Era difícil achar um atleta tão empolgado quanto Pepê Gançalves, que pertence ao Time Dux Nutrition, na delegação brasileira dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O atleta da canoagem slalom estava se sentindo em casa e era cotado para estar na final do K1. Mas com pequenos erros durante a descida da semifinal, o brasileiro acabou de fora dos 10 primeiros lugares, foi o 19º colocado e não chegou perto do desempenho obtido na Rio-2016, onde foi o sexto colocado.
“Dei o meu máximo, deixei tudo na água , o que eu tinha e o que não tinha. Fico fora da final por causa das penalidades, que não foram por erro técnico, mas sim por ir no limite”, disse muito emocionado.
Com três penalizações, Pepê Gonçalves terminou a descida com 104.33 e ficou em 19º entre 20 competidores. O décimo e último a se garantir na final do K1 foi o sueco Erik Holmer, que fez 98.45 e não cometeu nenhuma penalidade.
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“Eu sou um pouco diferente dos outros, eu tenho um estilo mais agressivo, prefiro errar por mais do que por menos. Prefiro ficar fora da final, mas sem ter tido medo de errar”, completou Pepê.
Dificuldades
Contra tudo e contra todos, Pepê Gonçalves colocou, ao lado de Ana Sátila, a canoagem slalom em evidência. O esporte ainda engatinha no Brasil. “É um esporte feito para europeus. Só a gente sabe o que tem que passar viajando, treinando, competindo.”
O Complexo de Deodoro, usado pela canoagem slalom durante a Rio-2016, ficou praticamente fechado durante quase todo o ciclo para Tóquio 2020. Pepê só conseguiu usar o local próximo da competição nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Além disso, outras fatores pesaram.
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“Logo depois da Rio-2016, as escolhas feitas foram equivocadas. Demitiram meu treinador, foram quatro anos sem técnico, ficamos gastando energia com outras coisas, fomos nossos próprios técnico e preparador físico.”
Apesar da decepção consigo mesmo, Pepê segue extremamente positivo e já mira os Jogos Olímpicos de Paris-2024. “Para o próximo ciclo, nós já estamos começando um trabalho mais planejado. Aprendemos com os erros”, finalizou.
