Ouro em Londres-2012 e prata na Rio-2016, Arthur Zanetti participou na madrugada dessa segunda-feira (2) de sua terceira final consecutiva das argolas. Sabendo que a concorrência pela terceira medalha olímpica seria era enorme, o ginasta decidiu arriscar. Executou uma série mais difícil e brilhou, praticamente sem cometer erros no aparelho. Na saída, no entanto, acabou caindo após um triplo mortal grupado e ficou fora da briga pelo pódio, em oitavo lugar.
Mais tarde, após Rebeca Andrade competir no solo, Caio Andrade representou o Brasil na final do salto masculino e também terminou na 8ª colocação.
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PROVA DE ALTO NÍVEL
O ouro ficou com o chinês Yang Liu (15.500). A prata foi para o seu compatriota Hao You (15.300) e o bronze ficou com grego Eleftherior Petrounias, com 15.200. Petrounias era o atual campeão olímpico e um dos favoritos ao bicampeonato.
Mesmo com a queda, Zanetti teve nota 14.133. Se considerarmos que o erro na saída trouxe um desconto de 1 ponto total, Zanetti teria obtido 15.133, uma grande nota, mas que ainda assim não lhe daria a medalha, e sim o quarto lugar. Isso mostra o quando a disputa foi em alto nível e porque decidiu arriscar.
“Eu saí feliz pq eu arrisquei. Ninguém sabe o quanto eu sofri pra fazer essa saída. Eu machuquei meu pé várias vezes pra fazer essa saída. E se eu não tivesse feito ela aqui hoje, Com certeza eu ia ficar triste. Não tive o melhor resultado, mas pelo menos eu saí satisfeito porque eu coloquei em prática aquilo que. eu estava treinando,” comentou o ginasta.
Primeiro medalhista olímpica da ginástica brasileira, Zanetti poderia ter entrado para um seleto grupo nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Se tivesse conquistado sua terceira medalha olímpica, se juntaria a outras sete lendas do esporte olímpico brasileiro.
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Apenas Robert Scheidt, Torben Grael, Gustavo Borges, Marcelo Ferreira, Emanuel e Ricardo e mais recentemente Mayra Aguiar conquistaram ao menos três medalhas olímpicas em três diferentes edições de Olimpíada em esportes individuais.
CLASSIFICATÓRIA
Na classificatória, Arthur Zanetti passou com a quinta melhor nota. Com 6.2 de dificuldade e com 8.7 de execução, o brasileiro somou 14.900 com uma nota suficiente para estar na final. Se repetisse isso, não conseguiria subir ao pódio. Esse foi o motivo de ter arriscado na final das argolas em Töquio.
RELEMBRANDO AS OUTRAS DUAS
Um pouco depois de seu início na Ginástica Artística, Arthur Zanetti conheceu o técnico que o ajudou nas maiores conquistas da carreira. Então com nove anos, o ginasta passou a ser treinado por Marcos Goto. Com a parceria, Arthur evoluiu em todos os fundamentos da modalidade e chegou na Seleção Brasileira em 2007.
Com o passar dos anos, o nome de Arthur Zanetti passou a ser cada vez mais frequente nas convocações da Seleção Brasileira de ginástica Artística e em 2009, no Campeonato Mundial disputado em Londres, se tornou o primeiro ginasta do país a disputar uma final, nas argolas.
A evolução seguiu e chegou ao ponto mais alto nos Jogos Olímpicos de Londres. Por conta dos resultados obtidos durante o ciclo, Arthur Zanetti era um dos cotados para o pódio. Porém, com uma apresentação praticamente perfeita em seu aparelho preferido, o brasileiro somou 15.900 pontos e ficou com o ouro.
Quatro anos depois, com o apoio dos brasileiros, Arthur Zanetti brilhou novamente e conquistou a medalha de prata nas argolas com uma grande nota: 15.766. a pontuação poderia ter lhe dado o segundo ouro caso o grego Eleftherior Petrounias não tivesse feito uma apresentação quase perfeita: 16.000
CAIO SOUZA EM OITAVO
Na final do salto masculino, Caio Souza teve dois saltos e acabou em 8º lugar com 13.633 de nota. O ginasta brasileiro executou um bom primeiro salto, mas no segundo acabou caindo no colchão. Com isso, terminou na 8ª colocação.
“Saldo positivo. É óbvio que todo mundo quer ganhar a medalha, mas o pódio só tem três lugares. Estou muito feliz. É minha primeira Olimpíada, consegui duas finais. Muito feliz por hoje, apesar de ter tido a queda. Até ontem à noite eu tinha uma pulguinha atrás da orelha pra saber se eu ia saltar ou não. Na final do individual geral eu senti o meu pé. Foram quatro dias incansáveis de tratamento, fisioterapia e gelo pra conseguir estar hoje aqui. Estou muito feliz com tudo isso,” avaliou o ginasta após a participação.