Alison dos Santos fez história na madrugada desta terça-feira (3) na pista do Estádio Nacional, de Tóquio. Ao conquistar a medalha de bronze dos 400 m com barreiras, ele se tornou o primeiro brasileiro desde o terceiro lugar de Robson Caetano nos 200 m em Seul-1988 a conseguir um lugar no pódio numa prova individual de pista em Jogos Olímpicos. Mas o paulista de São Joaquim da Barra quer mais! Mais jovem entre os três medalhistas, ele sonha com a quebra do recorde mundial.
“Nesta temporada, eu competi bastante contra eles. A gente viu que eles sangram igual a gente. Todo mundo é de carne e osso. Todo mundo treina, todo mundo tem sofrimento e e o que eles fizeram hoje, o que a gente fez hoje, é mérito e, com trabalho e dedicação, a gente consegue evoluir, consegue melhorar e e cada vez chegar mais próximo do recorde mundial e quem sabe um dia a gente se tornar um recordista mundial”, imagina Alison dos Santos.
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Para conquistar a medalha de bronze, Alison dos Santos completou os 400 m com barreiras apenas 0s02 acima do antigo recorde mundial. O problema é que os dois primeiros colocados correram abaixo da marca. O norueguês Karsten Warholm voou para cravar 45s94 e se tornar o primeiro da história a completar a prova abaixo de 46s. O americano Rai Benjamin foi o medalha de prata com 46s17.
Mas não é difícil imaginar que em breve Alison dos Santos possa não só competir de igual para igual com os dois adversários como superá-los. O brasileiro tem 21 anos, quatro a menos tanto que o norueguês quanto o americano. Em tese, tem mais a evoluir do que os rivais, mais maduros como atletas.
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Nos últimos três anos, Alison dos Santos têm crescido suas marcas de maneira impressionante. Com 18 anos, em 2018, ele tinha como melhor resultado 49s79. Em 2019, foi campeão dos Jogos Pan-Americanos e, na final do Mundial de 2019, quando ficou em sétimo lugar, atingiu o que era, na época, o seu melhor: 48s28. De la para cá, até chegar à disputa olímpica de medalhas, foram mais 1s56 de evolução. E tudo com uma leveza, uma tranquilidade para competir, difícil de ver por aí.
“A gente tem a teoria de que em time que está ganhando não se se mexe! Eu sempre me dei muito bem aquecendo descontraído, levando tudo na leveza, escutando música, me divertindo realmente. Xavecando o momento! Esse é o foco! Esse é o foco que, se quanto mais xavecar o momento, mais leve a prova fica, melhor você fica. Não que a pressão não exista, mas você não deixa ela tomar conta de você. Eu estava muito ansioso, muito nervoso, estava com medo porque tem pessoas que estavam assistindo para quem eu queria dar orgulho, que tinha trabalho de pessoas que estavam na pista comigo e eu não poderia decepcioná-las. Mas eu não poderia deixar isso tomar conta porque isso não iria me ajudar em nada. Então eu tentei trazer isso pra mim e transformar em motivação pra querer ser melhor”, explicou.
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Para se ter uma ideia, a marca obtida por Alison dos Santos seria suficiente para vencer qualquer uma das provas olímpicas de 400 m com barreiras disputadas na história. Antes desta de Tóquio, o melhor desempenho era de Kevin Young, que venceu em Barcelona-1992 com 46s78, marca que foi recorde mundial até o último 2 de julho, quando Karsten Warholm se tornou o recordista pela primeira vez.
Alison dos Santos foi seis centésimos mais rápido que Young e, da próxima vez, quem sabe em Paris-2024, ele seja mais rápido também Warholm e Benjamin. Potencial para isso não falta para o brasileiro!