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Tóquio 2020

‘Agora sou um medalhista olímpico, inicia outra etapa da vida’, afirma Piu

Logo após colocar o bronze no peito, Alison dos Santos comemora poder inspirar mais pessoas e diz representar o atletismo brasileiro, além de muitas outras pessoas que o ajudaram

Alison dos Santos medalha de bronze
(Gaspar Nóbrega/COB)

Tóquio – “Agora sou um medalhista olímpico, inicia outra etapa da vida. Agora a gente vai ser visto de maneira diferente, vamos inspirar mais pessoas para elas saberem que também podem chegar aqui”. Foi assim que Alison dos Santos descreveu a sensação que teve ao subir no pódio para colocar no peito a medalha de bronze dos 400m com barreiras dos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Passou na minha cabeça que Deus é bom o tempo todo, tenho muita gratidão do que aconteceu na minha vida, pelas pessoas que eu tenho comigo. Entrando para receber a medalha tava pensando nas pessoas que diretamente ou indiretamente participaram dessa medalha.”

Alison dos Santos também disse que estava no pódio representando “várias outras pessoas, uma nação, o atletismo brasileiro, fico muito feliz de estar recebendo essa medalha, é impossível descrever todas as emoções”, disse. “Eu saí de casa com uma missão e to voltando cumprindo a missão que foi dada”, acrescentou, listando uma série de pessoas que lembrou durante não apenas a cerimônia, mas o dia todo. “Minha mãe Sueli, Gerson, meu pai, a Andra, Nina Adriele, meus vizinhos, a Lorrane, o mano Wilson, são muitas pessoas que estiveram comigo, que fazem a diferença. A Vitória Sena. Agradecer todos pelo carinho que têm comigo, eles são incríveis.”

Aliás, o dia da conquista da medalha de bronze, como não poderia deixar de ser, foi intenso. “Não relaxei. Fui para o doping, entrevista coletiva. Quando fui levar a mochila no meu quarto, vixi, me pegaram no meio do caminho. Comecei a tirar foto, comecei a conversar, acabei me distraindo, tomei banho, vim pra cá, cheguei aqui e ainda não parei. O celular não para. Notificação em cima de notificação. Mas isso é muito bom, porque as pessoas estão reconhecendo e eu fico muito feliz de estar atingindo muitas pessoas com o feito que conquistamos hoje”.

Félix Sánchez e Joaquim Cruz

Citou também duas pessoas em especial. Félix Sánchez, especialista na prova de Alison com dois ouros olímpicos, Atenas-2004 e Londres-2012, foi um deles. “Ele estava assistindo a prova. Assim que terminou, falou comigo, fiquei muito contente. Ele me parabenizou pelo resultado e encheu meu coração de alegria. A história dele é incrível.” O outro foi Weslei Biscoitinho: “Eu tenho ele como um ídolo, me ensinou muitas coisas que se não fosse por ele, não teria aprendido. Ele me motiva muito, joga meu ego lá em cima, nunca deixou a desejar. É incrível.”

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Contou também que falou com Joaquim Cruz, campeão olímpico nos 800m rasos em Los Angeles-1984 e prata em Seul-1988. “Disse que para fazer história tem de começar cedo. Eu quero fazer história, comecei cedo, conquistei essa medalha em 2021, mas tem 2024, 2028 e 2032 pra brigar. Tem de sonhar alto, tem de querer, tem de ter vontade. Eu particularmente sonho muito alto e não tenho medo da queda”.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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