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Tóquio 2020

Realização do sonho olímpico faz Samory Uiki adiar planos de mestrado

Brasileiro do salto em distância tinha propostas para estudar na Rússia e nos Estados Unidos, mas optou por Tóquio. Não passou pela eliminatória, mas abre o sorriso para dizer o quanto está feliz no Japão

Samory Uiky salto em distância Jogos Olímpicos Tóquio
(instagram/samoryuiki)

Tóquio – Samory Uiki tinha três possíveis destinos para estar em 2021. Podia ser Rússia, Estados Unidos ou Tóquio. Nos dois primeiros ele seguiria o caminho de uma pós-graduação, é formado em relações internacionais, e no terceiro estaria de uniforme do Brasil e sapatilhas disputando uma prova de salto em distância dos Jogos Olímpicos. Na noite japonesa de sábado (31), estava no Estádio Nacional desfrutando do ponto alto da vida de qualquer atleta.

“Estou muito feliz de estar aqui, sério. Mesmo sem torcida é maravilhoso estar aqui neste estádio, viver essa atmosfera”, disse após não conseguir chegar na final da prova. Arrependimento? “Vivenciar isso aqui é maravilhoso, mesmo com pandemia. Valeu a pena de abrir mão do mestrado, de alguns outros planos. Saio muito feliz, estar aqui é ótimo, não tem evento melhor do que esse. Dezesseis anos treinando, isso é a realização de um sonho. Espero estar aí em 2024 batalhando por uma final olímpica”, acrescenta.

Foi por pouco que ele não chegou na final já em Tóquio. Samory Uiki saltou 7,88m e ficou em 16º lugar. Passaram somente os 12 melhores saltos e os três últimos que entraram mediram 7,96m. Oito míseros centímetros. “Eu fiz um primeiro bom salto pra abrir a prova e tentei ir pra cima nos outros dois, arriscar, não tinha mais o que fazer e acabei levando dois ‘fouls’, dois pequenos ‘fouls’. O objetivo era ficar acima de oito (metros), eu relativamente saltei bem. Uma qualificatória com gosto de final. Tentei fazer o meu melhor, mas não deu.”

“Filho de Maurren”

Eram dois brasileiros na eliminatória. Alexsandro Melo não fez uma boa prova, foi o único que saltou abaixo de sete metros, cravou 6,95m, o salto mais curto dentre os 29 que registraram marca. “É duro não conseguir fazer o que a gente espera. A gente treinou muito, todo mundo que está aqui treinou muito, apesar de todas as dificuldades que todo mundo teve por causa da pandemia. Só que eu esperava ser melhor hoje, ter uma marca melhor.” Ele vai ter uma chance de se redimir, no salto triplo. “Saio de cabeça erguida porque tenho mais coisa para fazer. Mas vou acalmar os ânimos, repensar, reprogramar. Quero voltar aqui e saltar bem.”

Alexsandro conta que se encantou pelo salto em altura após ver o ouro de Maurren Maggi nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. “Eu nunca pensei em fazer salto, eu sempre fui muito veloz, então achava que ia fazer corrida. Mas aí eu vi a emoção de ganhar a medalha, aquele choro, uma cena incrível que eu guardo na memória até hoje”, diz. “Isso aqui é um sonho, é a minha primeira Olimpíada, eu estou muito feliz. Comecei a treinar por conta da Olimpíada, por ver a Olimpíada, por despertar a minha vontade de treinar para sentir essa emoção e hoje eu senti essa emoção.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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