Nessa quarta-feira (4), encerraram as atividades da vela nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Com chances remotas de conseguir medalha, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan terminaram a Medal Race em 10º lugar e fecharam na nona colocação na classe 470 feminina. Na versão masculina, Bruno Benthlen e Henrique Haddad não participaram da regata decisiva e fecharam em 16º lugar na Ilha de Enoshima,
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan começaram a quarta-feira (4) na quinta colocação e precisavam vencer a medal race e torcer por uma combinação de resultados para conseguir uma medalha. As brasileiras não conseguiram performar bem como na terça-feira e terminaram na décima e última colocação.
“Nós já fomos sexto e oitavo em outras edições dos Jogos. Então, a regata de hoje pedia que a gente tentasse alguma coisa diferente para tentar subir na classificação. Isso acabou não acontecendo. Não conseguimos ir para o grupo da frente no início da regata e ainda cometemos um erro no final que ainda passaram dois barcos por nós, que comprometeram duas posições no geral. A gente já sabe que se não arrisca, não anda na frente. É um balanço difícil de fazer. Mas estamos felizes com a campanha que a gente fez, vencendo duas regatas da série,” avaliou Fernanda Oliveira
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Desse modo, a dupla brasileira somou 20 pontos (na regata da medalha, as pontuações são dobradas), ficou com 82 pontos totais e terminou na 9ª colocação. A medalha de ouro ficou co as britânicas Hannah Mills e Eilidh McIntyre que somam apenas 38. A prata ficou com a Polônia e o bronze com a França.
O último ato
Essa foi a última grande competição de Ana Barbachan e Fernanda Oliveira.
“Eu sabia que ia ser um momento especial, não só pelo ciclo, por toda a magia dos Jogos Olímpicos que a gente já conhece, mas eu sabia que seria especial pelo encerramento dessa parceria tão especial, de 12 anos, um terço da minha vida velejando com ela. E é uma coisa que me dá muito prazer e me fez muito feliz nesse tempo. Cresci como atleta, como pessoa, aprendi muita coisa e o choro não é por causa de resultado porque resultado depende de muita coisa, a gente já tá cascorada dessa situação, de vez em quando, as vezes as adversárias estão melhores, mas, sim, pelo fim desse ciclo, por tudo que a gente construiu, pelo meu crescimento pessoal, é momento muito especial para mim,” disse Ana Barbachan.
A quarta-feira também teve o encerramento da classe 470 masculina, classe na qual competiram Henrique Haddad e Bruno Benthlen. O ouro foi para a Austrália, a prata para a Suécia e o bronze para a Espanha. Os brasileiros não disputaram a medal race, terminando na 16ª colocação com 132 pontos perdidos.
Balanço da Vela e mudanças para Paris
Esse foi o terceiro melhor desempenho do Brasil na vela nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Fernanda Oliveira e Ana Barbachan foram as únicas, ao lado de Robert Scheidt e das bicampeãs olímpicas Martine Grael/Kahena Kunze, que chegaram à medal race com chances de medalha e terminaram no top10 (Patrícia Freitas foi 10ª na RS-X, mas disputou a regata da medalha sem chances de pódio).
“Eu acho que a participação aqui em Tóquio foi dentro do objetivo que era manter a tradição de conquistar medalha. Foram poucas ocasiões que tivemos mais de uma medalha. Diante das circunstâncias, terminamos aqui como o quinto melhor país na vela, com uma medalha de ouro que foi histórica. Isso, somado a quatro participações na regata final, mostra uma situação boa, principalmente se contarmos que boa parte da equipe ficou impossibilitada de treinar e competir na Europa por causa da pandemia. As equipes que tiveram melhor condição de treinar foram as meninas do 49erFX porque as duas têm passaporte europeu e o Robert que mora na Itália. Os outros tiveram muita dificuldade de viajar e isso traz um impacto no treinamento. Mesmo assim, acredito que o balanço é positivo,” avaliou Toben Grael, um dos chefes de missão da vela nos Jogos Olímpicos de Tóquio
Vale lembrar que para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, a classe 470 passará a ser mista.