Tóquio – “Agora sou um medalhista olímpico, inicia outra etapa da vida. Agora a gente vai ser visto de maneira diferente, vamos inspirar mais pessoas para elas saberem que também podem chegar aqui”. Foi assim que Alison dos Santos descreveu a sensação que teve ao subir no pódio para colocar no peito a medalha de bronze dos 400m com barreiras dos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Passou na minha cabeça que Deus é bom o tempo todo, tenho muita gratidão do que aconteceu na minha vida, pelas pessoas que eu tenho comigo. Entrando para receber a medalha tava pensando nas pessoas que diretamente ou indiretamente participaram dessa medalha.”
Alison dos Santos também disse que estava no pódio representando “várias outras pessoas, uma nação, o atletismo brasileiro, fico muito feliz de estar recebendo essa medalha, é impossível descrever todas as emoções”, disse. “Eu saí de casa com uma missão e to voltando cumprindo a missão que foi dada”, acrescentou, listando uma série de pessoas que lembrou durante não apenas a cerimônia, mas o dia todo. “Minha mãe Sueli, Gerson, meu pai, a Andra, Nina Adriele, meus vizinhos, a Lorrane, o mano Wilson, são muitas pessoas que estiveram comigo, que fazem a diferença. A Vitória Sena. Agradecer todos pelo carinho que têm comigo, eles são incríveis.”
Aliás, o dia da conquista da medalha de bronze, como não poderia deixar de ser, foi intenso. “Não relaxei. Fui para o doping, entrevista coletiva. Quando fui levar a mochila no meu quarto, vixi, me pegaram no meio do caminho. Comecei a tirar foto, comecei a conversar, acabei me distraindo, tomei banho, vim pra cá, cheguei aqui e ainda não parei. O celular não para. Notificação em cima de notificação. Mas isso é muito bom, porque as pessoas estão reconhecendo e eu fico muito feliz de estar atingindo muitas pessoas com o feito que conquistamos hoje”.
Félix Sánchez e Joaquim Cruz
Citou também duas pessoas em especial. Félix Sánchez, especialista na prova de Alison com dois ouros olímpicos, Atenas-2004 e Londres-2012, foi um deles. “Ele estava assistindo a prova. Assim que terminou, falou comigo, fiquei muito contente. Ele me parabenizou pelo resultado e encheu meu coração de alegria. A história dele é incrível.” O outro foi Weslei Biscoitinho: “Eu tenho ele como um ídolo, me ensinou muitas coisas que se não fosse por ele, não teria aprendido. Ele me motiva muito, joga meu ego lá em cima, nunca deixou a desejar. É incrível.”
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
Contou também que falou com Joaquim Cruz, campeão olímpico nos 800m rasos em Los Angeles-1984 e prata em Seul-1988. “Disse que para fazer história tem de começar cedo. Eu quero fazer história, comecei cedo, conquistei essa medalha em 2021, mas tem 2024, 2028 e 2032 pra brigar. Tem de sonhar alto, tem de querer, tem de ter vontade. Eu particularmente sonho muito alto e não tenho medo da queda”.