Tóquio – Depois de levar a medalha de prata no individual geral e a de ouro no salto, a ginasta Rebeca Andrade voltou a brilhar na final do solo. Com seu baile de favela misturado com um dos clássicos do compositor Sebastian Bach, encantou a todos e saiu com uma excelente nota: 14.033. Em uma final de altíssimo nível, a paulista terminou em 5º lugar, ficando muito próxima da medalha de bronze.
Rebeca Andrade foi a sétima e penúltima a se apresentar no solo. Antes de iniciar sua série, a americana Jade Carey era a líder com 14.366. Vanessa Ferrari vinha em segundo com 14.200. Angelina Melnikova e Murakami Mai estavam empatadas com 14.1666. Todas praticamente cravaram suas séries, todas de nível de execução alta.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM, NO FACEBOOK E NO TIKTOK
Assim como foi na apresentação do solo no individual geral, a ginasta cometeu pequenos erros que dessa vez lhe custaram a medalha. Uma pisada para fora do tablado acabou tirando a chance de subir ao pódio. Ainda assim, a apresentação foi avaliada com um 14.033, nota considerada alta. Isso tudo pouco importa, no entanto. A ginasta escreveu seu nome da história da ginástica artística e se mostrou um grande exemplo de superação.
Rebeca Andrade se despede dos Jogos Olímpicos de Tóquio com duas medalhas olímpicas. A ginasta agora retribuirá a torcida para Flávia Saraiva, que competirá na final da trave. A boa notícia é que Simone BIles, ginasta americana que vinha sofrendo com problemas pessoais, participará da final do aparelho.
“Estou muito feliz, muito grata com todas as apresentações desde o primeiro dia e por ter finalizado tão bem agora com o solo. Ter levado mais alegria ainda para o Brasil, para todas as pessoas que torceram por mim, que acreditaram no meu talento, as que me conheceram agora também. Repercutiu tanto e inspirou tantas pessoas, que não tem outra coisa que não seja gratidão,” avaliou a ginasta.
SOBRE A COREOGRAFIA
“O Baile de Favela foi uma surpresa do meu coreógrafo. A ideia não foi minha, foi dele. Ele trouxe a música, e fizemos juntos a coreografia. Saí da Beyoncé, de quem sou fã, e fui para o Baile de Favela. Deu super match, e está sendo esse sucesso aí,” explicou.
“Teve o Baile de Favela, que muita gente gostou. É a cultura brasileira, muita gente se inspira e foi o que eu quis trazer pra cá. Para mim é um prazer eu ser a representante do funk para o mundo”.
+ CONFIRA UM PERFIL COMPLETO DA CAMPEÃ OLÍMPICA REBECA ANDRADE
O FUNK NA CULTURA BRASILEIRA
“É muito bom! O funk é um dos estilos mais escutados, é cultura brasileira. Eu adoro funk, as batidas são demais! Fico feliz em saber que todo mundo gostou e que deu repercussão. Está sendo incrível. Sou preta, e quero representar todas as cores. Os pretos, brancos, todas elas. No esporte você tem que representar todo mundo. As pessoas querem ser você, serem parecidas com você. Eu acredito que eu tenha feito isso, trazendo essa música (Baile de Favela) para cá”.
CAMPANHA ATÉ AQUI NO SOLO
Para conquistar a vaga na final do solo, Rebeca Andrade conquistou a nota de 14.066 e garantiu o quarto melhor tempo do mundo. Na classificatória, atrás somente da italiana Vanessa Ferrari e das americanas Simone Biles (que não irá competir) e Jade Carey.
Já na conquista da prata no individual geral, Rebeca Andrade voltou ao som de ‘Baile de Favela’, mas acabou colocando tanta força, que pisou duas vezes fora da área determinada. Isso lhe custou o desconto de 0.4 e sua série que estava com maior dificuldade teve a soma de 13.666 no individual geral.
“Busco sempre fazer o meu melhor. Dei tudo de mim na quinta, no individual. Dei tanto que até sai do solo (riso). mas é isso. Vou fazer o meu melhor, se a medalha vier, estarei muito grata. se não vier, tudo bem também. isso é esporte. tem de estar lá e ver quem é o melhor. Vou fazer 100%, fazer o meu melhor. resultado é consequência. E penso assim, um dia após o outro”, comentou sobre os erros pós medalha de ouro.