Sérvia (3 a 1) e Quênia (3 a 0) na fase de grupos. As brasileiras talvez não fossem as principais candidatas ao ouro às vésperas da Olimpíada, mas a ponteira revelou qual é o segredo do time em quadra.

“Eu acho que está muito nítido para todo mundo, para o mundo inteiro, que o que tem feito diferença para nós, para o Brasil, o tanto que crescemos, é o time. Sabíamos, desde o começo, que não éramos as grandes favoritas, mas sabíamos que juntas poderíamos fazer coisas incríveis. Saímos de situações muito difíceis, juntas. Eu estou muito orgulhosa e muito feliz de ter a oportunidade de jogar com um time tão vencedor, confiante, que passa energia uma para a outra.”

E a resenha segue a mesma após os jogos. A relação positiva e a união do grupo vão além da quadra, fortalecendo os vínculos a cada jogo. O trabalho vem sendo feito há algum tempo, com uma prepração longa e desgastante, mas que vale mais do que qualquer bola no chão das adversárias.

“Se dentro de quadra está desse jeito, imagina fora. Queremos estar juntas o tempo inteiro. Estamos numa batida de três ou quatro meses, o dia inteiro junto, e mesmo assim continua muito prazeroso. Dentro do quarto, podemos assistir aos jogos de outras modalidades juntas. Estudamos juntas, queremos passar um tempo juntas. Estamos curtindo o momento.”

“Muitas ainda não tiveram a oportunidade de disputar uma Olimpíada. Eu vejo todo mundo com muito sangue no olho para realmente nos unirmos. É a única forma de chegarmos longe, de buscarmos essa final e, desde o começo, o nosso discurso é esse, parece até um pouco clichê. Todo mundo fala que é união, mas nós sabemos. Não éramos as favoritas, não somos as grandes dessa competição. Juntas que vamos conseguir chegar longe.”

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