Antes da Olimpíada começar, as principais esperanças do Brasil no lançamento de disco eram a recordista sul-americana Andressa Morais e Fernanda Borges, nomes mais conhecidos e que se acostumaram a frequentar as primeiras colocações do ranking mundial nos últimos anos. As duas ficaram entre as oito em 2018 e Andressa foi a oitava em 2019. Mas quem roubou a cena nos Jogos Olímpicos de Tóquio com Izabela da Silva. Enquanto as duas mais famosas não conseguiram passar das eliminatórias, a paulista de Adamantina foi a única que conseguiu se classificar para a final, que foi disputada exatamente no dia em que completou 26 anos.
O décimo lugar na final olímpica do lançamento de disco foi um presente e tanto para Izabela da Silva. Campeã mundial júnior em 2014, ela demorou para ultrapassar a marca de 60 m. O resultado só veio em março de 2020, quando ela fez 60,15 m numa competição em São Bernardo do Campo. A melhor marca da vida saiu em maio de 2021, quando ela ganhou o Campeonato Sul-Americano com 62,18 m. Para se classificar para a decisão da medalha em Tóquio, ela fez 61,52 m e pretendia fazer a melhor marca da vida no dia do aniversário, mas não foi possível.
“Vai ser um aniversário inesquecível”, disse Izabela, que disputou a sua primeira Olimpíada. “Só ter conseguido a qualificação para Tóquio já foi um sonho realizado. É muito difícil chegar até aqui e disputar a final, então.”
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Na primeira tentativa, Izabela da Silva fez 60,39 m e ficou em nono lugar após a primeira rodada de lançamentos. Na liderança estava a americana Valaria Allman com 68,98 m, superando a cubana Yaime Perez, campeã mundial em 2019, que fez 65,72 m, e a bicampeã olímpica Sandra Perkovic, que ficou na quarta colocação com 62,31 m, atrás também da alemã Kristin Pudenz, que fez 63,07.
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Na segunda rodada, Izabela da Silva queimou seu lançamento, assim como a maioria das competidoras. Mas antes que todas pudessem lançar o disco de novo, uma forte chuva fez com que a competição ficasse paralisada por mais de uma hora.
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Depois que a chuva parou, Izabela da Silva fez seu último arremesso e conseguiu apenas 59,56 m. Ela ainda foi ultrapassada pela alemã Marike Steinecker, que tinha queimado os dois primeiros, mas fez 62,02, e acabou na 11.ª colocação.
Quanto à chuva, ela lembra que atrapalhou todas as atletas. “A prova foi interrompida por um tempão. Tivemos de ficar na câmera de chamada e todo mundo perdeu o aquecimento”, comentou.
Dos 12 participantes da final, os oito melhores depois das três primeiras rodadas seguiram na competição. De todas elas, no entanto, apenas a alemã Kristin Pudenz conseguiu melhorar seu resultado. Na quinta tentativa, ela fez 66,86 m e tomou o terceiro lugar da cubana Yaime Perez, mas não conseguiu tirar o título da americana Valarie Almann, campeã com os 68,98 m de seu primeiro lançamento. Bicampeã olímpica em Londres-2012 e Rio-2016, a croata Sandra Perkovic ficou na quarta colocação com 65,01 m.