A sensação de que a seleção feminina poderia ter ido mais longe nos Jogos Olímpicos de Tóquio não apaga o trabalho da equipe no ciclo até ali. Nem o orgulho por tudo que se construiu. Esse foi o sentimento exposto por Marta após a eliminação do Brasil para o Canadá, nos pênaltis, nesta sexta-feira (30).
“Tem dias em que as coisas não funcionam. Senti que a gente começou muito bem no jogo, tivemos possibilidade de abrir o placar. Faltou um pouco mais de paciência no terço final do campo. Algumas situações podiam ter sido melhor aproveitadas, até mesmo na prorrogação, porque elas nitidamente estavam mais cansadas que nós. Mas é coisa do futebol, são coisas que acontecem e nem sempre o melhor time ganha. Agora é pensar no futuro, continuar apoiando nossas meninas e a modalidade, porque o futebol feminino não acaba aqui”, destacou a rainha.
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Uma das principais duplas de Marta em toda sua carreira, a meia Formiga se despediu dos Jogos Olímpicos com a eliminação diante das canadenses. Marta aproveitou o momento para exaltar a história de sua amiga, recordista em participações olímpicas com sete torneios pela Seleção Brasileira.
“Falei isso às meninas e me dirigi diretamente à Formiga, que eu gostaria de viver mais uma vez a emoção de lutar pela medalha com ela. Mas agradeço demais por tudo que ela fez pela nossa seleção durante todos esses anos. Uma vida dedicada a esse esporte, e espero que todos possam enxergar dessa forma. É uma pessoa que dedicou a vida inteira, que tanto contribuiu para a modalidade, que é inspiração para todas essas meninas e que poderia ter tido um final um pouquinho mais feliz. Mas ela é guerreira e isto nos orgulha demais: a oportunidade que tivemos de jogar mais uma Olimpíada com ela”.
Orgulho do grupo
Além de enaltecer a companheira, Marta se disse orgulhosa de todo a seleção feminina. Do alto de sua experiência e exercendo o papel de liderança que tanto lhe cabe, a capitã destacou a necessidade de não individualizar a derrota diante das canadenses, pensando no futuro do futebol feminino do Brasil.
“Eu espero que as pessoas tenham essa consciência e não saiam apontando dedos para ninguém. Aqui não tem culpado, ou o que faltou ou deixou de fazer. Fizemos o que estava ao nosso alcance: não faltou nada além de a bola entrar. Estou muito orgulhosa da equipe, de tudo que vivemos. Obviamente, fica aquele gostinho de que podíamos mais”, afirmou, apontando os caminhos para manter a evolução da seleção e do futebol feminino brasileiro.
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“A nova geração que está vindo aí não pode pagar por uma desclassificação numa Olimpíada. Temos que valorizar cada vez mais e entender a história do desenvolvimento da modalidade na hora de cobrar resultados. Podem ter certeza que o trabalho na Seleção vai continuar, com ou sem a Marta, com ou sem a Formiga. A gente pode, sim, sonhar mais alto e colher bons frutos”, concluiu.
Com a derrota para o Canadá nos pênaltis, a seleção feminina dá adeus à disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A equipe agora volta suas atenções para o próximo ciclo, que inclui as disputas da Copa América e da Copa do Mundo FIFA.