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Tóquio 2020

Rafael Silva e Maria Suelen param na respescagem no dia dos pesados

Baby foi derrotado por Teddy Riner e Sussu não pode competir por ter se machucado nas quartas de final. Disputas do judô olímpico serão encerradas com na madrugada de sexta para sábado com o torneio por equipes

Rafael Silva Baby judô jogos olímpicos tóquio Teddy Riner
(Wander Roberto/COB)

Tóquio – O último dia do torneio individual de judô nos Jogos Olímpicos de Tóquio não acabou como era esperado para o Brasil nesta sexta-feira (30). Nem Rafael Silva, nem Maria Suelen Altheman conseguiram chegar ao pódio. Ambos pararam na repescagem, ele diante do francês Teddy Riner e Sussu por conta de uma lesão sofrida nas quartas de final. Neste sábado (31), com início marcado para às 23h de sexta no horário de Brasília, as disputas serão encerradas com a competição por equipes mistas, com acompanhamento ao vivo aqui pelo Olimpíada Todo Dia. O Brasil conquistou dois bronzes até agora no judô, com Daniel Cargnin (66kg) e Mayra Aguiar (78kg).

Destaque no dia também para a derrota de Riner nas quartas de final para o russo Tamerlan Bashaev. Tomou um waza-ari no golden score e reclamou ainda antes de deixar o tatame. É a segunda vez que francês perde em pouco mais de um ano, ou em nove lutas, após ficar dez anos invicto colecionando 152 vitórias seguidas. É, ainda, o segundo torneio que ele não vence nos últimos três que disputou. A outra derrota foi para o japonês Kokoro Kageura nas oitavas de final do Grand Slam de Paris em fevereiro do ano passado. Kageura, vale dizer, não está na Tóquio-2020. O representante japonês na categoria é Harasawa Hisayoshi, que perdeu a final olímpica para Riner na Rio-2016 e a do mundial de 2019. O francês chegou a Tóquio como atual bicampeão olímpico e nove vezes campeão mundial.

Quadrante difícil

Rafael Silva começou pelas oitavas de final a campanha no judô dos Jogos Olímpicos, em busca da terceira medalha seguida. Enfrentou e venceu por ippon, com um belo o-soto-gari, o azeri Ushangi Kokauri. A seguir, caiu por conta de três punições tomadas contra o georgiano Guram Tushishvili, campeão mundial em 2018. Assim, seguiu para enfrentar Riner na repescagem.

Rafael Silva Baby judô jogos olímpicos tóquio Guram Tushishvili
Dificuldade na pegada contra Tushishvili (Wander Roberto/COB)

“Competição difícil. Eu sabia pelo quadrante em que fiquei no sorteio que eu teria dificuldade com o georgiano. Senti bastante a questão de volume de pegada, ele se desvencilhando o tempo todo e eu não tive a oportunidade de botar muitos golpes. Contra o Riner, a gente traçou com a Yuko (Fujii, treinadora) e o Jun (Shinohara, coordenador técnico da seleção masculina) de ir com a pegada cruzada e evitar dele pegar na manga. Mas, infelizmente, quando ele conseguiu pegar, fez o golpe, o mesmo que tinha usado em outras lutas, e era uma situação difícil de reverter”.

Três anos é muita coisa

Sobre os próximos passos depois dos Jogos Olímpicos, disse ainda ser cedo para dizer, até porque ainda vai competir no torneio de equipes mistas – “preciso estar animado para brigar amanhã também” – mas expressou um discurso que pode dar margem para entender que essa foi a última Olimpíada dele. “Um momento de bastante gratidão, dei meu máximo durante todo esse ciclo olímpico, uma vida toda dedicada ao judô, uma carreira construída no esporte. Estou muito feliz de ter participado dessa Olimpíada. Não deu tempo de pensar ainda no próximo ciclo olímpico. Três anos é muita coisa, vou fatiar, ver ano a ano como vai ser todo o processo. Mas preciso primeiro digerir esse dia difícil e pensar com calma, junto com meu clube, como vai ser essa caminhada. Ano que vem primeiro, vai ter o Mundial de Tashkent”, falou.

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Valeu, Sussu

Maria Suelen Altheman judô jogos olímpicos tóquio Romaine Dicko
(Wander Roberto/COB)

Para Maria Suelen Altheman, já deu, como ela mesma disse meses atrás. Aqui, na última participação dela em Jogos Olímpicos, fez caminho similar ao de Rafael Silva. Estreou com vitória sobre a eslovena Anamari Velensek e depois caiu nas quartas diante da francesa Romane Dicko. Lá, a brasileira lesionou o joelho esquerdo e precisou deixar da competição. Maria Suelen foi a três Olimpíadas e tem em Londres-2012 a melhor colocação, quando chegou na disputa pela medalha de bronze do judô e saiu com um quinto lugar.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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