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Tóquio 2020

Rebeca Andrade é 1.ª brasileira a ganhar duas medalhas na mesma Olimpíada

Com nota 15.083, Rebeca é campeã olímpica no salto e garante seu nome como a primeira mulher brasileira com mais de uma medalha na mesma edição de Jogos Olímpicos

Rebeca Andrade - Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 - ouro salto
Ricardo Bufolin / CBG

Tóquio – E toca o hino nacional! Duas vezes Rebeca Andrade no pódio! A brasileira não para de colocar o seu nome na história do Brasil em Jogos Olímpicos. Depois de garantir a medalha de prata no individual geral, a primeira medalha da ginástica artística feminina do país, neste domingo (01), Rebeca voltou a subir ao pódio, conquistou a primeira medalha do Brasil no salto, o ouro, com a nota 15.083 e ainda garantiu seu nome em outra lista inédita. A ginasta é a primeira brasileira a ganhar duas medalhas em uma mesma edição de Jogos Olímpicos. E ainda pode mais, já que disputa a final do solo nesta segunda (02).

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“Não sabia disso não, (que sou a primeira mulher nessa lista com duas medalhas). Eu me sinto muito orgulhosa de mim. Porque eu consigo representar, acho que todas as mulheres, a força da mulher e é muito gratificante mesmo. As pessoas sabem como é difícil estar aqui, então imagina como é difícil trazer duas medalhas. Muito esforço, muito trabalho dedicado e eu estou muito feliz por representá-las,” comentou surpresa Rebeca Andrade.

A PROVA

resultados Rebeca Andrade

Com o resultado da classificatória, Rebeca Andrade foi a terceira a saltar. Abriu sua apresentação com o salto cheng e ficou com a nota 15.166, isso que ainda teve um desconto por pisar fora. Depois, executou o difícil amanar e conquistou mais 15.000. O que lhe garantiu o primeiro lugar da final e o ouro com a média 15.083.

“Eu só pensei em usar todas as cartas que eu tinha. Eu saltei dupla e meia, que era uma coisa que muitas pessoas falavam ‘ai, ela não vai fazer’, ‘chegada cega’, ‘isso e aquilo outro’, ‘que o joelho dela’. Eu treinei muito. Eu estava preparada. Se eu ficasse pensando nisso, eu não estaria na ginástica. Não faria mais ginástica. Eu estava bem, eu estava preparada. Eu estou forte, estou com a mente boa, então eu estava pronta para fazer e eu fui lá e fiz.”

“Mesma coisa com o cheng, eu estava treinada. Vocês viram que eu vinha fazendo há muito tempo, não colocava na internet, porque eu acho que é muito melhor surpreender hoje aqui todo mundo vendo do que eu falar na internet. Eu acho que é muito mais gostoso de curtir. Usar tudo que a gente tinha foi uma decisão muito sábia. Treinei demais e deu tudo certo”.

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Na expectativa até o último, nenhuma atleta conseguiu alcançar a casa dos quinze para fazer frente à Rebeca, que garantiu a primeira medalha do Brasil no salto. Além dela, o pódio foi composto pela americana Mykayla Skinner com a prata (nota 14.916) e a coreana Seojeong Yeo com o bronze (nota 14.733).

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Rebeca durante a apresentação do solo, na ginástica artística, Jogos Olímpicos Tóquio 2020 - Foto: Ricardo Bufolin / CBG
Rebeca durante a apresentação do solo, na ginástica artística, Jogos Olímpicos Tóquio 2020 – Foto: Ricardo Bufolin / CBG

“Eu dedico a conquista da medalha de ouro pra todo mundo, mas, em especial, para o meu treinador Francisco Porath. A gente trabalhou muito e era um dos aparelhos que eu tinha mais chance, como vocês sabem. Eu fiquei muito satisfeita. Acho que fico mais feliz com a felicidade dele do que com a própria medalha. Ele só quer me ver brilhar e a única forma que eu posso retribuir é com a minha ginástica e nosso trabalho. Eu pude fazer isso por ele, na quinta com a medalha de prata e hoje com a medalha de ouro. E é isso que eu vou buscar fazer, dar orgulho para as pessoas, para a minha família e pra mim”.

O FEITO HISTÓRICO

Rebeca Andrade entra num seleto grupo na história do Brasil nos Jogos Olímpicos. A única mulher com mais de uma medalha em uma mesma edição de Olimpíada. Além dela, Isaquias Queiroz lidera a lista de maior medalhista brasileiro com três medalhas em uma mesma edição de Jogos Olímpicos. Apenas cinco brasileiros, agora seis, haviam ganho mais de uma medalha na mesma edição de Jogos Olímpicos. Aconteceu pela primeira vez em Antuérpia-1920 com dois atletas.

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Guilherme Paraense e Afrânio Costa no tiro da pistola livre de 50m. Além disso, cada um levou mais uma medalha: Guilherme foi ouro na pistola rápida de 30m e Afrânio, bronze na pistola livre de 50m. Em Atlanta-1996, o nadador Gustavo Borges foi prata nos 200m livre e bronze nos 100m livre. Para completar a lista, César Cielo foi campeão olímpico nos 50m livre e bronze nos 100m livre.

HISTÓRICO NA CLASSIFICATÓRIA

Rebeca Andrade - classificatória - Jogos Olímpicos - Tóquio 2020

Para avançar a final do salto, Rebeca Andrade fez dois saltos. Na primeira tentativa, o cheng – que é um yurchenko com meia volta, seguido de um mortal esticado com uma pirueta e meia, que lhe garantiu 15.400. Depois, na sequência, ela fez um DTY, que é um yurchenko seguido de duas piruetas que somou mais 14.800. Ficando com uma média de 15.100, ela conquistou o terceiro lugar na classificatória.

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Rebeca Andrade ainda vai disputar a final do solo, nesta segunda (02), e pode alcançar ainda mais feitos históricos. “Minha cabeça está a mesma de quando eu saí do Brasil. Totalmente concentrada, sabendo exatamente as coisas que importam, que eu preciso saber. Pra depois pensar em tudo isso que está acontecendo. Eu estou bem centrada, amanhã tem mais um dia difícil, mais um dia que eu vou dar 110% de mim. Nisso que estou pensando. Claro que feliz com a medalha,” pontua a campeã.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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